Patrick saía de mais uma audiência judicial e já sentia-se cansado daquele dia, mais uma vez estava perante o juiz utilizando suas técnicas de convencimento, aliado ás suas provas para colocar mais um infeliz na cadeia por ter violentado uma jovem. Sentia-se nauseado sempre que recebia um caso, cada um mais bárbaro do que o outro, mas jamais ousara voltar atrás, podia ter certas limitações, mas o seu desejo e senso de justiça sempre falou mais alto.
Desde o dia em que perdeu a mãe e o avô de forma cruel. Nunca esquecera a última vez que viu com seus olhos. Haviam feito compras e comprado alguns presentes para levar para tia e primos, já era um pouco tarde da noite e resolveram comer algo em um pequeno restaurante próximo, só não poderiam imaginar o que estava por vir.
Enquanto sua mãe empolgada guardava as compras no porta-malas do carro e falava animadamente sobre como a irmã ficaria feliz quando chegassem de surpresa, e o avó também animado contava que levaria os primos e ele para acamparem no dia da tão aguardada pescaria no momento em que dois homens encapuzados apareceram e colocaram uma arma na cabeça da sua mãe e gritava para ficarem calados e passar tudo que tinham de valor, sua mãe começou a tremer muito e chorar e não conseguia dizer uma palavra, então um dos assaltantes deu um tapa na cabeça dela que fez um ruído, no qual Patrick simplesmente teve de fechar os olhos para suportar e lágrimas escorreram e ele apenas reagiu gritando “Mamãe!” , um dos assaltantes mandou ficar calado senão algo pior aconteceria com ele.
O avô não suportou ver o que estavam fazendo com eles e reagiu partindo para cima do homem que havia batido em sua filha, o assaltante então segurou os braços dele para trás e ele gemeu de dor, sua mãe apesar de machucada gritou para o filho “Filho fuja por favor, eu te amo” foram suas últimas palavras antes de receber o tiro que tirara sua vida. O avô gemendo no chão não aguentou tanta dor e teve uma parada cardiorrespiratória.
Patrick não podia acreditar no que vira e não pode obedecer a mãe e gritou para os assaltantes “Seus monstros!” enquanto se acabava em lágrimas.Um dos assaltante olhou para ele e veio em sua direção, Patrick tremia muito, mas já não dava a mínima para o que faria com ele. “O que faremos com esse garoto?” perguntou para o outro. De repente ouviu-se a sirene da polícia e o outro desesperado grita “rápido entra no carro temos de ir, faça qualquer coisa com ele”. Desesperado para fugir o assaltante desfere um soco em seu rosto e o empurra com força contra o meio fio da calçada. A última coisa que recorda é da visão turva e uma imensa dor de cabeça até perder os sentidos.
No dia seguinte acordara com muita dor de cabeça e ao passar a mão sobre a cabeça percebe que está enfaixada, não consegue abrir os olhos, apenas pergunta com a voz rouca “onde estou?” Ele sente a mão de alguém tocar sua mão e reconhece a voz, era tia Márcia.
- Querido você está em um hospital, mas não se preocupe eu estou aqui com você e não vou lhe deixar – ao dizer isso deixa escapar um soluço alto.
Patrick enerva-se e começa a gritar:
- Onde estão? Cadê a mamãe e o vovô?
Chorando Márcia aperta a mão do sobrinho e pergunta:
- Querido você não lembra de nada do que aconteceu?
Patrick fica atordoado com a pergunta tenta lembrar-se de algo, no entanto sua cabeça doe muito e começa a chorar.
- Tia por quê estou em um hospital? Por que a mamãe não está aqui?
Márcia sente-se incapacitada para dar aquela notícia e notando a reação do sobrinho corre para chamar o médico.
- Doutor você precisa ver o meu sobrinho por favor!
O médico encaminha-se até o quarto de Patrick junto a Márcia, se aproxima do leito e pergunta:
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Com os Olhos do Coração
RomansaPatrick Johnson é um homem sério, advogado renomado e exemplo de superação para muitos. Vive na capital de Santa Catarina, criado pela tia, irmã de sua mãe. Seus olhos enxergam apenas sombras desde o fatídico dia em que perdeu a mãe e o avô de forma...