Ela É Desnecessária!

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24 de Dezembro
Casa dos Beauchamp, Los Angeles
Any

- O que você está fazendo aqui? - perguntei ao ver Megan na porta.
- Any, calma. Você vai acordar a Summer! - eu estava com minha filha nos braços após ter feito ela dormir.
- Eu só vim desejar um feliz natal pra você, Josh. Trouxe até uns presentinhos para suas crianças.

Revirei meus olhos.

- Não precisava, Meg. Mas como soube que eu estava aqui? - Josh estava tentando ser simpático.
- Eu passei na sua casa, mas você não estava. Aí eu perguntei ao porteiro.

Revirei os olhos novamente.

- Passei a tarde ontem escolhendo seu presente. Espero que goste!

Se eu revirar os meus olhos mais uma vez tenho certeza que eles não voltam pro lugar.

- Ele vai adorar, Megan. Agora você já pode ir. - falei.
- Aqui. - ela entregou mais uma sacola. - Esse é para nossas crianças.
- Eles não querem nada que venha de você. Vai embora, por favor! - falei e ela deixou a sacola com Josh.
- Se precisar trocar, me avise. - falou antes de ir embora.

Voltei para o sofá com Summer e vi que Josh me olhava indignado.

- Precisava de tudo isso, Gabrielly?
- Precisava sim, Josh. - falei séria. - Ela está passando dos limites!
- Claro que não. Ela só estava tentando ser simpática, porque sabe que você não gosta dela. Ela se preocupou em comprar presente para os seus filhos e é isso que você faz? - a pronto.
- Meus filhos? Eu não lembro de ter feito ninguém sozinha, Joshua. E eu não gosto mesmo dela. Ela dá em cima do meu marido e eu tenho que ser simpática? Faz favor, né! - eu estava muito nervosa. Peguei a bolsa das crianças e pedi para Sabina ficar no carro enquanto eu pegava as crianças.
- Onde você vai? - ele perguntou. Idiota.
- Vou pra casa. Pra mim já deu.
- Eu te ajudo a levar eles. - falou.
- Não precisa, eu levo. São MEUS filhos.

Coloquei primeiro Summer, voltei e peguei Sol e Jonah. Lunna despertou e veio andando.

- Você vai sozinha? - Josh perguntou.
- Não, eu estou com os meus filhos e a Sabina. - falei seca entrando no carro.
- Eles são nossos filhos, Any. - ele falou frustrado. Provavelmente já estava arrependido.
- Agora você lembra disso. - falei antes de sair com o carro.

- Você precisa ficar calma, Any. - Sabina me falou. Já estávamos quase chegando.

Esqueci de mencionar, mas minha sogra e meu sogro se mudaram para outra casa, um pouco longe de nós.

- Você viu como ele falou comigo? Tudo por causa daquela ridícula.
- Eu vi, Any. Ele não devia ter feito aquilo mas ele se arrependeu.
- A hora que ele chegar em casa nós conversamos.

E ele não chegou.

Nem fomos para o jantar na minha mãe.

Já se passava das onze quando Jonah acordou. Fui até seu quarto e o peguei.

- Você está sentindo falta do seu pai, não é? A mamãe também está. - suspirei frustada.
Eu estava amamentando quando ouvi a porta ser aberta, revelando Josh.

- Se lembrou que tem família? - perguntei alisando os cabelos loiros de Jonah.
- Não começa, Any. - ele falou.
- Não começa? Você deixou seus filhos preocupados com você. E eu também fiquei.
- Você não pensou antes de me largar lá e vir embora com o carro.
- Como se esse fosse o problema. - bufei.
- Qual o seu problema, Any? - Ele alterou a voz.
- Fala baixo, Jonah está dormindo, se você não percebeu. - falei. - e eu não tenho problema nenhum. O único problemático aqui é você. Que me tratou de um jeito péssimo desde que Megan apareceu na porta da casa dos seus pais.
- Você foi muito desnecessária com ela.
- Ela é desnecessária. - falei levantando com Jonah.
- Está fugindo? - ele perguntou sarcástico.
- Estou indo colocar o meu filho pra dormir. E não me espere na sua cama.

Coloquei Jonah no berço e fui verificar como estavam meus outros anjinhos. Todas estavam dormindo tranquilamente.

- Any? - Sabina abriu a porta um pouco descabelada, após eu quase esmurrar a pronta.
- Posso dormir aqui? - pedi.
- Claro, entre. Vocês não se resolveram?
- Ele ainda acha que eu estou errada.
- Amanhã eu converso com ele. Ele está agindo como um babaca. Ele vai ter que me ouvir! - Sabina falou.
- Obrigada, Sabi. Boa noite.

E apaguei.

25 de Dezembro
08:40
Casa dos Soares Beauchamp

Acordei com uma dor horrível na barriga. Nunca tinha sentido dores assim. Vi que Sabina já tinha levantado e me levantei também.

Fui para meu quarto e Josh já não estava lá. Entrei no banheiro e tomei um banho quente, concentrando a água onde doía, na intenção daquilo passar.

- Mamiiii - Sol gritou quando eu apareci na cozinha. Todos já estavam sentados, inclusive Josh - Feliz natal!

Puta merda!

É natal. E eu estou brigada com meu marido.

- Feliz Natal, Sol. A mamãe ama muito você. - dei um abraço na minha primeira filha.
- Eu também amo você, mami. Por que está com essa carinha? - ela perguntou.
- A mamãe está com dor, filha. Mas não se preocupe. Vamos comer e abrir os presentes.
- Feliz Natal, L. A mamãe ama você! - Lunna correu para meu colo e senti minha barriga doer um pouquinho mais, por conta do impacto.
- Eu te amo, mami. - ela falou e deitou sua cabeça em meu peito.
- A mamãe também ama vocês, piticos! - falei com os gêmeos, que sorriram.
- Feliz natal, Any. - Josh falou e deu um sorriso sem mostrar os dentes.

Ele não falou "eu te amo".

- Feliz natal, Josh. - falei triste.

A manhã ia se passando devagar enquanto Sol e Lunna abriam os presentes.

A dor continuava forte ali. E agora, meu coração também doía.

- Ainda com dor, Any? - Sabina perguntou e Josh olhou preocupado.
- Sim, mas não é nada. Deve ser só uma cólica.
- Não acha melhor ir ao médico? - ela perguntou e eu recusei.

Pedi para que Sabina fizesse o almoço, porque eu realmente estava com dor.

Casa dos Soares Beauchamp
17:00

Eu estava me contorcendo de dor, por dentro, porque por fora eu não queria nem demonstrar fraqueza.
Josh estava no tapete brincando com as crianças e Sabina me olhava preocupada.

Fui até o banheiro quando uma vontade imensa de vomitar veio.

Eu vomitei até minha alma.

- Nós vamos no médico. - Josh apareceu na porta. - E não adianta dizer que não vai.
- Mas, Josh...
- Mas, nada. Minha mãe está vindo pra cá pra ajudar a Sabi com as crianças. Nós vamos no médico, sim. Você é minha mulher, eu te amo e não aguento te ver assim. - ele estava muito sério. Deixei uma lágrima cair e fui trocar de roupa.

No carro

- Você não precisa desconfiar de nada, Any. Eu te amo mais que tudo e nunca teria para Megan, os mesmos olhos que tenho pra você.
- Mas não precisava falar comigo daquele jeito. Eu fiquei revoltada quando ela falou "nossas crianças", insinuando que eles eram seus e dela.
- Nem nos meus piores sonhos, eles seriam dela. Eu te amo, Any. Nunca duvide disso.
- Eu também te amo e essa noite foi horrível. - falei acariciando seu cabelo.

Não demorou muito e chegamos ao hospital.

Passamos pela emergência e logo fui chamada. A médica decidiu fazer um ultrassom enquanto eu me contorcia de dor.

- Se vocês não tivessem vindo agora seria pior, Any. - Ela suspirou.
- O que eu tenho?
- Você quase sofreu um aborto espontâneo.

Um Amor Em Hollywood 2Onde histórias criam vida. Descubra agora