Acordo vagarosamente com o barulho das gaivotas e com o brilho solar queimando meu rosto, mexo-me e percebo, ela não está comigo. Abro a porta rapidamente e corro até a faixa de areia, então a vejo à beira do mar.
Já era 26 de outubro, Devon estava viva pela primeira vez e aquilo era o suficiente para às lágrimas brotarem em meus olhos, eu finalmente havia conseguido que ela sobrevivesse e isso era tudo o que eu mais desejava em todo esse tempo.
Seco as lágrimas e me aproximo, a abraçando assim que a alcanço. Por mais que eu tentasse esconder, talvez fosse nítida minha dependência dela, mas não parece algo ruim quando ela deposita um pequeno beijo em meu pescoço e passa suas mãos frias pelo meu cabelo.
— Você está bem?
— Melhor — ela responde, separando nosso abraço, mas colocando uma das mãos em meu rosto. — Você estava chorando?
— Quê? Ah não, é que... entrou areia no meu olho, sabe?
— Sei... — diz desconfiada ainda me observando como se qualquer movimento meu pudesse entregar a verdade a ela. — Precisamos voltar para Los Angeles...
— Por quê? Não está gostando daqui?
— Estou, mas eu tenho uma festa essa noite, ainda preciso pagar minhas contas, não é?
Ao explicar-se, seu olhar apaga, isso acaba com ela, mas Devon ainda precisa fazer isso, pelo menos até encontrar uma solução.
— Você pode não ir.
— Mas como eu vou arranjar dinheiro depois, Jesse? Não tenho o que fazer até arranjar outro emprego, lembra?
— Olha, eu sei que é precipitado, mas... você pode morar comigo o tempo que precisar — ofereço-me em um grande impulso, sabendo que, se eu tivesse parado para pensar, talvez não teria o feito. — Meu apartamento é bem pequeno, mas acho que dá pra nós dois.
— Você está realmente falando sério?
— Se você quiser, eu tô sim — rio, logo voltando a fixar-me aos olhos esperançosos de Devon. — Sei que precisa disso para conseguir consertar as coisas e eu não vejo motivo algum para negar isso a você... E então, você quer?
Ela balança a cabeça positivamente, já com algumas lágrimas correndo de seus olhos e um sorriso estampado em seu rosto. Apesar de sua maior vontade provavelmente sempre ter sido consertar tudo, sei que ela não esperava que chegaria a ter condições de conseguir muito menos vindo de um quase completo estranho como eu.
— Jesse, eu não sei nem como te agradecer...
— Não precisa me agradecer, eu realmente quero te ajudar, está bem? — respondo ao depositar um pequeno selar em seus lábios. — Agora vamos logo aproveitar a praia... Sabe? Antes que as crianças comecem a aparecer aos montes.
Então ela concorda rindo e corre até a água, molha completamente o vestido e grita quando as ondas geladas atingem seu corpo.
Eu mal consigo parar de olhá-la e muito menos parar de sorrir bobo a cada vez em que ela se vira para mim, pela primeira vez ela estava viva em um dia 26 de outubro e eu penso a cada instante em capturar cada um de seus movimentos em minha mente com medo de perdê-la novamente.
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Todas as coisas que você deveria ler
FanficHá muitos séculos, Jesse J. Rutherford foi amaldiçoado pela morte, e agora mantém-se em um looping em que a cada 21 anos perde sua amada para a mesma. Agora, em todas às vezes que a perde, Jesse escreve uma carta, a qual nunca poderá ser lida. [Hist...