Aaron
Essa é definitivamente uma das festas mais chatas que eu já estive na toda a minha vida. O fato de não haver uma música ao menos um pouco dançante ou a possibilidade de beber um pouco de álcool a mais deixa isso tudo ainda pior.
É claro que eu posso beber vinho ou outro tipo de bebida alcoólica quando estou perto do meu pai, mas o problema é que não posso beber demais, para me animar, e isso me faz ficar extremamente entediado.
Todos os adultos estão conversando entre si com um sorriso enorme no rosto. Satisfeitos com a comida, a música e as pessoas ricas que as cercam. Se sentem completos. Ainda mais quando muitos sairão daqui sabendo que suas contas bancárias estão prestes a deixar o vazio que as habitaram por tanto tempo.
Mas não estou igual nenhum deles. A única coisa que não faz essa festa se tornar completamente deprimente é a Jess. Não consegui tirar meus olhos dela nem por um milésimo de segundo, por mais que ela tenha me ignorado a noite toda.
Não posso reclamar que esteja sendo ignorado. Admito que sou um babaca com ela desde o dia que nos conhecemos, a anos atrás, e também admito que ela tem sido mais do que paciente comigo, talvez até demais. Mas querendo ou não, quando estou com ela não consigo me comportar de forma diferente, se eu fizer isso, me sentirei muito vulnerável, transparente. E não tenho certeza se esta é a forma que eu quero me sentir.
Tudo o que eu queria fazer agora é descer até a adega do pai dela e fode-la em cima das garrafas de vinho, mas isso é inviável por vários motivos. Primeiro que as pessoas descem lá para ver a coleção de vinhos caros do Sr. Lush praticamente toda hora, e segundo — que é o motivo principal—, a Jess não concordaria com isso nunca. Não quando fui eu a pessoa que a deixou irritada pelo resto da noite. E talvez pelo resto do dia seguinte.
Mas felizmente a adega não é o único lugar desta casa que podemos ir para nos divertir, então não vejo o porquê de não ir tentar convencê-la, mesmo que saiba que as chances de isso dar errado são gigantescas.
Vou até a mesa que ela está sentada sozinha e me sento do lado dela. Jess continua prestando atenção em sua taça, ignorando o fato de eu estar logo ao seu lado.
"Divertida, não?" Pergunto sendo sarcástico, tomando um gole do vinho branco da minha taça.
Jess me ignora. Coloca sua taça de volta na mesa e começa a prestar atenção nos convidados, olhando para todos os lugares da sala. A porta de entrada, as escadas, ou as portas que dão para a cozinha. Exceto para mim.
"Então concorda?" Pergunto novamente. "Pois é, preciso dizer, essa com certeza não é uma das melhores festas que os seus pais já planejaram."
Jess olha para mim com os olhos semicerrados e com os lábios que formam um pequeno — e lindo — bico. Ela respira fundo e volta a olhar para frente.
Ok, se eu quero transar com ela ou fazê-la me perdoar, é melhor não insultar os pais dela ou insulta-lá de qualquer forma.
Me dou conta de que ela não vai me responder tão cedo e começo a bater o anel do meu dedo na mesa. Fico o batendo por alguns minutos, sem parar de pensar como fazê-la me desculpar por meus comentários inúteis.
É claro que não poderia pedir desculpas, porque sei que vou acabar a insultando novamente, é inevitável. E eu nem sei porque eu faço isso, não sei porque tento de todas as formas irritar e afastar as pessoas de mim, não apenas a Jess. Mas não quero que ela comece a achar que minhas desculpas não valem nada, porque as vezes elas são as minhas palavras mais valiosas, talvez até mais do que qualquer outra que eu possa dizer.
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DIGA MEU NOME
RomanceJess sempre teve tudo o que quis, mas quando Aaron, o sexy badboy chega a escola, ela percebe que, no final das contas não pode ter tudo o que quer. *** Jess tem quase tudo o que quer. D...