Jantar

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Tweek:

Não gosto muito de levantar expectativas, mas as coisas estavam realmente melhorando para mim. Com Craig ao meu lado, sentia como se eu pudesse dar mais de mim mesmo, os ares realmente pareciam ter mudado, o frio da cidade já não era mais sinal de melancolia e possíveis escorregões na calçada, eram sinal de dormir de conchinha!

Primeiro eu adoro poder dormir abraçadinho com o Craig, mesmo tendo uma cama para visitas em outro quarto, ou um colchão extra que ele pudesse usar, concordamos silenciosamente de que dividiríamos a mesma cama. O corpo dele é tão quente e confortável que durmo tranquilamente à noite. Além do mais, agora podemos ir para a escola juntos, o que faz o processo de acordar de manhã muito mais fácil para mim, embora meu corpo tenha uma preguiça enorme de se levantar da cama seja por qual for o motivo.

No geral, meus pais não ligam para nosso relacionamento, quer dizer, ligar ligam, meu ponto é que não os incomoda, diferente dos Tucker. É engraçado como eu fico incomodado quando temos que jantar todos juntos, sinto que meu pai pode falar algo que deixe Craig desconfortável, ou que Craig pode fazer alguma indireta pervertida e meus pais podem brigar comigo.

Eu estou, já faz alguns minutos, encarando meu prato da janta, analisando palavra por palavra que é trocada e tentando não ter um ataque do coração. Não quero que nada dê errado, então assim que o silêncio é quebrado pelo timbre de uma voz, entro em imediato alerta.

– E a escola? – pergunta meu pai. Droga, sei muito bem o quão Craig odeia o nosso sistema educativo, ele deve falar essas coisas que meus pais vão reprovar e vê-lo como um delinquente ou má influência, droga, não quero que ele seja expulso da minha casa, preciso dizer alguma coisa, qualquer coisa, um assunto em comum.

Abro a boca para tentar falar algo que ambos possam conversar, mas não faço a menor ideia do que dizer, penso então em responder a pergunta do meu pai, mas não entendo exatamente como posso respondê-la. A escola? Er...

– As provas estão se aproximando. – Craig responde sem cerimônias.

– Ah, já?

– Sim, esse ano até que passou bem rápido.

– É verdade, não é querido? – responde minha mãe.

Eu fico perdido, isso parece aquelas conversas normais de jantares familiares, não consigo captar o que tem de capcioso ou o que pode dar errado. Eu deveria falar alguma coisa? Sinto que eles estão conversando ainda, mas estou muito perdido em pensamentos para poder responder.

Minha perna não para quieta, Craig pisa no meu pé delicadamente para me acalmar, eu respiro fundo e tento fingir que o que vai dar errado aqui não sou eu.

– Precisa de ajuda para as provas Tweek? – pergunta meu pai a mim, eu o escuto, mas não processo. Que droga está acontecendo comigo hoje?

– Não tem problema, eu posso ajuda-lo a estudar. Ninguém merece ficar de provas finais.

Ele conduz a conversa com meu pai, falam de escola, depois meu pai começa a fazer os discursos associação dele e eu quero interromper, mas não preciso pois minha mãe consegue. Craig age como se nada fosse incomodo e não tivesse qualquer ponto de desconforto, depois ele e meu pai falam um pouco de perspectivas futuras, como faculdade e essas coisas. Ele fala dos meus desenhos e de como seria possível fazer um dinheiro razoável com isso.

Eu queria ter metade desses argumentos, mas na verdade entro em um estado onde apenas sou espectador e minha comida fica fria, por que esqueço que estou na mesa de jantar. Quando volto a mim, minha mãe já está tirando os pratos da mesa e Craig se oferece para lavar a louça.

Creek: Novas EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora