Cap.9 Melodia - part.2

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   Desanimado Eran cavalgava bem atrás do grupo de amigos que animados seguiam rumo a Praça da cidade, sentia-se estranho sem o uniforme do exército, agora, vestindo calças largas e chinelos de palha trançada que havia usado poucas vezes, usava também uma blusa de mangas compridas de um tecido não tão nobre quanto suas roupas usuais, mais igualmente bonita e leve, talvez fosse isso que tanto o incomodava.

   A levesa dos trajes o fazia recordar a levesa da vida que ele já tivera uma vez.
 
 Ainda assim ele não vinha desarmado, trazia consigo uma  adaga cravejada de pedras escondida no cós da calça que por sua vez incomodava um pouco a cada vez que o cavalo era obrigado a trotar devagar devido ao terreno irregular, tudo isso só dificultava ainda mais o mesmo relaxar.

 Ele tentou, e se obrigou a prestar atenção na conversa dos companheiros fazendo comentários aleatórios, até avistar a cidade ao longe, seu coração que já batia descompassado apertou de tal forma que foi inevitável não levar a mão ao peito.

   Seus companheiros se entre olharam ao ver que Eram se fechava novamente para si, de forma que eles próprios resolveram fazer silêncio, mantendo o trote constante até chegar a cidade, atravessando uma clareira e subindo uma pequena ponte de pedra que nas épocas de chuva auxiliava na travessia do riacho que teimava em aparecer apesar dos esforços em aterra-lo.

   Um dos soldados olhou para baixo enquanto atravessava lembrando das vezes que escapuliram da patrulha para beber à beira do rio,  agora o rio que antes cortava a cidade de uma ponta a outra era apenas uma lama escura e funda que nunca secava, uma das coisas negativas em ser um elfo pensou o soldado, a longa vida os fazia presenciar coisas de mais, felizmente para ele sua vida até aqui vinha sendo proveitosa e prospera.

  Após alguns tempo caminhado entre as casas e jardins eles chegam no centro da cidade e mesmo que de longe já desse pra perceber que a música estivesse alta ao chegar ali, na praça o som  da música alta e os gritos animados de vendedores e moradores foi quase como um choque junto com a decoração  que estava tão clara e colorida que Eran piscou algumas vezes, já os outros rapazes riram e se apressaram em descer do cavalo.

   As tochas foram colocadas ao redor da praça para ajudar na iluminação, o cheiro do óleo de uva queimando tornava o ambiente mais agradável e leve de forma que Eran até desejou que houvesse silêncio para tudo ficar perfeito, mas a verdade era dura e por mais que tentasse não havia como ignorar a multidão que se formava a sua frente.

   O grupo de amigos levou os cavalos até um rapaz que cobrava três moedas de prata para guardar os cavalos durante toda a noite, mais para os *geàrdan ele cobraria apenas uma, juntos os cinco amigos logo  sumiram na multidão que se apertava em alguns determinados pontos de forma que para atravessar o local  levava tempo e paciência, a contragosto Eran deixou sua montaria com o rapaz que lhe garantiu que a água era fresca e o feno novo sendo assim ele seguiu os amigos.

   Em meio a multidão os elfos eram facilmente identificáveis, além de serem maioria na cidade eles usavam roupas leves em tons claros e a grande maioria das mulheres elficas usava o cabelo preso ou trançado de forma que suas longas orelhas e colo ficassem a mostra exibindo suas jóias de *macrame e seus colares com pedras *casteadas era simples mais ainda assim o requinte estava ali presente.

   Por outro lado o povo nômade  era a atração da noite, e ao contrário do povo da cidade eles faziam questão de ostentar o seu ouro e sua prata, vestidos nas suas melhores roupas eles transitavam com facilidade ali, os ciganos ganhavam o povo da cidade com sua lábia e seu sorriso fácil.

   As ciganas não perdiam tempo em oferecer seus produtos aos mesmos que geralmente tinham mais *airgead para gastar, algumas já tão cansadas em atender a multidão davam nós em suas saias para facilitar a movimentação em meio ao povo que festejava o bom vinho e a colheita farta.

   As carroças estavam rodeadas de gente de forma que vez ou outra Levy tentava dispersar um pouco a multidão ou pelo menos organizar, logo as apresentações começariam a mudar de pequenos truques de mágica e malabarismos para danças e músicas mais animadas, logo toda a mercadoria das carroças seria vendida e o ponto alto da noite se aproximava.

   Dividir o vinho era um dos pontos altos da noite, era uma forma de agradecer pela colheita farta e ser grato desde o momento pela as bênçãos que estavam por vir.

Do outro lado da festa próximo ao local em que agora algumas mulheres dançavam Eran avistou Levy que sorrindo tocava e transitava entre as elas que dançavam em sincronia perfeita, andando mais um pouco ele avistou dona Dinir que já recolhia suas coisas e colocava devagar em sua carroça, Eran se aproximou e ofereceu ajuda, de pronto ela aceitou e enquanto ele punha as coisas para dentro dona Dinir tecia comentários sobre como ele estava magrinho e abatido, e comentava que ela tinha um ótimo chá pra ajudar a melhorar aquela palidez.

Após terminar ela agradece e se apoiando nele segue para a praça da cidade onde várias mesas compridas repletas das bênçãos da estação, maçãs, nozes pães e tortas algumas bebidas fermentadas e grãos expostos ali, apesar da fartura a preferência para tomar o vinho era dos idosos.

Aguardando do lado de fora da carroça Caliel ficou deslumbrado quando ... desceu deu e mão  pra ele é pra ajudar a descer e juntos foram para o centro da praça aonde a cerimônia ia ser realizada, uma senhora começa a falar sobre a colheita e agradece pela fartura, logo os mais velhos abrem as garrafas e dividem entre si, .... não pode deixar de reparar em Eran ao lado de Dona Dinir escutando suas ladainhas e sorrindo, a multidão começava a se desperçar e ela acompanhou.

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