Eu confesso que esperei ele ir atrás de mim ou me ligar depois mas não aconteceu, essa conversa só piorou tudo, eu to nervosa e agitada, assim que saio da cirurgia, vou pra casa e as crianças fazem uma folia quando me veem, nós brincamos na sala e eu já olhei meu celular muitas vezes, nenhuma notícia dele
- Mamãe, o tio Andrew vem colocar a gente na cama?
- Eu não sei, Ellie
- Ele disse que vinha contar uma história muito legal
O Bailey explica
- Ele ainda estava no hospital quando eu saí, eu não sei se ele vai pode vir
As crianças se distraem com os brinquedos mas a Zola senta ao meu lado
- Você tá triste, mamãe?
- Não, Zozo
- Ta sim, seus olhos ficam diferentes
- Ah é?
- É, por que você tá triste?
- Não to triste, eu to preocupada
- Com o que?
- Coisas do trabalho
Eu olho o celular, de novo, nada dele, então alguém bate na porta, as crianças saem correndo, eu levanto devagar e eles já abriram a porta e conversam com o Andrew, falando ao mesmo tempo, ele olha pra mim por um momento e desviamos o olhar, pelo visto as coisas vão continuar estranhas
- Oi
Ele diz
- Oi
Eu respondo e não passa disso, ele vai pra sala com as crianças, eu vejo eles rindo e se divertindo, mas eu consigo ver a sombra de preocupação nos olhos dele, toda a atenção é voltada para as crianças até a hora de irem dormir, o Andrew sobe com eles hoje novamente pra contar a história que ele prometeu e eu fico pensando como vai ser com um bebê a mais se ele resolver que não vai ficar, que realmente não quer essa criança, as lágrimas piscam nos meus olhos e eu levo a mão a barriga, meu coração se aperta e dói com essa possibilidade mas eu não vou pedir que ele fique, não vou insistir, se ele não quer o bebê, então ele pode ir embora, eu olho pra cima pra impedir que as lágrimas caiam, imagens de nós dois passam na minha cabeça, ele é tão doce, tão carinhoso, imagens dele com meus filhos, como eu vou explicar pra eles que o tio Andrew não vem mais é que eles ainda vão ganhar um irmãozinho, quatro filhos, eu terei quatro filhos e estarei sozinha, eu suspiro e as imagens continuam aparecendo na minha cabeça, eu sempre imaginei que o Andrew seria um pai incrível até descobrir que ele não quer ser pai e que é uma ideia muito concreta na cabeça dele.
- Você parece perdida em pensamentos
Eu nem vi quando ele desceu as escadas, ele senta no sofá, mas não muito perto
- Você disse que nós temos um problema
Ele diz
- É, eu disse
- Você quer um bebê, é isso?
- Por que você não quer?
- Mer, vamos adotar
- Eu só preciso que você me dê um motivo, Andrew
- Um motivo pra adotar, achei que você, mais do que qualquer um, soubesse da importância disso
- É claro que eu sei, não é isso, um motivo pra não ter um filho
- Eu não sabia que você queria tanto assim um bebê
- Que droga, Andrew, só me diz porquê não
- Não querer não é motivo suficiente?
- Então é isso? Você não quer um bebê?
- Não é só isso, por que esse assunto agora? Por que tanta insistência...
Ele parece totalmente chocado, é claro que depois de falar tanto sobre isso, ele ia perceber, eu baixo a cabeça
- Isso... não... é verdade? Você tá...
- Você nem consegue dizer, é Andrew, eu to grávida, eu não esperava e foi um susto mas eu quero esse bebê independente de contar ou não com você pra isso
Ele esfrega o rosto, passa a mão pelo cabelo e olha pro tapete
- Eu... preciso de ar, preciso respirar
Ele diz, sem olhar pra mim e fica em pé
- Eu não estou te pedindo nada, nem pra você ficar, nem agora, nem na minha vida
Ele olha pra mim, os olhos marejados e ele sai, me deixa sozinha na sala, ouço a porta bater e as lágrimas que eu tanto segurei, finalmente, caem

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O que eu vou fazer?
FanfictionE agora? O que eu vou fazer com essa informação, diante dessa situação?