1° Choro, pela minha incapacidade

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Nove meses depois...

Estou no aeroporto aguardando ansiosamente pelo meu vôo, amanhã é meu aniversário de dezesseis anos e estou me mudando para Toronto, no Canadá. Estou extremamente animada para isso e mal posso esperar para conhecer meu hospedeiro, trocamos algumas mensagens durante dois meses mas ele não me mandou fotos e nem uma rede social, papai (na verdade, meu padrasto mas que o chamo de pai por ter me criado) e mamãe sabem quem é ele e querem me fazer uma surpresa! Não consigo imaginar quem poderia ser e não consigo conter minha ansiedade, mexo meus pés descontroladamente. Hoje é dia 27 de agosto e pretendo voltar ao Brasil daqui um ano e meio, claro que irei sentir falta dos meus pais mas o meu sonho está me esperando e ele irá chegar em poucos instantes.

— Querida?! — mamãe me chama e a olho — Vou sentir sua falta — ela me abraça e chora e não posso conter minhas lágrimas, meu pai ne abraça também e todos ficamos assim por um tempo — Deus e essa viagem irão te curar! Sabemos disso — a abraço com mais força antes de solta-la, me viro para o meu pai e o vejo em lágrimas.

— Papai, não chore! — ele me abraça com mais força ainda e retribuo. — Vou sentir muito sua falta — diz ele e as lágrimas saem sem que eu as permita.

"Senhores passageiros, o vôo para Toronto, Canadá, sai em 20 minutos. Peço que esperem na área de embarque. Obrigada"

Solto do meu pai e recolho minhas malas, enxugo minhas lágrimas e olho uma última vez para os dois.

— Ligo quando chegar, obrigada por tudo. Vou sentir muita falta de vocês! — eles sorriem e se abraçam em um ato de se confortarem pela "perda" que estão tendo.

Me viro e não olho para trás, vou desistir se fizer isso. Começo a andar rápido para chegar logo a área de embarque. Quando chego, passo pelo detector de metais e faço todos os procedimentos e ,finalmente, embarco no avião e aguardo, com lágrimas insistentes, minha nova e promissora fase.

[...] Acabo de pegar minhas malas e procuro alguma placa com meu nome. Vejo uma aglomeração e, coincidentemente, uma placa com meu nome estava erguida no meio da aglomeração! Começo a andar rápido para chegar e ver o que estava acontecendo, a ansiedade se torna predominante, posso sentir meu coração bater mais e mais rápido. Meus olhos me enganam, mais uma vez encontro ele aqui, como pode ser possível? Pode ser um sósia... ou qualquer outra pessoa, menos ele. Como o destino poderia nos colocar frente a frente de novo em circunstâncias tão improváveis? Shawn Mendes está, novamente, me observando como se fosse a única mulher ao seu redor, eu sei que não é isso que ele pensa, mas é assim que me sinto... que quero me sentir!

Sua mão se ergue e começo a piscar repetidamente, ele me fez acordar de um transe que não acontecia há meses. Puxo mais rápido minha mala e ajeito a minha mochila no ombro, a ansiedade toma conta do meu corpo a cada segundo que observo seus olhos castanhos. Sinto minha mochila ser puxada e minha mala também, olho para trás assustada e vejo um grande homem de terno preto e óculos da mesma cor segurando ambas as coisas que me foram tiradas.

— Peço que a senhorita me acompanhe, o senhor Mendes me pediu para levar suas bagagens até o carro — ele pede e me puxa, com delicadeza, pelo ombro até aonde o seu superior estava. — Muito obrigada pela gentileza — agradeço e ele sorri discretamente e vai embora levando minhas coisas.

— Señorita Medeiros! É um prazer revê-la, o destino é curioso — sorri e entrelaça seu braço no meu — O senhor me enganou, senhor Mendes — ele ri e eu o acompanho — De certa forma, sim, queria deixá-la surpresa — ele se lembra de mim? Mesmo tantos meses ainda persisti em sua memória?! Estou sendo ingênua ou o exuberante homem ao meu lado se lembra da vergonha e sofrimento que meses atrás fui obrigada a passar? 

Minha Pequena - Volume umOnde histórias criam vida. Descubra agora