As batidas do meu coração vão se tornando mais calmas e mal posso sentir elas como antes, minha respiração ameniza junto delas. O cheio do seu perfume invade o quarto e traz a paz que eu precisava, foi só um sonho!
- Você está bem? - balanço a cabeça que sim, percebo que estava suada e minhas mãos geladas. - Ouvi você chorando e dizendo algo, que não pude entender - inconscientemente, o puxo e abraço com força. Deixo todos os meus sentimentos ruins irem e apenas o calor do seu corpo ficar, ele me abraça de volta e suspira.
- Obrigada - sinto as lágrimas descerem sem rodeios. Ele me aperta mais e ali ficamos por um tempo, até que adormeço em seus braços reconfortantes, aonde eu posso chamar de lar.[...]
Acordo com a luz do sol invadindo o quarto, olho as horas no celular e vejo que é cedo: 08h00. Levanto-me e esfrego os meus olhos, em uma tentativa inútil de afastar a preguiça, vou ao banheiro e lavo o meu rosto. Desço as escadas, vejo Shawn ao telefone e ele faz um sinal para que eu espere, sento na banqueta e aguardo que ele encerre o telefonema. Quando, finalmente, ele desliga o telefone, ele vem na minha direção e abraça a minha cintura.
- Passarei o dia fora, ficará bem? - sinto ele suspirar e enterrar o seu nariz mais profundamente no meu cabelo.
-Pode deixar, sou grandinha o bastante para me cuidar - debocho e ele ri.
- Não tenho dúvidas sobre sua capacidade de se manter, mas tenho dúvidas quanto ao "grandinha" - ele ri ainda mais e o afasto.
- Posso não ser alta como você, mas sou alta! - ele ri mais alto com o que eu disse e me aperta mais entre os seus braços.
- Você é pequena e é o meu dever cuidar de você - meu coração parece que, simplesmente, para de bater, isso foi tão... atencioso. Ele enterra o seu rosto por entre os meus cabelos de novo e sussurra: - Minha Pequena - meu corpo estremece e ele percebe. - Falei algo que não deveria, Pequena? - um sorriso de orelha a orelha nasce no meu rosto e me sinto eufórica.
- Você acha que não deveria ter dito isso? - ele ri.
- Não tenho dúvidas de que foi o momento perfeito
- Então por que se preocupa tanto? - ele suspira.
- Me importo com você e com o que pensa - ele se solta da minha cintura e beija a minha testa.
- Esteja pronta hoje a noite, iremos sair - fico surpresa.
- Para onde? - indago e ele sorri.
- Apenas coloque roupas confortáveis e fique linda como sempre é - sorri e beija a minha bochecha. - Estou indo, me ligue caso precise de alguma coisa - aceno que sim e vejo ele ir.Levanto-me e corro para o meu quarto para ligar para a mamãe, no segundo toque ela atende.
- Feliz aniversário! - começo a rir do coro que a mamãe e o papai fizeram no telefone. Havia me esquecido de que hoje era o meu dia.
- Obrigada! Como vocês estão? - minha mãe bufa.
- O que importa é você filha, como você está? - começo sorrir.
- Ótima.
- Teve algum pesadelo? - meu sorriso some e a angústia passa a fazer parte de mim. Sim mamãe, ainda continuo dependente dos meus medos...
- Não! Não que eu me lembre - sorrio forçadamente, mesmo que a mamãe não pudesse me ver e descobrir que menti para ela.
- Isso é ótimo filha, você deixou que ele a tocasse? - nem havia percebido que não fiquei receosa com o seu toque da maneira que fiquei com todos.Marcos se aproxima e recuo, sua mão se esticou para que ao menos alcançasse a ponta de seus dedos na minha bochecha.
- Não seja tão arisca, princesa - me encolho, odiava aquela palavra do fundo do meu coração, apesar de, um dia, ter sido um sinal de conforto vindo daqueles lábios. Ele tenta uma nova aproximação e me vejo encurralada! - Finalmente! - seus dedos encostam o meu rosto e sinto asco, tudo o que eu mais queria era acordar desse pesadelo. - Sabe que não faço isso para o seu mau, não é?! Estou apenas cuidando de você - viro o rosto e fecho meus olhos com força, mentiroso.
- Mentiroso - sussurro e essa palavra pareciam reconfortante quando dita. Ele puxa o meu rosto para que eu o olhe novamente e meu coração começa a bater mais rápido do que já estava.
- O que você disse? - abaixo meu olhar e rezo para Deus para que ele esqueça isso. - Reponde! - ele grita, meu corpo estremece.
- Não disse nada... - ele cospe no meu rosto e começo a chorar.
- Gabriela! - ele grita e tento fugir do seu toque. - Gabriela - meu nome é repetido por diversas vezes.
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Minha Pequena - Volume um
أدب الهواةPrimeiro livro da trilogia; "Meu maior paraíso se tornou o inferno, a amargura se tornava presente depois que tudo aconteceu. Me tornei outra pessoa..." Gabriela Medeiros teve seu sonho arruinado, assim como sua vida e seu coração. Com marcas ext...