A mulher passou dias afim em uma caverna no meio de arbóreas, a solidão não á maltratava de todo modo, pois ao chegar do sol na manhã a mulher que a trouxera trazia consigo mantimentos e a deixava só, e ao calar da noite sobre a escuridão intensa ela voltava para descansar.
Conversaram tantas poucas vezes que até mesmo se esquecerá de sua voz, e como era bela aos seus ouvidos. Sentia-se abraçada por delicadeza desconhecida, como se pela primeira vez na vida alguém lhe tratou de fato como humana.
Quando a noite chegou ficou acordada esperando pela mulher, que ao chegar silenciosa se assustou com a presença desperta da garota, sobre a palha que era agora para ela sua cama.
— Porque foge de mim? Deixe-me conhece-la. — Pediu de um jeito clamante. Medusa sentiu-se voltando em um passado vivido, quando sua amante pediu-lhe jeitosa que a sacerdotisa de Atena cantasse para ela.
— Você vai se machucar. — Temerosa e triste medusa falou. O trauma em ferir aqueles a qual amava e protegia a marcava mais fundo em sua alma, e essa talvez fosse sua única certeza na vida, morreria triste e sozinha no final de tudo.
— Por favor, eu realmente quero conhecer-te. — A voz chorosa saiu rasgando mais fundo no espírito da mulher a qual a garota clamava conhecer. O coração flagelava facil, mas prometerá a si que não a petrificaria por algum de seus desleixos, então iria continuar com a promessa.
— Você não poderia, existe uma maldição antiga... — A mão da garota voou apertando leve e delicada o pulso de Medusa, que de relance a viu encarar estática o teto vazio da caverna. Os olhos leitosos e cinzas como o céu nublado não focavam certos em Medusa. A reptiliana aproximou-se um pouco mas confiante da mulher assentada ao chão, e encantou-se com os globos oculares totalmente protegidos de sua calamidade petrificante. Soltou um bafejo despreocupada, tornando-se a falar novamente.
— Como isso lhe aconteceste?
A garota enrugou a testa por alguns segundos, decifrando a pergunta a qual a mulher havia lhe feito.
— Você se refere aos meus olhos? Nasci deste jeito.
E então um silêncio formou na caverna úmida, era cada vez mais possível ouvir um sorriso nos lábios doces de Medusa. Desacreditada no que ocorrerá, iniciou ela a conversa a qual a garota queria, perguntando-lhe o que comumente pessoas desconhecidas faziam entre si no primeiro contato.
— Como se chamas? — A menina abriu um sorriso genuíno, sentindo finalmente que alcançará a conversa que tanto tencionava.
— Praxila, e como você se chamas?
— Muito prazer lhe conhecer Praxila, chamo-me Medusa.
Conversaram e trocaram confissões da vida uma a outra. Praxila sentia que não deveria de modo algum tocar no assunto da maldição, apesar curiosidade e o som das cascaveis sobre os ombros de Medusa a instigarem.
E finalmente decidiram dormir as duas, as vezes acordando meio sonolentas para ver se uma a outra na escuridão penunbrenta. Os sorrisos, os batimentos cardíacos acelerados, e o sentimento anômalo que corria pelas veias eram como uma música de lira já conhecida, tocada.A não sublicidade daqueles sentimentos os tornavam mais tentadores, pois com o tempo eles cresceriam tão forte junto a alma que a dor de arrancar-lhes as mataria.
E então o tempo passou disperso como a água. Meses se tornaram anos, e anos se tornaram décadas. E cada dia que elas percorriam o sentimento mútuo de pertencimento uma a outra aumentava ainda mais.
O amor calculava as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência era uma eternidade. Não que fossem dependentes uma da outra, mas preferiam gastar suas horas com sentindos incongruentes para existência, como afagar a cabeça cheia de cachos anelados de Praxila, ou deslizar os dedos esguios sobre o queixo macio de Medusa.
— Deveria comer antes que estrague. — Prounciou oferencendo-lhe a mão com frutas da floresta. O toque do dedo na mão da mao arrepiou os pelos da nuca de Praxila, que ficou rubra.
Medusa não notará por estar imersa nos proprios pensamentos. Mas sentiu quando a mão nua cobriu a sua. A mulher lhe contaria sobre seus sentimentos que guardava dentro do coração a anos, contaria-lhe do fascínio, do magnestismo e da paixão ardente que cobria-lhe inteira quando Medusa a cercava.
— Eu gosto de você.
— Eu também gosto de sua presença Praxila. — Confessou a mulher, pronta para dizer algo a mais sobre a situação.
— Na verdade posso dizer que te amo, Medusa. — A mulher reptiliana mirou sobressaltada pela confissão, sentindo o peito arder novamente febril.
Medusa aproximou as mãos delicados do rosto macio, tocando com os lábios as pálpebras dos olhos da mulher.
— Eu também.
E as mãos desceram desaceleras para os braços e as costas desnudas das duas. Medusa beijou-lhe intensa e cheia de carinhos os lábios roxos.
O lamurio da lira de Safo poderia até ser ouvido se estivesse ali, como uma presença insólita que aproveitava a magnificidade da vista das duas juntas.O cheiro adocicado da perdição cantava serene em seus ouvidos. O caminho inerente ao inferno estava marcado nas mãos das duas, que dançavam desajeitadas apertando cada pedaço escondido da alma da outra.
— Eu te amo. — Disse por ultimo Medusa a sua amante. Deitaram-se celeres uma em cima da outra, aproveitando o calor inebriante que exalava sem repúdios dos corpos quentes das duas mulheres.
Os corpos entrelaçavam-se em sintonia.
A Língua úmida no céu de sua boca embebeu-se com o gosto agridoce de seus lábios.
O suor banhava os corpos tremidos que observavam tímidos a reação uma da outra. Suspiravam profundamente procurando o ar que lhes faltava. Os cabelos anelados e enegrecidos de Praxila cairam tênues na face. Os lábios entregues juntamente ao corpo entorpecido mordiam de leve seus cantos, tentando ao máximo não cair com os esbarrões inevitáveis que faziam nos objetos ao chão da caverna, mas o novo pecado era tão deliciosamente deslumbrante que era quase uma ofensa parar para refletir em prejuízos.
Aos mãos se juntaram a pele sensível das costas, apertando a maciez da região que servia como suporte no momento. E como que se soubesse disso a noite caiu mais rápida, e logo o sol não estava mais no céu.O amor nunca forá tão sentido pelas duas confidentes.
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Êxtase
Cerita Pendek[Terminado] A ilha de lesbos, guardada e protegida por divindades celestiais, tem por uma de suas escrivãs e poetisas uma mulher denominada Safo. Alguns escritos de seus poemas cheios de cortejo redirecionados para mulheres do culto de Afrodite, e...