Capítulo 3 (Parte 1)

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Fazia quase um mês que Marla fugira de Billy e estava morando na mansão de Mila junto do filho. Ela estava feliz, os empregados da mansão dos Cross eram todos simpáticos com ela, com a exceção da Lola, a filha de senhor Alfred, o jardineiro. Lola tem quinze anos, ela é uma garota geniosa e arrogante, seu passa-tempo preferido é "tentar" mandar nos funcionários. Diz ela que no futuro se casará com o irmão da Mila e se tornará dona de tudo isso.

Mila a acha ridícula, de acordo com ela o irmão nunca se casaria com uma pirralha mimada como Lola. Marla não conhecia o irmão de Mila, porém,  já ouviu muito os empregados falarem dele. Dizem que ele é um homem com uma personalidade bastante tempestuosa, não aceita trabalhos mal feitos ou feitos pela metade, dizem que ele é um homem bruto e um tanto assustador, mas que apesar de sua personalidade difícil ele respeita todos os funcionários da mansão.

Marla estava na cozinha conversando com a dona Adeline — uma das cozinheiras da mansão —  sobre o senhor Cross quando Lola chega.

— Posso saber o que as duas estão fazendo de bate-papo aí quando deveriam estar trabalhando? — Ela indaga de cabeça erguida e braços cruzados.

— Olhe, você me respeite, mocinha, eu tenho idade para ser a sua avó! — Dona Adeline retruca.

— Vó? Você é só uma empregada aqui e eu a dona disso tudo, você não é ninguém! — Diz em um tom de superioridade, fazendo com que Marla ficasse chocada com suas palavras. Ela já vira Lola sendo arrogante com os funcionários, mas nunca a vira falar daquele jeito. Suas palavras fizeram lembrar de como o Billy a tratava. Da humilhação por ela ter largado os estudos, por não ter onde morar...

— Chega! — Marla se deixa levar e acaba gritando com a garota. Ela não podia deixar a pobre da Adeline ser colocada para baixo por aquela menina fútil.

— Como ousa? Acha que só por que é amiguinha daquela sonsa da Mila, acha que tem algum direito aqui dentro? — Lola grita de volta se sentindo insultada. Quem aquela mulher pensava que era? Não fazia nem um mês que está aqui e já quer dar uma de dona? Lola não deixaria.

— Como eu ouso, você diz? Não vou deixar um garotinha mimada como você sair insultando os outros só porque tem uma paixonite platônica pelo dona da casa e que acha que tem algum tipo de poder aqui dentro. — Marla cospe tudo o que estava instalado na garganta há muito tempo. — Sua atitude é completamente ridícula e desnecessária. Qual o problema de conversamos por uns minutos aqui na cozinha? Nós também temos direito a uma pausa, não somos robôs não, garota. Nenhuma vez eu ou a dona Adeline deixamos de fazer nossas obrigações então para que isso?

Lola estava sem reação, queria retrucar contra aquela mulherzinha arrogante mas não tinha ideia do que falar.

Completamente envergonhada e furiosa, Lola sai do local pisando duro fazendo com que Marla e Adeline ficasse aliviadas.

Marla não gostava de confusão, sempre procurara não entrar em nenhuma, mas ao ver o que aquela garota estava fazendo a tirou do sério. Uma simples frase podia fazer alguém ficar seriamente machucada por dentro. As palavras tinham um poder enorme sobre as pessoas. Marla mais do ninguém sabia muito bem disso.

O clima entre elas havia ficado meio "tenso", nenhuma das duas se pronunciara até o momento em que Maral decidiu falar algo.

— Aquela garota não sabe o que fala. — Marla diz.

— Ela não é uma pessoa má. — Dona Adeline diz. — Ela passou por muitas coisas quando mais nova é compreensível.

Marla a fitou incrédula. Se recusava a aceitar suas palavras.

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⏰ Última atualização: Mar 16, 2020 ⏰

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