Capítulo 5.

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Não ,ele não pode tê-lo visto, é impossível.

Então por que isso parece mentira ? Por que sinto que estou me enganando ? Aquele garoto não pode tê-lo visto, ele não viu ! Não viu !

Voltei para a caverna preocupado, olhando sempre para trás.

Se ele vir atrás de mim ? Se ele trazer outras pessoas com ele? Vão me matar, vão saber o que eu sou, iram me matar !

Talvez tenha imaginado ?Quero ter imaginado !

Abracei as pernas e tremi medo. Quem eu tinha para me proteger aqui ? Sem meus amigos e familia não há como sobreviver.

Vou morrer.

~

Ao acorda na noite seguinte, meus pés me levaram até a mesma árvore da noite anterior, a observei incerto sobre subir ou não. Por fim me virei e fui para o grande lago.

Se for apenas um garoto talvez ele não faça nada, talvez ficasse quieto , mas não sou idiota ao ponto de achar que ele irar me ajudar e não posso confiar nele, não posso acreditar que ele não vai me machucar, que não vai contar.

Respirando fundo continuei a encarar o lago em silêncio.

~

Nos próximos dias que seguiram Harriel adotou um costume estranho, assim que o sol se pôs ele iria até a mesma árvore onde tinha visto o garoto e a encarava buscando coragem de subir novamente , só para sentir toda a coragem se esvair e dá lugar ao medo .Então ele fugia , como um rato de um gato e se escondia na caverna.

No anoitecer do décimo terceiro dia ele chutou o balde.

" Eu não sou um covarde certo ?!"

Gritou para a cobra na árvore, a mesma cobra que sempre o encarava quando vinha até a maldita árvore.

E sem esperar resposta e antes que seu subito ataque de coragem se fosse Harriel começou a escalar a árvore novamente, a diferença agora era que ele subia bem mais rápido, sem se importa em machucar as mãos, em menos de dez minutos Harriel se encontrava no topo.

Respirando fundo, ele se acomodou no galho embaixo dele e encarou o castelo a sua frente , usando sua visão melhorada ele se viu encarando as varandas do castelo , sem lembrar em qual Dipper havia avistado o garoto , ele continuou a olhar todas. Depois de uma hora olhando e observando todas Dipper relaxou , e boa parte de seu nervoso se foi.

Esticando umas das mãos ele pegou várias das frutas na árvore , eram feias, porém gostosas e começou a comer enquanto olhava o castelo.

Mais uma hora se foi e a lua brilhava alto no céu, com um suspiro cansado Harriel se preparou para descer , quando finalmente viu alguém entrar na varanda. Seus olhos automaticamente melhoram a visão, encarando o estranho, ele teve certeza , era o mesmo garoto novamente. O menino se virou em sua direção, quando os olhos do garoto brilharam em amarelo e Harriel soube que ele o via também , então o garoto sorriu. Diferente do sorriso que Harriel esperava , não era um sorriso cruel banhado em desejo de violência e maldade.

O menino parecia está falando algo , mas pela distância óbvia Harriel não ouviu nada além do vento. O garoto pareceu entender isso e se foi , como Harriel já esperava o menino voltou bem rápido com um livro , o erguendo no ar Harriel teve que força sua visão ainda mais além para poder ler , mesmo que as palavras estivessem escritas bem grandes , uma dor aguda atingiu os olhos mas ele ignorou e tentou ler.

Harriel não tinha muito conhecimento da escrita desse mundo , o pouco que tinha aprendido foi por conta própria já que o pai não sabia ler nem escrever. Harriel adquiriu o pouco conhecimento tentando entender algumas das pichações em sua vizinhança ou até o onde a janela alcançava.

Por isso o único que ele entendeu da frase com uma letra realmente bonita foi.

'Você' 'Nome'

~

Ele quer saber o meu nome. Por que?

Olhei novamente para o garoto apesar da dor cada vez maior nos olhos , ele tinha um olhar ansioso e parecia animado.

O que você espera com isso garoto ?

Antes que pudesse seguer pensar uma dor aguda atingiu com força os meus olhos. Gritei e os fechei bem a tempo de vê um olhar de pânico do menino.

Gemendo de dor passei as mãos nos olhos só para sentir algo quente e viscoso , apesar da dor ainda os abri só para arfa ao vê minha mão banhada de sangue.

Isso não pode está acontecendo.

Como se agulhas invisíveis os perfurasse os fechei e desci da árvore o mas rápido que pude , graças a minha conexão com a floresta consegui descer sem problemas , já no chão a dor não diminuia, pareceu só aumentar.

Sem conseguir aguentar , comecei a chorar , porém só consegui sentir as lágrimas muito mais grossas que o normal.

Estou chorando sangue ?

O pânico me dominou e a dor latente não ajudava. Gemendo de agonia fui cambaleando até o lago.

Me ajoelhei na margem e tentei lavar os olhos e o rosto.

Dói, dói demais.

Não conseguia para de chorar e a cada lágrima a dor piorava.

Não sabia quando ou como mas de alguma forma me encontrava gritando e chorando no chão, enquando lagrimas sangrentas escorriam pelo meu rosto.

Alguém, qualquer um, por favor faça parar !

Notas da autora: Você pode ler o resto da história aqui:

https://m.dreame.com/novel/624435968.html

Cria da calamidade. Finalizada Onde histórias criam vida. Descubra agora