Epílogo

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A pequena multidão se espalhava pela casa de Yongsun, tantas modificações e partes adicionadas aquele lugar, talvez ela mesma não reconhece sua casa se não houvesse presenciado as mudanças. Um dos telefones tocaram e esticou a mão para pegá-lo. Não precisou de muito tempo na ligação e soube que se trava de um estrangeiro.

– Alguém aqui sabe falar mandarim? – Um dos refugiados se aproximou e atendeu.

Yongsun andou mais um pouco e encontrou Wheein planejando a próxima longa viagem atrás de pessoas que precisavam de refúgio, muitas cidades havia sido totalmente destruídas ou inabitáveis pela quantidade das criaturas que acabaram por chamarem de borrões por culpa de suas manchas, assim elas acabam por necessidade de refúgio.

– Em qual dia nós estamos? – Wheein perguntou a seu fiel ajudante, Hwang Ki.

– Dia 340. – O calendário era marcado todos os dias. – Moonbyul e Hyejin não mandaram notícias ainda, mas foram atrás de suprimentos. Um mercado mais ao fim da cidade, ela falaram que lá ainda estava com eletricidade então a comida podia estar preservada.

– Que bom, espero que ela estejam seguindo o mapa com os espaços dos borrões marcados. Ao menos Moonbyul tem a espada. – Wheein voltou a seus cálculos de rações e gasolina. – Alguma chance que posso ligar para elas e pedir gasolina? O próximo ônibus vai ter que atravessar três cidades para conseguir pegar os 19 sobreviventes, a água deles está acabando rápido demais e se conseguirmos a gasolina suficiente vai dar para ir sair amanhã.

Yongsun concordou e avisou que ligaria para as outras duas. Se sentia pasma as vezes com o que estavam fazendo, quando mandaram aquela massagem não imaginaram tantas pessoas vindo a seu encontro, mas agora elas estavam ali comandando um dos maiores refúgios pós-apocaliticos.

Kang Seulgi havia sido vista bem longe da cidade e até então nenhum contato direto em quase um ano, mas elas não se preocupavam tanto, a cientista não tinha mais poder.

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– Sun ligou e pediu por gasolina. – Hyejin disse procurando Moon atrás das prateleiras. – Eu marquei no mapa os postos que passamos.

– O que seria de mim sem a minha fiel co-piloto. – O sorriso fofo aqueceu o coração da mais nova. – O que acha de levarmos isso?

– Tem espaço?

– Sim.

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Wheein e Yongsun andavam as cegas em direção as coordenadas que receberam. Ouviram de longe as vozes do casal que pareciam discutir sobre algo bobo.

– Ninjas e samuirais não são a mesma coisa! – Moonbyul disse ferozmente encarando a namorada. – Não pode estar falando sério!

Hyejin quebrou em um risada histérica deixando a loira frustrada, Moonbyul encarou sua frente por um tempo emburrada.

– Então, qual a surpresa? – Wheein perguntou ignorando o que havia presenciado.

– Sentem e fechem os olhos. – Ainda rindo a mais nova se levantou.

Como pedido as duas sentaram. Sem muita demora algo foi posto na mão de ambas.

– Não pode ser! – Yongsun abriu os olhos. – Sorvete! – Os olhos da mais velha brilhavam como de uma criança.

– É, pegamos uma máquina de sorvete da loja que entramos hoje. E está muito bom. – Moon sentou-se novamente.

As 4 passaram a noite conversando, chorando, rindo e comendo sorvete, era bom ter um momento apenas delas depois de tanta confusão. Se sentiam renovadas após o tempo a sós, se sentiam prontas para mais um dia no apocalipse.

Days After The ApocalypseOnde histórias criam vida. Descubra agora