Capítulo 12- Malévola

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Eu acho que eu estou finalmente estou doida. Por que eu estava sorrindo? Por que eu beijei o Hades? E o pior, EU FALEI:

-Eu também te amo.

Ainda bem que isso foi baixo, mais para mim mesma. Logo eu voltei à razão, empurrei-o e disse:

-Qu-quer dizer... E-eu não... Argh! O que acabou de acontecer?

Eu me afastei, confusa. Não poderia ter feito isso. É insano. Eu não posso gostar de alguém... Ou posso? Na verdade, o Hades era bem esperto e poderoso, o que pode ser útil no futuro. Sem falar que ele até que é meio fofo tentando destruir o Olimpo...

Voltando para a história, eu provavelmente teria corrido que nem a Izma, mas olhei para a minha mão. Eu não devia ter feito isso. Meu dedo estava arranhado, porém não saía sangue ou outro líquido. Saía uma fumaça preta, que logo se transformou em vários feixes de luz, alcançando os corações de todos (sei disso porque ouvi o Gaston dando um grito de susto). A conhecida dor surgiu novamente em meu peito, me pegando desprevenida. Eu caí e tentei me equilibrar com uma mão no chão, o que só causou mais dor. Dessa vez, me forcei a não desmaiar e finalmente vi como acontecia: Nós começamos a desaparecer, nossas moléculas sendo teletransportadas para um outro mundo. O nosso mundo.

Num piscar de olhos, estávamos novamente na caverna da Úrsula. Minha mão não doía mais. Meu cetro estava caído, do meu lado.Todos pareciam atordoados e alguns estavam inconscientes. Olhei ao meu redor e vi Diaval, que também tinha retornado. Toquei em suas penas e o transformei em humano.

-Finalmente –ele resmungou- O que aconteceu?

-O feitiço foi quebrado –alguém atrás de mim falou.

Virei-me para ver Gothel ajudando a levantar Facillier. Grimhilde, ainda meio sonolenta, murmurou algo como:

- Mas e o suco que morreu?

Todos que estavam acordados olharam para ela, confusos.

-Eu... Quis dizer... – ela bocejou- Mas como isso aconteceu? Quem foi que deu um "beijo de amor verdadeiro"? – a Rainha Má fez aspas com os dedos ao falar aquela frase.

Eu resolvi ficar quieta. Apenas olhei para Diaval, e pelo que pareceu ele me entendeu. Acho que ter voltado ao meu mundo trouxe minha real personalidade de volta. Eu não queria que eles soubessem sobre o beijo. Eles não precisavam saber. Olhei ao redor: somente Gothel, Facillier, Grimhilde, Gaston e Hans estavam acordados. Eles ajudavam a acordar os outros.

Eu andei até Diaval e o ajudei a se levantar. Ele sorriu de leve para mim, pegando o meu cetro e me entregando. Fomos andando até o canto da sala, quando Gothel perguntou:

-Malévola! Aonde vocês vão?

-Essa maldição não vai funcionar. Vocês realmente vão tentar novamente? Isso só causará perda de tempo, dor... – me virei para olhar para ela e vi que Hades estava sentado, com a mão na cabeça, confuso – Tristeza e decepção.

Bati meu cetro no chão, fazendo uma névoa verde sair dele e envolver a mim e a meu amigo corvo. Hades olhou para mim e eu pude ver a confusão estampada em sua face. Ele se levantou e começou a caminhar até nós, mas não deu tempo. O teletransporte era rápido demais. Eu sorri para o deus grego e, pela última vez, consegui ver aquele garoto gentil que havia me beijado em um outro mundo. Então, senti minhas moléculas se desmaterializarem.

-E para onde vamos? – indagou Diaval.

-Para casa.

-Mas ele é bem bonito, né? – ele ironizou.

-Ah, cale a boca!

E então partimos.


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