Capítulo onze

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Este capitulo foi com a participação da autora Raquel Pagno, nos trazendo seu anjinho o Maravilhoso Hariel, contruimos juntas os dialogos entre Azrael e Hariel, espero que gostem.

Por Azrael

Faz dias que sinto que alguma coisa não está certa, tenho sentido uma pressão estranha ultimamente e não é algo que me agrada. Olho para cidade tentando entender a urgência que sinto em meu âmago, uma necessidade de sair voando e chegar o mais rápido o possível até Fernanda e protege-la.

Liberei minhas asas, como era bom senti-las. Estou no alto de um prédio olhando a cidade, enquanto o vento sopra minhas penas.

E mais uma vez o tempo chamou minha atenção, não gosto desse clima, e definitivamente a tensão me domina. Me joguei no ar, adorando sentir o vento passando por mim, enquanto plaino até começar a bater as asas e levantar vôo. Das coisas boas de ser um anjo, essa é uma das melhores.

Fui até o hospital e fiquei apavorado quando vi a quantidade de ceifadores que estavam naquele lugar. Era suicídio eu entrar ali, mas não deixaria Fernanda nas mãos deles, tentei agir rápido e como sempre, enfiei os pés pelas mãos. Nanda não entendeu nada e ainda brigou comigo. Mas não pude explicar nada. Falei para ela que iria espera-la em casa, mas um pressentimento me fez mudar meu curso, e como sempre ajo pelo instinto me deixei levar. Quando vi estava na frente da casa da Sandra, e uma voz falou dentro de mim, que eu precisava mexer na lembrança de todos que conheciam Fernanda. Ela vai me odiar quando souber disso. Mas é para o bem dela.

Me concentrei e alterei tudo, de repente ninguém mais a conhecia, simplesmente Fernanda não existia. Não me senti bem ao fazer isso, eu conseguia sentir a tristeza que ela sentirá. E a dor dela passou a ser minha.

Quando voltei vi Fernanda correndo para se salvar, e puxei-a para mim levando-a para igreja. Era bom te-la em meus braços segura. E tudo poderia ter ficado bem, se eu não tivesse deixado ela escapar de mim na hora que saímos do túnel.

Eu deveria me acalmar, pois sabia que o solo daquele cemiterio era santo, e de forma alguma um ceifador ousaria pousar ali

Eu corria entre as lapides, tinha que encontrar Fernanda, pois ela só estaria segura em um lugar fechado.

A chuva estava intensa e era dificil de enxergar, e meu gritos se perdia pelos ares sem resposta alguma

O desespero começou a tomar conta da minha alma, escutei a voz de Hariel tentando me acalmar.

- Acalme seu coração, irmão.

- mas onde ela está, já procurei para todos os lados, será que ela está bem?

- vamos encontrá-la. vá por aqui que eu vou por ali.

Assenti e sai correndo, era bom ter o apoio de outro anjo, era a primeira vez que eu tinha um amigo e a experiencia está sendo super positiva.

De longe eu escutei a voz da Fernanda, e procurei por Hariel, para ver se ele estava vendo alguma coisa. Ele estava longe, e pelo visto tinha ouvido também, seria muito mais facil se eu pudesse voar, mas eu sabia que se voasse poderia ser pego pelos ceifeiro.

De longe eu pude ver Fernanda, mas antes que eu pudesse gritar, ou fazer qualquer coisa para evitar, um ceifeiro veio por trás dela voando e cravou sua ceifa maligna no pescoço dela.

- Não!!!!!!! - gritei com toda a minha força e quanto fui me atirar no ar, a mão de Hariel me deteve. Eu não deveria voar, não com tantos ceifeiros por perto, certamente se fizesse isso me tornaria ceifeiro. Mas por ela eu entregaria minhas asas e minha vida.

Eu precisava encontra-la

- Me solta!

Hariel apertou ainda mais suas mãos me detendo.

- Não Azrael! Se você subir agora, será pego. Você sabe o que acontecerá se arrancarem suas asas. Não se precipite, meu irmão.

- Você não entende?- falei.- Preciso encontra-la, ela precisa de mim, irmão.- As lagrimas escorriam pela minha face, e o odio corria em minhas veias, enquanto eu encarava o ceifeiro que sorria em escarnio para mim.

- vamos encontrá-la e tudo ficará bem, mas agora vc precisa ter cautela... não poderá ajudá-la sem as suas asas.

- Irmão como vamos acha-la? Não sabemos onde é o vale dos perdido.- Só de pensar nisso, meu coração afundou ainda mais, só de imaginar o que ela estaria sentindo. Eu tinha que ir atras dela, precisava encontra-la.

Minha amada agora estava morta, meus olhos acompanharam o movimento do corpo dela sem vida, caindo inerte, uma casca vazia.

E mais uma vez, eu quis me soltar, se eu fosse um ceifador, certamente a encontraria, e poderia tentar protege-la de alguma maneira.

- Não faça isso, irmão. Lembre-se do que Adelina te disse: "a morte nunca poderá trazer a vida" e leve em conta que ela não era uma humana comum

Sim, ele tinha razão. Lembrei do que Adelina falou, e eu acreditei nela. E ouvir de Hariel, fez com que eu pelo menos parasse para pensar.

Fui até o corpo de Fernanda, minha querida Fernanda, o ceifador já tinha saído voando vitorioso.

Eu abracei aquele corpo, desejando que a vida ainda estivesse ali, mas sua alma já estava longe, aonde eu não podia chegar.

Não sei quanto tempo fiquei ali, Hariel não saiu nem por um instante, era bom te-lo por perto, pois se estivesse sozinho certamente a tristeza me consumiria.

-Vamos, Azrael. Precisamos dar a ela um enterro digno. Você precisa ser forte. Por Fernanda.

me ajude a erguê-la, vamos sepultá-la naquele jazigo ali.

Olhei para o ceu, e tudo estava normal novamente. Um céu lindo como se nada tivesse acontecido. Juntos empurramos a placa de concreto que selou o corpo da minha amada em sua morada eterna.

-Vamos embora, irmão. Não há mais o que fazermos aqui.

Assim eu segui meu caminho,nunca pensei como seria recomeçar sem a pessoa amada. Ainda se ela estivesse em um lugar bom, por mais difícil que fosse, eu aceitaria. Mas não, eu não podia me conformar, saber que Fernanda estava sofrendo.

Hariel me levou para o céu, afirmou que eu precisava descansar. Fui recebido por vários anjos, eu sabia que eles não se sentiam bem perto de mim, eu também não me sentiria se estivesse no lugar deles. Mas fiquei emocionado pelo apoio que tive.

Dormi por horas a fio, e tive inúmeros sonhos. Tanto que cheguei a conclusão que não eram simples sonhos, realmente estava acontecendo. Eu estava em um lugar escuro, frio. Escutava gritos por todos lados, os lamentos eram terríveis. Que lugar era aquele? Nunca tinha visto nada igual, as sombras estavam por todos os lados.

Eu quis sair dali imediatamente, mas um choro chamou minha atenção: Fernanda.

─ Fernanda! Cade você? ─ Eu sai correndo, procurando-a, tinha pessoas caídas para todos os lados, a imundícia era grande, as almas estavam suja e não tinha paz.

De repente eu pude ver ela sentada debruçada sobre suas próprias pernas chorando.

─ Fer? ─ Mas ela não me via e nem me ouvia, tentei tocar nela, tira-la dessa situação, trazê-la para meus braços. Mas eu não tinha o poder de tocá-la ali. Um ceifeiro veio até ela e deu-lhe um chute, e ela gritou e se encolheu toda e eu fiquei ali vendo e não podia fazer nada, nesse momento. O mesmo ceifeiro olhou-me nos olhos e sorriu, sim ele estava me vendo.

─ Oi anjinho, não tem permissão para vir aqui. ─ Ele falou alguma coisa baixinho, que eu não pude escutar, e eu fui puxado para meu corpo novamente.

Eu pensei que tinha perdido minha razão de viver, mas não, minha razão de viver precisa de mim, e eu vou buscá-la, doa a quem doer.

Mais um capitulo curtinho, foi por falta de tempo mesmo cheguei ontem a noite de viagem, e para recompesar vou postar o proximo capitulo daqui a dois dias. Ou seja será no dia 22.

Se gostou deixe seu voto e comente, sua opinião é muito importante. beijos e até sabado.

Anjo NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora