Sábado de manhã, acordei com o sol batendo em minha janela, depois de mais uma noite de forte chuva.
Precisava fazer algo do meu dia ou iria pirar. O sol já contribuía muito para que saísse. Sentia que devia fazer algo para ajudar em casa.
Estava com este pensamento em mente, quando ouvi Billy falar a Jacob que precisava fazer compras.
Arrumei-me ligeiramente e em questão de minutos estava na cozinha.
— Bom dia, tio Billy! Bom dia, Jack! - Falei entrando na cozinha e me sentado em meu lugar a mesa.
— Pelo visto alguém dormiu bem. Não está com aquela cara fechada de sempre. - Comentou Jacob, que parecia já estar acordado há horas, devido suas vestes sujas e o suor em sua camisa regata branca, completamente colada a seu corpo escultural.
Não tinha como não reparar, quando não estava sem camisa, ela estava colada a seu corpo por suor, ou devido à chuva.
— Dormi bem sim! Obrigada. - Respondi desviando os olhos de seu corpo.
— Bom dia Kayra? Quer uma xícara de café? - Perguntou Billy, enquanto colocava mais uma xícara na mesa e a enchia para mim.
— Precisa de ajuda com alguma coisa? - Logo me prontifiquei, dando uma bicada no café que estava super quente e queimando levemente minha língua.
— Pronto, pai, encontrou sua companhia para as compras. - Afirmou Jacob, se levantando e saindo para o pátio.
— Precisa fazer compras, tio Billy? - Perguntei a ele já sabendo sua resposta.
— Preciso comprar algumas coisas para a casa, comida e material de limpeza.
Foi neste instante em que tive um duro choque de realidade: desde que cheguei àquele lugar, tinha apenas me preocupado com minha dor, fechando meus olhos para a dor e dificuldade dos outros moradores.
Naquele exato momento tomei uma grande decisão sobre como eu seria em minha estadia. A decisão que deveria ter tomado no dia em que Billy me buscou no aeroporto, afinal de conta, Lá Push era a minha casa agora.
— Tio Billy, eu gostaria de pedir para que de agora em diante eu fique responsável pelo preparo das refeições de casa.
Billy não respondeu nada, apenas sorriu e com certeza, aquele foi um sorriso de alívio. Não deveria ser fácil se preocupar em deixar tudo pronto para mim e Jacob tendo suas limitações, ainda mais em uma casa não adaptada para um cadeirante.
Foi a primeira vez que dirigi desde que cheguei, ia para o colégio todos os dias a pé, por ser perto e até o momento não havia tido uma oportunidade para tal.
Jacob com muita relutância me entregou a chave de seu Ford F-150 e junto a ela uma lista de coisas que nomeou como o que Poderia e Não Poderia fazer com o carro. Dentre elas estavam duas ou três vezes a frase, não bater o carro em...
Estar dentro daquele carro era como estar nas nuvens, o movimento dele era suave e sua altura ajudava na sensação.
Na maior parte do caminho tudo que podia ver olhando para qualquer lado eram árvores, vários tipos, tamanhos e formas, em meio ao caminho um cervo com vastas galhas pastava às margens da rodovia.
A entrada para Forks era como na maioria das outras cidades do interior, havia uma gigantesca placa da cor verde com os dizeres:
Cidade de Forks, 3.175 habitantes. Sejam Bem-vindos.
Não foi difícil achar o supermercado, já que a cidade não possuía mais de dez quadras para qualquer lado que fôssemos.
Passamos em frente à lugares que me chamaram a atenção.
O Museu da Madeira, o restaurante Sully's Burgers e o Colégio de Forks, com uma placa que dizia: O Lar dos Espartanos. Fiquei imaginando como seria estudar ali ao invés de estudar na reserva.
Faríamos nossa compra no Thriftway, um supermercado com a fachada dividida entre o creme e o verde, um letreiro gigante com o nome do mercado, um peixe, uma caixa de leite e uma pera juntas em uma só imagem com o dizer Forks acoplado a elas.
Seu estacionamento era de um tamanho razoável, uma pessoa despercebida poderia facilmente perder seu carro ali se fosse um dia de muito movimento.
Não parecia apenas ser um supermercado, pois, ao entrar, seu tamanho e a quantidade de coisas contidas ali, eram exuberantes.
Prateleiras e mais prateleiras de mercadoria, alimentos, materiais escolares e brinquedos para crianças.
Fazer a compra foi bem mais divertido do que acreditei que seria.
Levamos em torno de duas horas para voltar à reserva. Billy conhecia muitas caras pálidas, e fazia questão de me apresentar a todos. A expressão em seus rostos era o que mais me perturbava, principalmente após Billy falar que era filha de Adahy Black.
Adicionei pesquisar sobre quem foi minha mãe em La Push. Sabia que em Walla Walla ela era uma Corretora incrível, me criou sozinha e nunca deixou que faltasse nada para nós. Contudo, na Reserva, ela parecia ser bem conhecida, mas os motivos não eram tão nobres quanto.
Bem como Jacob havia me pedido, seu precioso carro não sofreu nenhum arranhão.
Seth que estava atoa em frente de casa, nos ajudou com as compras assim que chegamos. Billy aproveitou e convidou ele e Leah para provar da primeira refeição que iria preparar.
Seth se prontificou a me ajudar com a louça assim que acabamos de almoçar. Leah, por sua vez, foi correr com Jacob e alguns outros garotos, muitos já havia visto no colégio, outros não.
— Um dia desses gostaria de ir correr com vocês, sinto que estou ficando sedentária desde que me mudei para a reserva. - Disse puxando assunto em algo que sabia que tínhamos em comum, eu também gostava de correr.
— Quando quiser, só me avisa que saio para correr com você. - Respondeu Seth, sorridente.
— Como faço para correr também com Jacob, Leah e os outros? - Perguntei, pois, a indireta se referia a me enturmar com os outros moradores da reserva.
— Um dia quem sabe você não entra para mati... equipe! - Disse Seth, corrigindo sua fala em seguida. — Quem sabe um dia você não entra para a nossa equipe de corrida? Quase como uma profissional.
— É, quem sabe. - Respondi com um falso sorriso e uma certa curiosidade sobre a equipe de corrida.
Acabamos de lavar a louça bem rápido, Seth era super prestativo e galanteador, não perdia a oportunidade de exibir seu lindo sorriso ou falar palavras bonitas.
— O que tem planejado para hoje? Quer aproveitar o Sol? - Perguntou Seth.
— Não é todo dia que o vejo, não vou perder a oportunidade de encher minha pele de vitamina D direto da fonte. - Respondi dando uma risadinha.
— Vista algo confortável, pegue água e comida, vou te levar ao topo da montanha. Há um belo campo de flores silvestres. - Disse, saindo da cozinha e indo para a porta de saída. — Até logo!
Obs: Capítulo Revisado.
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Imprinting
FanfictionKayra Black após perder a mãe, a única pessoa próxima, mudou-se para La Push, onde iria morar com seu tio Avô, Billy Black, e seu primo, Jacob Black. Com poucos meses de mudança, um novo Vampiro chega à cidade de Forks, a procura dos Cullens, fazend...