Capítulo 27 - Clã Falts

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Após todos partirem e ficar apenas Demetri e eu, permanecemos em silêncio por alguns instantes, seria a primeira vez que estamos a sós.

— Seu primo é bastante protetor. - Fala Demetri, irrompendo o silêncio.

— Não sei por qual motivo, mas sim. - Lhe respondo.

— Gostaria de te levar a um lugar, que considero especial. - Me propõe ele.

Por instantes, penso em sua proposta e em todos os perigos que poderia correr, mas o anseio por estar em sua companhia remove qualquer medo de meu coração.

— Especial? - Pergunto curiosa antes de dar minha resposta final.

— Depois de lhe conhecer, Nerine conseguiu me avisar dos planos reais dos Volturi, e o quanto seria perigoso voltar a Volterra. Fui obrigado a encontrar um lugar, para ficar, até limpar meu corpo do sangue humano. Vou te mostrar este lugar em especial. - Me responde ele.

— Então vamos lá. - Repondo-lhe, após ouvir sua explicação.

— Se não se importar, gostaria de levá-la nas costas. - Me fala ele.

Sua proposta me parecia um tanto quanto estranha de início, então faço uma careta.

— Mesmo em sua forma mágica, ainda sou mais rápido, e se a carregar, chegaremos em um curto limite de tempo. - Ele me explica.

Saímos da casa, então subi em suas costas, sua pele era fria, mas em contato com a minha, - que parecia uma fornalha ao seu lado - se tornou agradavelmente morna.

Demetri começou a correr por entre as árvores, se desviando com agilidade e magnitude. Fizemos quilômetros em minutos. Nunca havia seguido por aqueles caminhos, não fazia a menor ideia de para aonde íamos. Mais, confiava totalmente nele.

A paisagem vista ali era incrivelmente bela, apesar de as árvores estarem quase que completamente cobertas por neve. Um pequeno córrego levemente congelado dava-se destaque a paisagem.

Após minutos seguindo o córrego, chegamos a uma parede de pedras, onde em sua parte superior, havia uma gigantesca árvore, - com seus galhos cobertos por neve - suas raízes desciam pela parede, acompanhados de cipós.

Demetri me desceu de suas costas, segurou em minha mão e começou a caminhar em direção a parede.

— Agora você atravessa paredes também? - Pergunto ironicamente, pois, não havia nada além de parede de pedras, raízes e cipós na direção em que seguíamos.

Ele sorriu com meu comentário, então empurrou alguns cipós e lá estava, a entrada para uma caverna.

Na lateral esquerda da caverna, havia uma tocha, pronta para ser acesa. Demetri a acendeu iluminando o interior do lugar.

Caminhamos por alguns metros e a pequena passagem deu espaço para um gigantesco salão.

Não havia muitas coisas em seu interior, apenas um saco de dormir ao chão e vários livros sobre ele.

— Antes que pergunte, eu não durmo. - Me diz ele ironicamente, ao me ver observar o item ao chão. — Apenas o utilizei para não danificar meus amados livros. - Conclui ele.

Rapidamente, ele organizou o lugar, - os livros - abrindo espaço para que pudesse me sentar, e se sentou ao meu lado, segurando minha mão, então começou a me contar a história de sua família.

— Nosso Patriarca Stefan, nasceu em 1618 na Europa, filho primogênito de um casal camponês. Aos vinte anos, começou a trabalhar na empresa de tabelionato da família de um amigo. Se casou aos vinte e cinco anos, sua esposa faleceu dez anos após seu casamento. - Nunca tiveram filhos. Em seus últimos meses de vida, começou a beber e arrumar briga pelos bares que frequentava. Sua transformação foi aos sessenta e quatro anos, por volta de 1682, durante a peste-negra, por um vampiro nômade, que sentiu o cheiro de seu sangue, após Stefan ter sido espancado e deixado para morrer, após uma briga de bar. Depois de sua transformação, Stefan passou algum tempo escondido na propriedade da família, se mudou para os Estados Unidos em 1690, em 1700 se mudou novamente, desta vez para a Itália, e se uniu ao Clã Volturi, neste mesmo ano, conheceu Carlisle Cullen.

— Com aproximadamente 176 anos de transformação, saiu do Clã Volturi e conheceu Callida.

A luz fraca do ambiente, dava a pele de Demetri um tom diferente do que estava acostumada, poderia afirmar que o deixava com uma aparência humana.

— Callida, nossa matriarca, nasceu em 1818 na cidade da Flórida, Estados Unidos. Filha caçula de um empresário do ramo têxtil. Se casou aos vinte anos, com um militar, se mudaram para Missouri, onde seu esposo acabou morrendo alguns anos depois, devido a uma infecção em um ferimento de Guerra da qual participou - conhecido como Guerra Mórmon ou Guerra do Missouri. Callida nunca teve filhos e não se casou novamente enquanto humana, foi transformada por Stefan ao completar 40 anos, em 15 de abril de 1858, após quase morrer em um acidente com sua charrete, em uma viagem de volta a propriedade da família, Stefan passava próximo ao local e sentiu o cheiro de seu sangue. Se sentindo completamente atraído por ela, o sangue de Callida tinha o cheio devastador para Stefan.

Não me parecia natural essa atração que eles sentiam por sangue humano. Nem em minha forma mágica, gostava de comer algo que não estivesse devidamente cozido.

— Nasci na então recém fundada Austin, Texas, em 17 de novembro de 1899, meus pais faziam parte da equipe de colonização do lugar, fui a quinta criança a nascer na Cidade de Austin. Fui batizado como Demetri Jones Miller.
Em 1917, iniciei a faculdade de Música, na faculdade local. Comecei a trabalhar por indicação de um professor em um clube recém fundado, para jogadores de golfe.

— Em 1918, Carlisle procurou Stefan, pedindo-lhe ajuda. Carlisle havia recém transformado Edward, e precisava de ajuda com a papelada da adoção.

— Fui transformado por Callida em 1919, já com vinte anos, ela sentiu meu cheiro, - pois havia me ferido gravemente enquanto caçava cervos com amigos - durante a sua caçada, decidindo me transformar e aumentando assim então a família. Callida se sentia sozinha, e ao ver Carlisle formar uma família, ela também desejou, afinal, nunca tivera filhos.

— Novamente em 1921, Carlisle nos procurou, agora para poder se casar oficialmente com Esme, recém transformada por ele. Neste ano conheci Edward.

— Em 1933, novamente ele nos procurou, agora para a adoção de Rosalie. Um ano depois, em 1934, Carlisle adotou Emmett.

— Alina, nasceu em 12 de maio de 1921 na cidade de Quebec, Canadá, vivia com sua família em uma pequena e humilde casa. Sua mãe trabalhava de doméstica. A família se resumia a Alina, seu irmão caçula e sua mãe, a família passava muita necessidade. Foi transformada por Stefan durante uma viagem pelo país em 1939, com apenas dezoito anos, - após tentar um suicídio falho - na intenção de ela ser minha parceira. — Nunca a vi como esposa, e ao passar dos anos, nos afeiçoamos apenas como irmãos.

— Em 1950, por mais uma vez Carlisle nos procurou, pretendia adicionar Alice e Jasper a família.

— Foi neste ano, que conheci o veganismo da família Cullen, e lutei - com êxito - para introduzi-lo a nosso clã.

— A caçula Nerine, nascida em Moscou no ano de 1941, filha primogênita de um marinheiro, foi encontrada em 1956 e levada à beira da morte para o Hospital Morozov, - um hospital infantil - seu corpo estava com praticamente todos os ossos quebrados e havia sinal de estupro e muita violência.

— Stefan que na época trabalhava no hospital como zelador, - já havia aprendido a controlar sua sede - vendo a garota de apenas quatorze anos, naquele estado - sofrimento e possível morte - decidiu transformá-la e a incluir a nossa família.

— Davros, era tataraneto do irmão mais velho de Callida. Único parente real e ainda vivo de sua linhagem de sangue. Callida insistiu a Stefan que lhe permitisse transformá-lo. Davros não vivia em nosso Clã quando fomos atacados. O procurei a quatro dias, pedi sua ajuda. Preciso avisa-lo, que os Cullen's aceitaram nos ajudar.

Ouvi toda a história de sua família, agora tudo me fazia sentido, os Cullen's e os Falts tinham uma amizade antiga.

Mal tivemos tempo de falar sobre tudo o que havia me contado. Pois, logo após ouvir a história de seu clã, podemos ouvir um chamado.

Jacob uivava em meu chamado, havia alguém em casa, que ele gostaria de me apresentar.

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