O inverno boreal judiava da população da região. Cobrindo estradas e árvores, e congelando rios e lagos. Matando muitos animais que não conseguiram abrigo para o inverno.
O trabalho dos lobos, além de proteger a reserva e os caras pálidas, também se submetia em cuidar da fauna ao nosso alcance.
Na madrugado do último dia do ano, sonhei com Demetri novamente, seus olhos eram castanhos, e sua pele em um tom rosado. Nos encontrávamos na cachoeira, - lugar onde nos vimos pela primeira vez - para um piquenique.
Demetri estendia um pano xadrez alaranjado no chão, e posicionava uma cesta de comida em uma das pontas, segurando minha mão e me ajudando a sentar.
Não trocamos sequer uma palavra, pois, sua presença já era o suficiente.
Uma leve tempestade de neve assustou toda a região aquela madrugada, fazendo com que as casas ficassem com uma generosa camada de neve sobre seus telhados.
A luz do sol - que lutava por entre as nuvens para sair - refletia no branco do gelo, e sua claridade entrava por minha janela. Fazendo com que os primeiros raios do dia me acordassem.
Passei a maior parte da manhã pensando em Demetri, a neve impossibilitava-me de fazer muitas coisas. - Caçar ou apenas sair de casa, devido à sua altura.
Após o almoço, o sol que tentava de muitas maneiras aparecer, havia derretido grande parte da neve, enfiam me permitindo sair de casa.
Muitas coisas se passavam em minha cabeça, sentia falta de minha mãe, - mas do que de qualquer outra pessoa - me importava com Seth, e me sentia culpada por sua fuga. E morria de medo de não ser amada por Demetri.
Ver a todos da matilha que estão ao lado de seu Imprinting, - e estar longe de Demetri - me fazia entender o sentimento de solidão que Leah sentia.
Começava a ser agonizante não saber sobre ele, onde estava, o que lhe estava acontecendo, por que insistia em voltar?
Comecei então, - deita em minha cama - a sentir um forte impulso a caminhar. Não queria correr em forma de lobo, - o que fazia praticamente todos os dias desde minha transformação - queria caminhar como uma pessoa normal. Cair e me sujar, me ralar e sentir a dor, ser lobo me proporcionava momentos incríveis, mas minha humanidade fazia falta.
Segui o caminho que sempre fazia, passando por frente da escola e continuando em direção a floresta, entrando em um lugar sem trilha e caminhando em sentido ao barulho da cachoeira - que nesta época está completamente congelada - então não havia barulho.
A muito não ia aquele lugar, o verde vivo deu lugar ao branco reluzente da neve. Não haviam cervos ou pássaros pelo caminho, os esquilos não corriam por entre as árvores. Tudo era de um imenso branco.
O sol ganhava força com o passar das horas, derretendo grande parte da neve e soltando alguns raios por entre as árvores.
Para minha surpresa, - e espanto - lá estava ele. Mais não era possível ser ele, não havia sentido seu cheiro.
Corria por entre as árvores, e refletia seu brilho de diamante sempre que passava por um raio de sol.
Seu olhar se voltou a mim, fazendo o desacelerar, mas seguir seu caminho até o nosso lugar especial. O local onde por diversas vezes nos vimos. - Tanto em sonho como na vida real.
Segui seus passos o mais rápido que pude, e ao chegar na trilha para a cachoeira pude vê-lo. Demetri estava agachado próximo a uma pedra, - a mesma que uma vez havia usado de trampolim - virou seu rosto em minha direção, puxou sua respiração - bem forte - e fez cara de nojo. Então olhou fixamente em meus olhos e mudou sua expressão para confuso.
Ele se preparava para pular quando finalmente tomei coragem.
— Demetri não vai. - Grito seu nome, estendendo meus braços em sua duração.
Ele parou subitamente e se virou novamente em minha direção.
— Você se parece com ela, mas o seu cheiro não é o mesmo. - Fala ele ainda em posição de salto.
— Sou ela sim, mas coisas aconteceram. - Falo, enquanto caminho a passos lentos em sua direção.
— Você cheira igual aos lobos que me caçam a meses. - Fala ele.
— Sinto muito. Não sabíamos que você conhecia os Cullen's. - Lhe respondo, tentando amenizar nossa - da matilha - culpa.
— Vocês os conhecem? Impossível, lobisomem são os inimigos número um dos vampiros. - Fala ele em tom de ofensa.
— Não somos lobisomens, somos espíritos Lobo. - Lhe respondo, em tom de, quem está ofendida agora sou eu.
— E qual a diferença? Tentaram me matar da mesma forma que os outros fariam. - Rebate ele.
— Eu disse que sentimos muito. Mais você é um frio, e seus olhos vermelhos... - falo, olhando fixamente pela primeira vez em seus olhos, eles não possuíam aquele tom avermelhado como da última vez, estavam amarelos, exatamente como os do meu sonho - significava que você havia se alimentando de sangue humano. - Falo defendendo a atitude da matilha.
— Quando senti seu cheiro, pela primeira vez, desejei-o mais-que-tudo em minha imortalidade. Desejei tomar cada gota dele. - Fala Demetri, me fazendo sentir um receio ao ouvir suas palavras.
— E soube que se continuasse por aqui, acabaria matando-a. Por isso parti, então, senti o cheiro de um Cullen, e voltei para tentar rastrea-lo, quando sua matilha me encontrou, mais por algum motivo, me deixaram ir. - Conta ele.
Fico envergonhada. A distância que estou de Demetri era razoavelmente curta.
Não quero falar o que realmente aconteceu. Então minto.
— Deixamos você ir, porque descobrimos que você era conhecido do Clã Cullen. - Digo então. — Posso te levar até eles, e você poderá falar com Carlisle. - Acrescento.
— Como vou saber se não está mentindo? - Me pergunta ele, agora em pé e virado de frente para mim.
— Se você permitir minha transformação, posso avisar minha matilha, e pedir para que um Cullen venha. - Falo a ele.
— Esta achando que sou tolo? Deixar você se transformar, e então chamar os outros para me matar? - Responde ele se mostrando estar em alerta novamente.
— Eu sei que você é rápido, e com toda a certeza bem mais forte que eu. Se lhe enganar, pode me matar. - Respondo, seria melhor a morte, do que continuar nesta situação em que me encontrava, não era nada espontâneo, meu Imprinting me forçava a sentir.
Demetri me encarou por um instante, parecia querer ler meus pensamentos.
— Tudo bem. Peça para que Carlisle venha me encontrar. Mais se ouvir qualquer outro lobo, mato você. - Me fala ele serio.
— Me afasto, me viro de costas e começo a me preparar, não queria perder outra peça de roupa, - não havia sobrado muitas devido às repentinas transformações - retirei meu tênis, desabotoei a calça, a retirei cuidadosamente, e por último minha blusa. Assim como todas às vezes, desde que aprendi a me controlar, fiquei apenas de calcinha, meias e sutiã, - nada sexy, afinal, está não era a intenção do ato - amarrando as roupas em minha perna.
Me transformando em um lobo branco de quase dois metros de altura. Demetri permanecia em posição de ataque/alerta.
Então uivei para Jacob, para Demetri, poderia parecer apenas um uivo qualquer, mas para a matilha, podiam entender exatamente para quem a mensagem era destinada.
Jacob estava em casa, e ao ouvir meu chamado também se transformou. Pedi então para que avisasse Carlisle, e que não viesse ninguém junto a ele.
Cerca de dez minutos após o pedido, pude ouvir, Carlisle estava próximo.
Me afastei por alguns instantes, longe da visão de Demetri, voltei a minha forma humana e fui lhe passar o recado.
— Carlisle está vindo, e vem só, da forma que foi combinado.
Demetri me olha com um olhar diferente do que havia usado desde o início de nossa conversa e diz:
— Sabia que iria te encontrar lá. - No Nosso Lugar Especial. - Sorrindo, enquanto o sol batia em sua pele o fazendo reluzente.
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Imprinting
FanficKayra Black após perder a mãe, a única pessoa próxima, mudou-se para La Push, onde iria morar com seu tio Avô, Billy Black, e seu primo, Jacob Black. Com poucos meses de mudança, um novo Vampiro chega à cidade de Forks, a procura dos Cullens, fazend...