Capítulo Onze

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KESIA MUNIZ

  — Kesia espera... — Fellipo chama quando saio do carro sem me despedir.

  Fazia naquele momento, uma força sobre-humana para não deixar escapar uma lágrima dos olhos, não podia de jeito nenhum desabar na frente dele, embora ele talvez tenha percebido minha expressão abalada.

  Abri o portão da minha casa e entrei correndo sem olhar para trás.

  Suspirei e deixei meu corpo cair nos degraus da escada. Levantei os joelhos e enfiei o rosto no meio do deles. Meu corpo tremia por inteiro, ainda podia sentir as mãos nojentas deles me tocando. Machucando.

  Os três dias que passei naquele lugar foram os piores da minha vida.

  E esse cara de hoje só me fez lembrar...

  No carro, Fellipo parecia preocupado comigo, perguntava se me sentia bem, se conhecia o homem. Eu não respondi nada, todo o caminho

  fiquei em silêncio. E com um tempo, ele parou de insistir e fez o mesmo.

  Balancei a cabeça, enxuguei as lágrimas subindo o restante dos degraus. Quando entrei na sala vi o Hugo. Suspirei e dei passos apressados para ir rumo ao quarto.

  — Quem veio te deixar? — perguntou sentado no sofá com as pernas cruzadas.

  — Uber.

  — Era o senhor Messina? — deduziu ignorando minha resposta, e eu neguei mentindo em vão.

  — Por que ele veio aqui? O que vocês estavam fazendo? — me encheu de perguntas com a voz alterada enquanto se aproximava.

  — Hugo, sei que você se sente na obrigação de cuidar de mim, mas sou maior de idade, adulta. Consigo me defender sozinha. — Falei tentando

  manter a calma.

  Minha sorte era que com o susto o álcool evaporou.

  Ele riu da minha cara, alguma piada? Ou eu sou palhaça agora?

  — Ah, eu vejo bem. — Desdenhou olhando meu rosto, aposto que estava vermelho onde aquele cretino deu o tapa.

  — Acredite. Ele ficou pior. — Afirmei tentando fugir, mas ele segurou meu braço me mantendo no lugar.

  — Quem fez isso?

  — Eu não sei. — De certo modo era verdade.

  Odiava quando ele assumia o papel de irmão super protetor. Às vezes ele queria controlar minha vida em todos os aspectos, e eu não permito isso, por mais que o ame.

  — Como não sabe? — insistiu.

  Me livrei da mão dele e o encarei com raiva.

  — Eu já disse que não sei! — gritei, ele não se abalou, continuou pleno.

  — Você tá bêbada.

  — É. Estou. E daí?! — berrei de novo.

  — Mamãe?

  Me calei e olhei no corredor, o Angelo estava com uma carinha de sono linda arrastando consigo um cobertor.

  Dei uma última encarada no Hugo.

  — Eu não posso deixar que tome conta da minha vida. E isso não é ingratidão. — Murmurei, peguei meu filho no colo.

  — Oi meu amor. Mamãe está aqui. E sim, muito arrependida de ter ido aquele lugar cheio de gente mau. — Mantive a distância da minha boca

CEO Mafioso Obcecado Pela Mãe Solteira Onde histórias criam vida. Descubra agora