KESIA MUNIZ
— Ah magoou. — Ela disse fazendo uma cara falsa de choro.
— E sobre isso, ela se muda para cá amanhã. Não aguento mais ter que ouvir minha sogra reclamar toda vez que vou lá. Estando aqui nãopreciso passar por isso. — Meu pai disse animado.
Quando a Carla, nossa mãe nos abandonou para fugir com outro homem. Meu pai ficou arrasado, com quatro filhos para cuidar sozinho, eu e o Valentim ainda sendo bebês. Mas ele conseguiu, está todo mundo vivo e bem.
— Tava na hora. — Hugo concordou.
— Concordo com meu pai. Sua mãe é um pé no saco ninguém merece. — Eu disse rindo.
— O que é pé no saco? — o Angelo perguntou curioso, cutuquei ele por debaixo da mesa e fiz cara feia.
— Samuel?! Minha mãe é um pé no saco pra vocês? — A Fran berrou brava, fiz uma careta.
Ele me olhou incrédulo, esbocei um "desculpa" sem som.
— Eu não disse isso coração, só que é melhor você morar aqui. A Kesia está meio bêbada ainda, não leve em consideração o que ela diz. —
Tentou remediar dando beijinhos na boca da mulher.— Eca. — Eu e o Angelo viramos a cara para não ver a pouca vergonha deles.
— Que bom Fran que vem morar aqui de vez. — Disse realmente feliz por eles, ela sorriu emocionada.
— Cadê o Valentim? — Hugo perguntou.
— No quarto. Jogando. — Meu pai respondeu.
Enfiei uma torrada na boca enquanto reclamava da falta dele na mesa no café da manhã.— Vou busca-lo, e Deus queira que eu não quebre aquele celular na cabeça do sujeito. Tá na hora de arrumar um emprego. — Hugo se levantou da mesa e saiu sem me olhar ainda.
— Fran. Cuida do Angelo pra mim? Tenho que buscar minha moto. — Fiz cara de gato de botas.
— Vai lá que eu cuido desse pestinha aqui. — Ela disse bagunçando o cabelo dele.
— Ah tia para. — Reclamou, rimos da zanga dele.
Chamei um uber e fui na boate pegar minha moto.
Quando cheguei em casa ficamos conversando coisas aleatórias anmanhã toda. Fizemos o almoço. O Hugo realmente quebrou o celular do
Valentim, eles quase se agrediram.Durante a tarde descemos para a academia treinar. Eu tinha uma luta com a Karen, na sexta, minha adversária mais forte, lutei com ela uma vez e perdi.
— Vem Angelo. — Chamei dentro do ringue. Ele veio todo animado, coloquei luvas pequenas nele e me ajoelhei perto para ficar na sua altura.
— Vamos lá campeão. Bate aqui com força e rápido. — Pedi.
Ele começou a socar minha mão com sua força de criança, mas logo se cansou.
— Vai brincar. — Tirei as luvas dando um beijo na testa suada do mini querido.
— Hugo. — Chamei em tom provocativo.
— Que é? — respondeu grosso enquanto dava murros muito fortes no saco de areia.
— Você precisa de uma namorada, tá muito estressado. — Gritei para irritar ele.
Os caras que estavam treinando riram.
— Isso é verdade, falta de sexo. — Nando, um dos lutadores danacademia completou fazendo todos rirem de novo.
A prova de que tenho mantido distância de homem é essa: todo fim densemana passo horas com vários deles, alguns bem bonitos, corpo perfeito, legais, mas nunca me interessei, existe uma enorme barreira a minha volta,
e nenhum desses fortões vão derruba-la.— Vão se foder! — Hugo respondeu puto.
— Só se for com você amor. — Diego o palhaço da turma fez voz de mulher.
— Que nojo Diego. — Berrei rindo.
— Cala a boca aí. — Nando se meteu.
— Vem fazer. — Desafiei.
— É pra já!
Subi nas cordas do ringue e o chamei com o dedo do meio. O pessoal espalhado pelo local se aproximaram para assistir.
— Não chama assim parece um convite para outra coisa. — Ele disse malicioso entrando no ringue.
— Respeita minha filha porra. — Meu pai esbravejou.
— É porra. — Angelo repetiu.
O olhei chocada e estreitei os olhos pra ele.
— Pai!
— Desculpa. — ele disse levantando as mãos. — Não fale mais isso.Angelo.
— Tá bom vovô. — Respirei aliviada.
Coloquei as luvas para não machucar minhas mãos e me posicionei.
Ele fez o mesmo.
— Vamos lá docinho.
Fui para cima e fiz o primeiro ataque, que se defendeu colocando as mãos na frente do rosto, com a brecha soquei a barriga dele.
— Isso filha! — meu pai gritou. — Defende. Defende!
Distraída, acabei sendo atingida por um soco no queixo que quase me levou ao chão.
— Você vai perder. Quer continuar? Não vou pegar leve. — Ele disse presunçoso.
Sorri desafiadora e balancei a cabeça.
Dessa vez deixei que viesse pra cima primeiro, quando ele levantou o punho para acertar meu rosto de novo, abaixei e acertei a barriga dele e em seguida o queixo com toda minha força. Os telespectadores vibraram. E nós continuamos assim, eu perdi por pouco.
Angelo e eu dormimos cedo, por conta do treino puxado.
Passei o domingo assistindo todos os desenhos que meu filho queria.◆ ◆ ◆
— Onde você estava na sexta? Por que foi embora sem mim? O que aconteceu? — a Tati despejou uma enchorrada de perguntas quando cheguei no restaurante.
Ela não viu nada?
— Eu que te pergunto onde estava.
— Bom... Eu tava... É… — ela gaguejou. — No banheiro. — Ficou vermelha.
— Tranzando? — perguntei rindo da cara dela.
— Era. — Admitiu com um sorriso sacana. — E quando saí. Perguntei por você, me disseram que bateu em um cara e depois outro cara metido a rico te levou. É verdade isso? — abri a boca para responder, mas ela me interrompeu.
— Que história louca, todo mundo bêbado vendo coisa. — negou com a cabeça.
— É tudo verdade. — Olha assustada.
— Meu Deus! Você tá bem? Quem eram esses homens? Me conta tudo. — Bombardeou com perguntas sem fim.
Respondi apenas sobre o cara da boate, e ocultei tudo sobre o Fellipo.
◆ ◆ ◆— Última entrega e a mais importante. — Will disse lançando um olhar estranho
— Graças a Deus. Tô quase desmaiando de fome. — Murmurei para mim mesma.
— Não vai comer a comida do cliente. — Ele disse rindo sem parar de ser sério, é possível isso?
Revirei os olhos e consultei o endereço, Construtora Messina.
Só podia ser.
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CEO Mafioso Obcecado Pela Mãe Solteira
RomanceKesia Muniz, uma mulher menina que foi obrigada amadurecer cedo. Com apenas 20 anos, já possui a força que a muitos impressionava. Carregando consigo um grande trauma do passado que acabou marcando sua vida e corpo para sempre. Estava segura, cerca...