Urgência.Seus lábios sugavam os meus como se o amanhã não existisse, e talvez não existisse mesmo.
Eu poderia dar diversos significados àquele contato vindo da parte dele se a minha mente não se recusasse a pensar, eu não conseguia. Ter suas mãos tocando firmemente a minha cintura me deixava com as pernas bambas de tal modo que era difícil respirar, era difícil pensar nas hipóteses que o rodeavam ali, não dava.
O beijo havia começado avassalador e assim continuava. Nossas bocas estavam naquela busca incansável por satisfação e eu acho que saudade era o que poderia definir aquele ato.
Eu, Laís, estava com saudades daquele toque.
Algumas pessoas gostam de afirmar que beijos são um dos carinhos mais íntimos que existem e nesse momento eu não posso fazer outra coisa a não ser confirmar. A língua dele busca a sincronia perfeita da minha e eu não sabia como responder àquilo.
Não havia sido eu, não havia sido o meu desespero ou a minha teimosia, eu havia sim, ido até a sua casa mais cedo, mas aquilo havia passado. Era ele ali, era o seu corpo imprensando o meu naquela porta que eu não sei dizer como foi fechada, eram suas mãos grandes e fortes que me apertavam pela cintura com uma força que eu não sabia que existia nele. A urgência da sua atitude fazia com que o meu coração batesse descompassado, fazia com que as minhas pernas fraquejassem e com que os meus sentidos se tornassem intensos. Cada toque da sua língua em contato com a minha me proporcionava arrepios que eu não havia sentido com outra pessoa que não fosse ele.
Meus olhos estavam fechados desde o segundo em que ele proferiu aquelas palavras e me puxou para o seu corpo, colando-nos e me deixando bamba, meu corpo estava em órbita desde o momento em que ele apareceu na porta da minha casa, àquela hora da noite. Seria fácil admitir para mim mesma a atração arrebatadora que se apossava pelo meu corpo quando o assunto era Eduardo Bitencourt, mas naquele momento eu me recusava a cogitar qualquer que fosse a possibilidade, eu só queria estar ali, ao lado dele, com ele, e nada mais importava.
Sem pensar muito, coloquei minhas mãos na sua cintura e me limitei a levantar quase que desesperada a sua camisa, que roçava pelo meu corpo e eu não queria nenhum tipo de empecilho nos impedindo de estar grudados. Ele parou o beijo e segurou meu rosto por entre as suas mãos, fitando os meus olhos como se quisesse falar milhares de palavras, as quais eu não estava nem um pouco interessada em escutar. O corpo dele ali era o bastante para que eu me sentisse bem e pouco importava se no segundo seguinte ele sairia correndo dali, dizendo que estava arrependido, eu só não poderia desperdiçar cada minuto.
A resposta dele à minha ousadia foi melhor do que eu imaginei, sem proferir uma única palavra ele enterrou o seu rosto no meu pescoço e começou a trilhar um caminho por ali, lambendo toda a extensão que ia da minha orelha até o meu colo, que arfava em desespero. Com as mãos, ele levantou o meu vestido na altura da cintura e encostou o meu corpo com mais precisão ao seu, apertando-me junto a ele, me fazendo ficar tonta o bastante para deixar o que eu estava tentando, que era tirar sua camisa.
Recobrando a consciência rapidamente, ergui a camisa, retirei de qualquer maneira do corpo dele e dando um passo para trás, me limitei a olhá-lo maravilhada. Toquei sua barriga delicadamente, apenas para vê-lo encolher-se um pouco em sinal de entrega, o que me fez soltar um sorriso fraco e me abaixando um pouco, comecei a depositar beijos por toda a extensão do seu abdômen. Os que antes eram beijos tímidos se tornaram lambidas e chupões. Eduardo estava de olhos fechados, ainda encostado à minha porta, enquanto eu fazia de tudo para não apressar mais as coisas. Parando bruscamente, me levantei e fitei os seus olhos apenas para vê-lo sorrir para mim, mais uma vez naquela noite e antes de me puxar para mais um beijo desesperado, ele tocou o meu rosto delicadamente.
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Prorrogação
RomanceSegura de si. Independente. Louca por futebol. O tipo de garota que vai explicar para quem quer que seja o que exatamente significa uma linha de quatro. Preconceituosa, talvez, costuma olhar esnobe para garotas que ficam em cima de jogadores. Uma...