Me Perdi Sem Você (2ª Temporada)

Capítulo 28

P.O.V. João Vitor

Estávamos de volta a São Paulo. Por conta de tudo que ocorreu na viagem do casamento de DAY e Carol, eu não quis me desgrudar de Pedro tão rápido assim. Então, convidei-o para passar alguns dias em meu apartamento até o dia de meu próximo show da turnê. Nosso amor parecia tão vivo que era louco. Porém, era diferente. Eu sentia um respeito maior de ambas as partes, e eu simplesmente conseguia amá-lo mais.

Decidimos fazer uma visita ao velho terraço no qual passamos nossos momentos mais marcantes. Por não morarmos mais lá, devíamos pedir para o Seu João, porteiro do prédio, que era muito querido por nós.

Pedro: - Seu João!

Estávamos na entrada do edifício, e assim que nos viu, o senhor sorriu.

Seu João: - Meu Deus! Pensei que nunca mais veria vocês, meninos. Ainda mais juntos.

João: - Pois é... acho que ficamos diferentes agora.

Seu João: - Senti muita falta de ver vocês chegando aqui juntos, tô até emocionado.

O cabelo dele parecia ainda mais grisalho, indicando que o tempo havia passado. Realmente, muita mudança era possível.

Pedro: - Então, sobre isso... - começou ele, tímido. - Nós queríamos saber se podemos subir até o terraço. Pra ver como nos sentimos lá, agora que somos outras pessoas.

Seu João: - É claro! Olha, eu não devia, mas eu deixo sim. Podem usar o mesmo caminho de antes, não reformamos nem nada. Muito bom ver vocês, meus filhos.

João: - Você é foda, Seu João!

O senhor sorriu e nós fomos iniciar nosso caminho. As escadas, portas, risadas e brincadeiras ainda eram as mesmas. Aquilo era mágico, mas só entendi o quão importante aquilo era no momento em que chegamos ao terraço.

Pedro: - Eu vou chorar. - disse, pegando em minha mão apaixonadamente. - João, eu passei muitas noites chorando e pensando em tudo que fizemos aqui. Era nisso em que eu pensava toda vez que não conseguia fazer nada porque estava triste. Eu me lembrava desse lugar porque aqui tudo parecia possível.

Respirei fundo, processando tudo. A noite estava estranhamente fria, então pedi que Pedro me abraçasse. Repito, ele estava incrivelmente forte.

João: - Já reparou que aquele bloco de concreto de quando escrevemos Lindo Demais ainda está no mesmo lugar?

Tofani olhou o bloco por cima do meu ombro e riu.

Pedro: - Meu Deus, a negligência do povo desse prédio parou ele no tempo. Sabe, fico feliz com isso. - ele respondeu, me olhando nos olhos. - Eu não me sinto mais como a pessoa que vinha aqui com você pra prometer várias coisas e depois brigar e sumir de casa. Eu quero resolver tudo, quero estar ao seu lado até quando a gente se odiar. Percebi com todos esses anos que não há como ficar sem você, João. Então, que seja literalmente na pobreza, na doença, na tristeza, sei lá como falar isso, mas estarei ao seu lado.

João: - Caralho, você quer me fazer chorar? - respondi, sem saber o que dizer após aquele discurso. E, sim, eu estava chorando.

Pedro: - Mesmo assim, eu ainda fico feliz que tudo esteja do mesmo jeito, porque é bom me lembrar de que um dia fomos essas pessoas. Um dia nós erramos, mas espero que agora façamos tudo certo.

João: - E nós vamos, sim. Eu prometo.