Chapter one.

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(Coloquem o fone e apertem o play)

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Jeon Jungkook para Kim Taehyung.

"O seu amor sempre me deixou em alerta, Kim Taehyung. Sempre fiquei na defensiva quando se tratava de você, pois o seu amor era como uma bomba relógio, programado para explodir e destruir tudo à sua volta.
Você sempre foi meu ponto focal, por muito tempo eu estive focado em uma só coisa: amar você. E eu te amei com todo o meu coração, você me fez te amar todos os dias de minha vida.
Eu continuo te amando cada vez mais e com esse amor eu fui mais longe do que eu achei que poderia ir, dei tudo o que eu não tinha para te alcançar, mas você estava a um coração partido de distância de mim. Eu senti a sua falta mais do que eu pensei que sentiria.
Estar apaixonado é como entregar uma arma a alguém, para que a pessoa possa decidir deixá-la de lado ou apertar o gatilho. Eu entreguei essa arma à você, Kim Taehyung, por um breve momento você a deixou de lado e cuidou do meu coração que por anos esteve em pedaços e depois triplicou meus destroços.
Com o passar do tempo eu deixei de estar alerta sobre você e suas explosões, eu perdi a minha mente, me mantive em delírio, o meu lado racional entrou em colapso com o meu coração gritante, que almejava ter você. Eu encontrei amor onde não deveria encontrar, bem na minha frente, me ofereceu o mundo e depois o tirou de minhas mãos, faça isso ter algum sentido.
Te usei como um medidor improvisado, de quando lhe dar o meu coração e de quando tomar. O fato é que eu nunca consegui tomar o meu coração de volta, nunca consegui tirá-lo de suas mãos, ele sempre foi seu. Mas o seu coração Kim Taehyung, nunca foi de ninguém."

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JEON JUNGKOOK POV.

Minha mãe costumava me dizer que o amor está onde menos esperamos, muitas das vezes em alguém que foge completamente do nosso "tipo ideal".

Pessoas cujo contrariam nossos princípios são introduzidas em nossas vidas apenas para testar o nosso coração e reesignificar os mil conceitos de amor que já conhecemos.

Para mim, o amor faleceu juntamente com a minha mãe naquele maldito acidente há exatos 7 anos e junto com ela, foi sepultada toda a minha esperança.

Desde então, vivo com os meus avós maternos, estes que me acolheram como filho, mas não é o bastante para mim. Sinto falta da minha mãe.

A falta dela faz com que eu me sinta perdido e sozinho neste mundo, gostaria muito de me sentir vivo novamente, exatamente como eu me sentia quando estava na presença dela.

Quando ela faleceu, eu tinha apenas dez anos e, naquela noite, uma parte de mim se foi junto dela e até hoje sinto como se faltasse algo.

Meus avós me culpam pelo acidente que matou a filha deles, pois eu também estava no carro e sobrevivi, eles me acolhem em sua casa como meio de não decepcionarem a falecida filha, mas eu sei que para eles sou apenas um fardo pesado, um empecilho.

Eles estão sempre ausentes e quando se dirigem a mim, é apenas para exigir que eu tire boas notas e esteja sempre "na linha", tudo para garantir que o neto não seja uma vergonha para o título que atualmente a família Jeon carrega graças aos esforços do meu avô.

Mesmo diante de tantas mágoas e ressentimentos, dedico a minha vida aos estudos e busco sempre dar o melhor de mim para orgulha- la onde quer que ela esteja. Pois acredito que essa seria a sua vontade.

O maior sonho da vida de minha mãe era me ver ingressar em uma faculdade de Letras, assim como ela gostaria de ter feito, mas sua condição na época não permitiu e desde a sua morte, prometi a mim mesmo que iria realizar esse sonho por ela e me tornar um grande escritor.

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Acordei logo pelo início da manhã e decidido a prolongar minhas horas semanais de estudos, pois assim que as férias de verão chegassem ao fim, daria início à primeira semana de provas do próximo semestre e, mesmo que eu tenha notas boas o suficiente para passar em uma boa faculdade, minha auto cobrança me impede de tirar um descanso.

Apesar de estar sempre com a matéria em dia e notas impecáveis, ao longo da minha adolescência, desenvolvi um péssimo hábito de cobrar e exigir muito de mim mesmo, principalmente devido a pressão que meus avós sempre fizeram para que eu fosse bom em tudo.

Desci para tomar café da manhã logo após me vestir como de costume: moletom largo e tênis. Meu destino todas as manhãs durante as férias de verão é em direção a Biblioteca Municipal de Seul, onde eu enterarro a cara nos livros até o pôr do sol.

Pendurado na geladeira com alguns imãs decorativos e escrito a mão com letra cursiva, havia um bilhete deixado pelos meus avós, este que dizia:

"Fomos para Busan visitar uma velha amiga próxima da família, voltaremos em breve."

Termino de ler e começo a preparar o meu café da manhã e após terminar, perco alguns minutos organizando o meu quarto e separando algumas anotações e nomes de livros que irei precisar para estudar mais tarde.

Respondo alguns SMSs do Jin hyung, meu único e melhor amigo no WeChat e deixo o celular em casa para evitar distrações. Saio de casa apressadamente para pegar o ônibus, que por sinal estaria lotado nesse horário e respiro fundo com esse pensamento.

Ao chegar na biblioteca, passeio lentamente pelas prateleiras em busca de grandes nomes da Literatura Sul- Coreana e após encontra- los, me aconchego em uma mesa qualquer perto da luminosidade das janelas com vista para a grande Seul.

O tempo passa rapidamente enquanto leio livros e respondo inúmeros questionários a fim de revisar cada conteúdo dado durante o último semestre e logo me dou conta de que está quase anoitecendo. Me encontro exausto. Minha cabeça dói e sinto meu estômago revirar, visto que minha última refeição foi pela manhã.

O último ônibus já deve ter passado e eu não havia trazido comigo o meu aparelho celular. Droga. Terei que ir caminhando e só ao imaginar o longo percurso até chegar em casa, sinto vontade de sentar novamente. Suspiro profundamente devido ao cansaço e mau humor, me forçando a ir até a portaria sem nem sentir minhas pernas devido ao tempo que passei sentado.

Paro um passo à frente da saída da biblioteca e me pego pensando em alguma maneira de chegar em casa mais rapidamente sem ter que caminhar tanto, logo opto por seguir um caminho diferente e que eu nunca havia cogitado ir antes. Espero que facilite. Penso.

Caminho distraidamente pelas ruas pensando em como estarei daqui há alguns anos. Sempre me questiono sobre isso e me perco em meus pensamentos. É tão estranho pensar que tudo muda em tão pouco tempo.

Há 7 anos atrás eu nunca imaginei que fosse vivenciar o que estou vivenciando atualmente. Nós nunca esperamos que algo drástico aconteça e mude a nossa vida, é tudo sempre tão imprevisível.

Quando saio de meus pensamentos, percebo que estou em um bairro bem afastado do centro e pouco movimentado, com apenas uma leve iluminação. Estranho. Penso.

Eu até cogitaria chamar um Táxi ou ligar para o Seokjin me buscar, mas o maldito celular ficou em casa.

Cansado e frustrado, prossigo o meu percurso e após mais alguns minutos andando, noto que há alguém atrás de mim, me seguindo. Não sei se é por um acaso ou propositalmente, tento afastar esses pensamentos e não olho para trás para conferir. Ando mais rápido e movido pelo medo, até que ouço uma voz grave e rouca.

Você não deveria estar aqui.

Quando olho para trás, meu coração para por alguns segundos e sinto meu corpo inteiro gelar ao me deparar com a imagem a tenho a minha frente. Céus!

I Find You. | vkook EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora