9. O maná, a lei e a vara florescida

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Se a arca, como bem se sabe, é a Pessoa de Cristo, então seus ingredientes muito mais.

1. Primeiramente o maná.

"Disseram-lhe, pois: Que sinal pois fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti? Que operas tu? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o pão do céu. Disse-lhes pois Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu, mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá a vida ao mundo... Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede... Eu sou o pão da vida... Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo... Porque a minha carne verdadeiramente é comida..." (Jo 6.30-58).

O pão aqui representado é o corpo que seria preparado para o Filho de Deus a fim de alimentar toda a humanidade, embora primeiramente oferecido para a casa de Israel.

2. Depois vemos a Lei, em suas duas tábuas de pedra gravadas. A lei, que mostra o que o homem deveria ser, é cumprida literalmente por Jesus.

"Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim invalidar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nenhum jota ou til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido" (Mt 5:17-18).

Se Jesus veio para cumprir a lei, e Ele veio para buscar o homem jurado de morte pela lei, só lhe restava a morte como cumprimento cabal da lei.

"Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus... para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos" (Hb 2.9).

O Senhor Jesus provou a morte que nos era devida pelos nossos pecados. A lei, portanto, ao pecador, fala de morte. Ou do próprio pecador, ou de um substituto. Louvado seja nosso Senhor Jesus, Ele escolheu ser o nosso substituto.

3. E a vara de Aarão florescida? Se o leitor se lembra de Números 16 e 17, quando alguns levitas e rubenitas (16.1) intentaram "ocupar o sacerdócio" que era restrito aos filhos de Aarão (16.9-10), após o castigo dos rebeldes Deus ordena que cada tribo coloque uma vara "perante o testemunho" (17.1-4), para demonstrar que "a vara do homem que eu tiver escolhido florescerá" (17:5).

A vara, em toda a Escritura, reflete um símbolo de importância incomensurável, terno e poderoso. Foi com ela que Jacó multiplicou seu rebanho (Gn 30). Foi com ela que Moisés fez os sinais mais claros da autoridade e do poder de Deus ao devastar econômica e moralmente o maior império da época, o Egito. Foi com ela que este servo santo retirou água para o povo rebelde, porém sedento, pelas suas jornadas no deserto. Foi por ela que Josué venceu os amalequitas quando Moisés "levantava a mão", numa figura estupenda de que aquela vara não era fruto da capacidade humana, mas era "a vara de Deus" (Ex 17.8-13).

Mas neste caso que estamos a analisar, a vara de Aarão que fora arrancada de algum arbusto vivo, estando agora morta, já que foi cortada da seiva da árvore que a alimentava, ressuscitou milagrosamente ante o testemunho do Senhor. Ela veio de um ambiente físico, como Cristo que nasceu da semente de Davi, relacionado àquilo que era humano e natural.

Mas o seu florescimento fala de algo totalmente sobrenatural e Divino, pois a nova seiva da vida veio de algo novo e surpreendente.

"Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dos mortos" (2 Tm 2.8).

"O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro. Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados" (At 5.30-31).

O sacerdócio corrompido pela descendência de Aarão será restabelecido definitivamente, e mais, universalmente, tendo como base eficaz a morte do substituto "pelos pecados do povo" e a sua ressurreição, esta representada na aceitação do Pai ao aspirar "a oferta de cheiro suave".

"... e o sacerdote tudo oferecerá, e o queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor" (Lv 1.13).

"Todavia, ao Senhor agradou o moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado [morte], verá a sua posteridade, prolongará os dias [ressurreição]; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão" (Is 53.10).

Por causa desta vitoriosa ressurreição, a Igreja comprada com o sangue de Deus pode aguardar segura, ansiosa, porém pacientemente, a maior e inigualável bem-aventurança.

"Ora o Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder" (1 Co 6.14).

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