SEGREDOS OCULTOS

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Fico confusa sobre em qual lado Pedro realmente está. 

  Ele entra no escritório e fala:

— Oi meu amor, tudo bem?

— Por que escondeu esse testamento de mim? — Falo extremamente séria. 

   A reação dele foi a mais inesperada do mundo. Ele começa e rir por um bom tempo e por fim fala:

— Aahhh você descobriu. Meu Deus, você não é tão burra assim… e eu pensando que você era. 

   Ele está com a cara mais debochada do mundo. 

— Eu não estou entendendo nada. — Falo. 

— Você realmente achou que eu fiquei com você porque eu estava apaixonado? Ou você acha que eu fiquei com sua mãe porque eu gostava dela? Meu plano sempre foi dinheiro… e você tem de sobra ou pelo menos tinha. 

   Ele vai se chegando e eu fico nervosa. 

— SAI DE PERTO!

— Calma, eu não vou fazer nada contra você… eu só vou rasgar esse testamento. 

   Começo a gritar desesperadamente e ele me dá um soco. 

   Logo depois Ramon entra e eles começam a brigar, mas Ramon consegue levar ele para fora do escritório e deixar ele no chão sangrando. 

   O xerife estava na sala e tomou um susto, mas chegou a tempo de perder ele. 

   Foi uma decepção muito grande saber que ele só queria o meu dinheiro. 

   Peguei todas as coisas dele e queimei. 

— Por que o xerife estava aqui na hora exata? — Perguntei na hora do jantar. 

— Eu e o xerife vamos nos casar em breve. — Ana fala. 

— Eu e o Léo também. — Ramon fala. 

   Eu fico muito feliz pelo os dois… mas ainda não consigo sorrir. 

   Coração partido só o tempo cura. 

   Passando-se algumas semanas, eu já tinha tomado posse da fazenda junto com Ramon. E estava no dia do casamento dele com o Léo. 

— Aiiii prima como estou? — Ele pergunta. 

— Está maravilhoso primo. 

   Ele estava usando um terno rosa com uma flor branca e o Léo estava usando um terno azul sem flor. 

   Simplesmente lindo. 

— Prima a justiça desse país é horrível. 

— Por que? — Pergunto. 

— Pedro foi solto e está de casamento marcado com uma fazendeira chamada Filomena. 

— E ela? 

— Ahh coitada, tem 87 anos…

   Eu já vi que ela se deu mal, mas é a vida. 

   Ana chegou com seu marido, o xerife Carlos, do lado. Ela está de botas de ouro, um short curto, uma blusa quadriculada, um chapéu de cowboy e muitas jóias no corpo. 

  Típico dela. 

— Eu não perderia essa casamento por nada. Não é meu panda? — Ana fala. 

— Claro meu docinho…

   E eles se beijam… simplesmente horrível. 

   Quem também está presente é Mariana que decidiu ir embora só depois do casamento. 

   Mauro chega e sorrir para mim, mas ainda não falei com ele desde que eu escolhi o Pedro. 

   O casamento foi lindo. Teve de tudo e mais um pouco. Simplesmente magnífico. 

   No dia seguinte Mariana veio falar comigo antes de ir embora. 

— Eu fui uma péssima mãe… eu não estava lá quando você precisava e eu não estava lá quando deram um golpe em você… eu fui uma pessoa horrível e egoísta, mas nessas últimas semanas eu tive pensando e eu quero mudar… eu preciso mudar. E eu só posso se for ao seu lado. 

   A essa altura eu estava toda comovida por dentro. 

— Eu sempre quis saber como era ter uma mãe para conversar… mas eu nunca soube. — Falo chorando. 

— Eu deveria estar aqui… mas eu errei. 

  Ela fica de joelhos. 

— Me perdoa? Por favor filha… eu te amo. 

  Eu desabo em lágrimas, eu sempre quis ouvir isso… sempre. 

— Eu te perdôo. 

   Ela me abraça e me beija. Um beijo sincero pela primeira vez…

— Filha, se você gosta do Mauro vai atrás dele. Seja feliz. 

— É isso que vou fazer. 

   Eu vou atrás do Mauro. 

   Chegando lá ele continua lindo e me esperando como havia prometido. 

— Me perdoa? 

— Claro… eu te amo Elisa. — Ela fala sorrindo. 

— Então quer casar comigo? — Pergunto. 

— Sim! 

  Nós nos beijamos e fazemos sexo loucamente no chão da sala dele…

  Pela primeira vez eu soube o que era realmente amar e está sendo amada por alguém. 

   Algumas semanas depois… pego algumas coisas e coloca numa bolsa e vou andar sozinha na beira do rio. 

   Fiquei pensando nas minhas vinganças e resolvi me livrar de algumas coisas…

   Tiro da bolsa a arma que usei para matar o Kleber e jogo no rio. Foi muito fácil fazer isso sem ninguém perceber, só tive que esperar o momento certo e matar aquele desgraçado filho da puta. 

   Também tiro o veneno que coloquei na garrafa de uísque do Ricardo e jogo no rio. E a propósito, é o mesmo veneno que coloquei no bolo de casamento do Pedro, que está acontecendo agora. Pode se dizer que essa é a minha quinta vingança.

   Quero que ele e a Filomena vão pro inferno…

   Mas ninguém nunca saberá, porque certas coisas devem ficar eternamente em segredos ocultos. 

Fim...

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