Reconquistar

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Orgulho não combina com felicidade

Melim-Gelo

Já havia se passado uma semana desde o dia do incidente com Silvana e Mário.Nana havia voltado a ir para a editora regularmente,e trocava alguns olhares com Mário,mas seu orgulho falava mais alto que a sua razão e o seu coração.

Mário e Nana conversavam apenas sobre algumas coisas de trabalho ou sobre sua filha.Sofia já havia entendido que a culpa foi de Silvana,e estava tentando ajudar Mário a reconquistar sua mãe,mas como todos sabem,o orgulho de Mariana era uma barreira -quase- impossivel de se quebrar,até mesmo quando se tratava de sua felicidade.

ㅡVera,pode vir aqui fazendo um favor?É rapidinho.ㅡNana chamou da porta de sua sala.

ㅡUm minuto,eu só vou terminar de resolver uma coisa aqui.ㅡVera responde e Nana balança a cabeça positivamente.

Mário virou um pouco a cabeça para olhar sua musa,e quando Nana percebeu que Mário a olhava,ela virou o rosto e o homem riu.Nana comprimiu os lábios para que o seu poeta não percebesse que ela queria rir.

ㅡProntinho.ㅡVera disse e entrou na sala junto de Nana.ㅡPrecisa do que?

ㅡEu...Preciso que você divulgue sobre o lançamento do livro da Alice,filha da Paloma.ㅡNana disse sem olhar para Vera,tentando ver Mário através da persiana.

ㅡEu vou fazer a divulgação sim.ㅡVera diz e encara a morena que não estava dando o minímo de atenção para ela.ㅡNana?Nana!

ㅡOi Vera.Me desculpa eu tava pensando em umas coisas da Cecilia e-

ㅡNana,nem a Sofia você engana.Você tava olhando o Mário pela janela.

ㅡNão tava não.

ㅡNana,por que você não perdoa ele e larga esse seu orgulho bobo de lado?Você ama o pai da sua filha,e não consegue nem disfarçar mais.Eu...eu encontrei seu pai tarde de mais,Nana.Se você continuar assim,quando você decidir voltar,talvez seja tarde como foi para mim e para seu pai.

ㅡEu nunca vou decidir voltar pro Mário,Vera.Eu sou osso duro de roer e todo mundo sabe disso.ㅡNana diz com aquela voz infantil de toda vez que ela se irrita.

ㅡVocê quem sabe,o conselho eu já dei.ㅡVera dá de ombros e sai da sala.

Nana passou o dia pensando no que Vera havia lhe dito.Ela ainda amava Mário,o amava como nunca amou ninguém.Mas ela mesma sabia que era orgulhosa demais para se redmir e se desculpar com o poeta.

Já se passavam das 19h00.Todos os funcionários já havia ido embora;o expediente acabava as seis.Nana ficou ali por mais um tempo,resolvendo algumas coisas sobre o livro de Eric Feitosa e sobre o lançamento do livro de Alice.Nana deu uma ultima olhada para a tela e desligou o computador.Guardou algumas coisas na bolsa,e viu ali em cima um papel,de duas ou três semanas atrás.

"Eu te amo!"

Nana se permitiu,pela primeira vez em muito tempo,chorar.Algumas lágrimas desceram,mas logo a execultiva as enxugou e guardou o papel na bolsa.Nana fechou as persianas e se sentou na ponta da mesa.

A mulher sentia-se só,ao mesmo tempo que sabia que a culpa era sua,pois Mário estava de peito aberto para esquecer tudo e voltar para sua amada.

Nana desceu da mesa e saiu de sua sala,se deparando com Mário sentado em sua mesa,concentrado no seu trabalho.

ㅡMário?O expediente acabou a uma hora.ㅡNana deixou a bolsa sobre uma das mesas do escritório e se sentou sobre a mesma.

ㅡEu não ia deixar você ficar aqui sozinha.ㅡO homem respondeu e se virou para Nana a encarando.

ㅡEntão eu já vou.

Mário desligou o computador e correu para alcançar Nana.A morena chamou o elevador e entrou no mesmo,com a cara fechada por causa da presença de Mário.

ㅡNana...ㅡMário parou o elevador,e desligou as luzes,como quando eles transaram ali.ㅡVocê vai mesmo ficar assim comigo?

ㅡMário,abre esse elevador por favor.ㅡNana disse o olhando.

ㅡNão.

ㅡOlha,se você acha que isso vai resolver alguma coisa...ㅡNana se sentou e colocou a bolsa ao seu lado.ㅡTá muito errado.

ㅡTô é?ㅡMário se sentou em frente a Nana e a encarou.

ㅡTá sim.ㅡNana fechou a cara.

ㅡTudo bem.Eu abro se você aceitar jantar comigo.Não no chapeleiro maluco,num restaurante melhor.ㅡMário a encara.

ㅡIsso é chantagem Mário Viana.ㅡNana revira os olhos e se levanta.

ㅡTudo bem.Mas deixe-me tentar te reconquistar Mariana Mole.Por favor.Começando com esse jantar que estou oferecendo.ㅡMário "destrava" o elevador e logo ele chega ao destino dos dois.

ㅡOk.Vamos ver do que você é capaz.ㅡNana sorriu desafiadora e saiu do elevador com o corpo empinado.

Em questão de minutos,Nana já dirijia em direção ao restaurante.

ㅡNana?ㅡMário chamou a mulher e a mesma deu uma virada rápida para olha-lo.

ㅡFala.

ㅡVocê...sente minha falta,não sente?ㅡMário sorriu de canto.

ㅡTalvez eu sinta.ㅡNana respondeu fria.

ㅡTalvez Mariana?ㅡMário disse desafiador e Nana parou em frente ao restaurante.

ㅡSim,talvez.

Nana saiu do carro,e olhou para o restaurante.O lugar era parecido com uma casa,tinha um estilo rústico e aconchegante.Mário sorriu e Nana bufou,e em seguida deu um sorrisinho de canto.Os dois entraram,e viram várias pessoas vestidas com roupas sociais,normalmente homens vestidos com ternos,em grupos,conversando sobre trabalho.

Mário se sentou com Nana numa mesa perto de uma janela.Havia um palco ali,mas não tinha nenhuma banda ou músico tocando e cantando.Mário pegou um dos cardápios e entregou a Nana,e em seguida pegou um para si.Mário sorria de canto para Nana,e a morena apenas o encarava.Em seguida Nana mordeu o lábio inferior e ergueu uma sombrancelha,mas nada foi dito.Nana e Mário pediram strogonoff de camarão,sorvete de maracujá na sobremesa e para acompanhar o strogonoff,um vinho tinto.

A noite estava apenas começando.

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