XVIII

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   Eu corria cada vez mais, me arranhando no meio da mata toda ensanguentada só de calcinha e sutiã. Corro desesperada até que chego numa estrada fico feito uma louca fazendo sinal com as mãos para os carros e eles não paravam, até que uma hora um homem parou e desceu.

– Moça, o que aconteceu? tá tudo bem? você tá machucada?

   Eu chorava de desespero.
– Eu tô bem, moço só me leva até a polícia por favor. Me leva até a polícia, eu acabei de esfaquear um homem ele queria me estuprar, eu não queria fazer isso. Por favor eu não sei o que fazer. ( Falava descontroladamente enquanto ele me levava pra dentro do carro).
    Então ele me levou a delegacia mais próxima e eu chorava desesperadamente.

Imaginando que ia ser presa, que minha vida tava perdida. Chegando na delegacia o homem me levou lá dentro e os policiais já vinheram em minha direção pensando que eu estava ferida.
– o que aconteceu com ela? (Pergunta os policiais).

– Eu não sei ela tava no meio da pista pedindo socorro e me pediu pra trazer ela aqui, falou que um homem queria estupra-la e que ela golpeou ele, eu não entendi direito.

    Então eles me deram uma coberta pra me cobrir me deram um calmante. O homem que me ajudou prestou esclarecimentos. Eu agradeçi a ele  e ele foi embora.

   Depois de tá mais calma, contei tudo. O que meu pai fez comigo desde o dia em que nasci, contei tudo, tudo, tudo... Então fizeram exame de corpo delito em mim e foi comprovado os abusos do velho maldito. Depois eu tive que ficar detida por ter esfaqueado o velho. Eles foram até o local da cabana e comprovaram que o homem estava morto.

    Todos os policiais ficaram comovidos com minha história. Mas eu tinha matado um homem. Tinha que ficar detida.

– Isabella, você tem algum advogado? ( Perguntou o delegado).

– Não , eu só tenho o Jhonny. Por favor chamem ele. Ele deve ter um advogado.

   Eu disse onde ficava a fazenda e os policiais foram lá já que lá não pegava sinal de celular não tinha como ligar.

   O Jhonny só chegaria no outro dia já que a fazenda era muito longe. Então eles deixaram eu tomar banho, me deram shampoo, sabonete, escova de dente, me arrumaram roupas e eu pude me limpar daquelas mãos horríveis em cima de mim. Eu ainda estava apavorada.

   De madrugada os policiais chegaram, disseram que o Jhonny não estava em casa, tinha saído em buscas de notícias minhas. Mas tinham deixado o recado com os piões que logo saíram em busca do Jhonny pra vim pra delegacia. O delegado expediu um pedido de prisão pro meu pai por cárcere de privado, maus tratos, tráfego humano e mais outras coisas. Logo saíram para buscar ele.
Confesso que gostaria de ter ido com eles pra ver a cara dele.

  Depois de um tempo escutei a caminhonete do Jhonny chegando e ele entrando desesperado na delegacia chamando por mim.

– Cadê ela, onde ela está? (Perguntava ele agoniado na recepção).

Depois um policial o acompanhou até mim.  Quando o vi corri pra abraçar ele. Agarrando em seu pescoço enquanto chorava em seu peito.

– Senti tanto a sai falta minha deusa.

   Eu chorava e soluçava em seu ombro o abraçando com medo de perder ele de novo.

– Eu, eu achei...

– Calma, meu amor calma. Eu estou aqui agora. ( Falava ele me acalmando).

– Achei que tinha te pedido pra sempre.

– Tá tudo bem acabou. Eu vou resolver tudo. Mas preciso saber como você está, ele abusou de você? Você tá machucada?

– Ele queria me estuprar e... (Soluços), eu consegui golpear ele com a faca que ele usava pra me ameaçar. (Eu chorava sem parar).

Aquele abraço era meu porto seguro, eu não queria sair dali nunca mais.

– Eu matei um homem Jhonny, sou uma assassina vou ficar presa.

– Você não é assassina, você fez o que tinha que ser feito. Fica calma vou resolver tudo isso e logo vamos embora. Eu só vou ali ligar pro meu advogado.

– Não, não me deixa aqui por favor, não me deixa.

– Isabella, calma confia em mim. Eu não vou te deixar. Olha pra mim aqui, olha nos meus olhos.

    Levantei a cabeça e vi aqueles olhos lindos azuis. Os olhos mais lindo do mundo. Meu herói, meu amor, meu porto... Então ele me deu um leve beijo e foi lá conversar com o delegado.
   Um momento depois o policial veio me buscar.

- Venha senhorita, você esta livre.
  Entao sai correndo nos corredores até os braÇos do Jhonny. E pulei nos braços dele de felicidade.

   O Jhonny tinha chamado o advogado e como foi comprovado que eu matei em legitima defesa, eu estava livre.

- Ninguém nunca mais vai tirar voce de mim minha deusa, ninguém. (Falava ele enquanto me abraçava).

Entao fomos embora. De volta pra minha casa, meu lar, meu aconchego, onde as pessoas me respeitam e o principal onde o amor da minha vida mora.

     Chegando em casa, tomei um banho demorado. Quando saí do banheiro o Jhonny tinha preparado chocolate quente pra mim. Estava uma noite fria.

– Preparei esse chocolate quente pra você pra te esquentar.

– Obrigada.

    Depois ficamos ali abraçados. Enquanto ele acariciava meus cabelos e me beijava. Me dava muito carinho.

– Te amo. (Sussurrou em meu ouvido).

– Eu também te amo. Obrigada por tudo que fez por mim.

Então nos beijamos e depois dormimos.

O FazendeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora