XVII

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Voltamos pra casa , o Jhonny foi resolver umas coisas na fazenda durante o resto do dia e eu fiquei em casa.
O tempo foi se passando, o Jhonny cada vez mais romântico. Nossos dias foram ficando cada vez mais intensos, nossas noites mais quentes.  Passamos o Natal, Ano novo tudo em perfeita harmonia.
   Já se fazia quatro meses depois que eu estava lá . Eu estava realmente muito feliz com o Jhonny.
    Hoje, estou aqui agora na varanda deitada numa rede olhando a chuva cair na fazenda. O Huck está bem em baixo de mim deitado. Então resolvo sair correndo ali na chuva pra sentir ela o Huck saiu bem atrás de mim, correndo e latindo brincando comigo.
Eu corria pra ele vim atrás de mim e ele pulava. Estava bem gostoso está ali com ele. Então de longe noto 2 caminhonetes vindo em direção a casa. A primeira não reconheci, mas a segunda... Ah aquela eu conhecia. De repente sinto um tremor dentro de mim, meu mundo de repente caiu quando vi aquela caminhonete. Era meu pai, sim o homem a qual destruiu a minha vida. Na hora eu saí correndo em direção a casa da Daiana, parece que quanto mais eu corria mais o caminho ficava longe. Eu gritava, gritava, gritava pedindo socorro.

– Socorro, Socorro alguém me ajuda.
   Então passava um pião a cavalo e me viu correndo.
– Isabella? O que tá acontecendo?

  Eu já fui imediatamente subindo no cavalo.
– Corre, por favor corre. Me leva até o Jhonny. (Ele saiu correndo, sem entender nada).

    Chegando perto onde o Jhonny estava, eu já fui gritando antes de descer do cavalo.
– Jhonny, Jhonny... (Ele veio correndo em nossa direção ao me ouvir gritar).

– Isabella, mas o que houve. Meu Deus o que aconteceu? (Pergunta ele desesperado enquanto eu agarrava no seu pescoço chorando sem conseguir falar). 

– Me... Me... Meu pai tá aqui, socorro não deixa ele me levar. Ele vai me matar, por favor me ajuda.

Nesse momento as caminhonetes já se aproximavam de nós. O Jhonny ficou sem ação, na hora ele só me abraçava e olhava as caminhonetes vindo em nossa direção.
– Calma Isabella, Calma.

  Então meu pai saiu de dentro da caminhonete dele e da outra saiu um velho barbudo, gordo e sujo. Nunca tinha visto aquele velho.

– Então é aqui, sua pequena Fazenda que você me falou não é.  E essa aí é empregada que você queria pra trabalhar no serviço pesado, que ia ser maltratada. Não me parece que ela tá maltratada. (Falou meu pai, olhando tudo em volta).

– O que você veio fazer aqui? Como passou no portão? Disse o Jhonny assustado, com medo do meu pai me levar embora.

– Eu vim buscar essa maldita, ela agora será mulher do meu amigo aqui Tiago. (Disse ele apontando pro velho ).

– Nunca, a Isabella não sai daqui. Fizemos um acordo, eu te ajudei com suas dividas.

– Fizemos um acordo e você não cumpriu. Agora ela vem comigo e ninguém aqui vai impedir sabe porque? (Disse meu pai, tirando uma arma da cintura).

– Ela não vai, já falei. Sua filha não é uma mercadoria pra você negociar com quem quiser.

    Eu só chorava abraçada com o Jhonny. Eu sabia que eu ia embora. Conhecia o meu pai, e ainda com uma arma na mão ninguém iria o impedir.

– Venha Isabella, vá com o Tiago, Ele agora é seu marido está louco pra ter você. Ha ha ha ( meu pai ria feito um psicopata).

– Eu não vou com você seu velho maldito. Tenho ódio de você.

– Vamos Isabella, não piore as coisas você me conhece não é mesmo. (Nessa hora me pai agarrou no meu braço, o Jhonny empurrou ele).

   Então meu pai apontou a arma na minha cabeça.

– Vocês escolhem, ou ela vem ou ela morre aqui mesmo.

– Não, pare eu vou... (Eu sabia que meu pai era capaz de me matar).

  Os piões não tinham como evitar estavam desarmados. Então abracei o Jhonny me despedindo. Ele chorava de desepero. Foi a primeira vez que vi ele chorando.

– Não vá, por favor não vá. (Chorava ele desesperado).

– Eu tenho que ir, ele me mata se eu não for. Eu conheço meu pai Jhonny.

– Eu te amo tanto. Isabella, eu prometo que vou te buscar. Eu prometo meu amor.

– Eu também te amo.

   Nesse momento meu pai agarrou meu braço e me puxou me forçando entrar no carro do velho.
Eu estava aterrorizada, O terror é um tipo de medo diferente de pânico. Quando um predador ameaça uma presa ela debanha correndo descontroladamente para qualquer lado para escapar, mas depois que o predador captura sua presa o animal esta em geral tão aterrorizado que não consegue fazer nenhum esforço consiente para escapar.
O terror não só paralisa o animal como o entorpece, diminuindo assim a sua dor de agonia da morte. Era assim que eu me sentia a beira da morte, não de saber que iria morrer. Mas de saber que eu não iria mais " viver". A minha vida tinha acabado ali desde o momento que sai dos braços dele e entrei naquela caminhonete.
   Eu podia ver pelos vidros atrás de mim, o desespero do Jhonny gritando meu nome.

- Isabellaaaaaaaa! (Podia escutar sua voz cada vez mais longe).

      O velho maldito me levou pra onde ele morava, numa cabana no meio do nada em meio a uma mata.
Chegando lá me trancou num quarto fedorento todo sujo e saiu.
      Logo depois ele chegou. Abriu a porta me pegou pelos braços e me jogou em sua cama ele tinha uma faca em uma de suas mãos para caso eu tentasse escapar.
    Meu coração se despedaçou em mil pedaços enquanto eu voava pelo ar.

  Começei a orar silenciosamente para que ele desistisse daquilo, mas não importava o quão duro eu lutasse não importava o que eu fizesse ele não ia desistir.  A esperança de fugir dali sumia cada vez mais.

O FazendeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora