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- Sentirei sua falta querido - mamãe choraminga ao me deixar em frente à irmandade ALFAQ.

- Vou visitar vocês uma vez por mês, então, sem drama - digo abraçando-a.

- Vamos, ainda temos que levar July - meu pai fala impaciente.

Olho para o banco do passageiro e vejo uma July irritada, de óculos escuros e pés no painel, ela não fala comigo desde a festa de despedida.

- Até mais então - digo.

Eles me abraçam e vão embora, não perguntaram nada sobre a gritaria em casa e nem o porquê de não estarmos nos falando, creio que eles não ligam. Entro na casa e todos me recepcionam com gritos e socos, não precisei passar por testes ridículos de fraternidade, aqui é onde pessoas com muita influência e dinheiro entram sem muito esforço, o resto que se mate para entrar, pois aqui... É onde os reis vivem.

- ALFAQ PORRA - grito ao levantar as mãos, eles me pegam pelas coxas e me levantam no ar, a bagunça continua até David Kovaiak assobiar, um som incrivelmente estridente.

- Festa das Valquírias em 10 minutos pessoal - informa, todos correm como ratos felizes indo atrás do seu queijo, sou largado no chão e meu breve momento passou tão rápido quanto durou.

- Valquírias? - falo ao segurar o braço de David, seu olhar sobre mim é de confusão - Pensei que éramos os reis do campus, as meninas não dão festas -  seu olhar muda e puxa o braço com força.

- Eu espero nunca mais escutar algo do tipo da sua boca - fala ao amarrar o emaranhado de cachos castanhos para o alto - Na verdade, eu espero que a Layla jamais escute esse tipo de coisa vindo da sua boca, caso o contrário, estaria morto - ele me encara por uns breves segundos antes de se virar e ir em direção da escada em espiral de madeira escura.

- Layla é a Rainha daqui cara - um dos meninos da fraternidade diz atrás de mim ao sair da cozinha fazendo com que eu o olhe - Imperatriz na verdade, nosso reinado acabou, o que não é ruim, ela é perfeita - ele morde um sanduíche com um recheio duvidoso e seus olhos esverdeados me observam divertidos - Ela é bem ativista e detesta oque podemos chamar de "macho escroto"  - diz de boca cheia, ele lambe seus dedos e concluí - Então não é muito bom falar essas merdas, na verdade, caras como você devem ficar longe - ele dá de ombros e sai pelas portas duplas da frente.

Fico estagnado, sem entender, eu pensei que esse seria o momento onde várias gatas entrariam por aquela porta e faríamos a festa de boas vindas, muita bebida, drogas e sexo na piscina. Mas encontro uma breve bagunça de saudação e todos correndo para se arrumar, eufóricos com uma festa proporcionada por meninas e uma "Imperatriz", elas tinham conseguido o direito de dar festas pelo visto, ou tinham uma casa fora do campus, aparentemente, meus planos terão que ser revistos.

Não me dou ao trabalho de trocar de roupa, já vim preparado para festas, alguns minutos depois David aparece com os cabelos soltos e molhados, camisa branca estampada com minusculas flores azuis de botões, os três primeiros abertos e uma bermuda Capri, sapatos confortáveis e descolados.

- Sem vacilos no primeiro dia - diz dando tapas nas minhas costas, dou de ombro e sorrio, eu e mais três garotos o seguimos até sua Mercedez.

DEADOnde histórias criam vida. Descubra agora