Layla entrou como um foguete na sala de uma das psicólogas e psiquiatras mais influentes do país sem se preocupar em incomodar.
- Preciso de você agora - falou em tom urgente, seu corpo tremia dos pés à cabeça e a Dra. Vanessa Torraz soube que precisava ampara-la.
- Certo - disse se virando para um cliente que estava sentado no divã, assustado com a cena - Patrick querido, que tal recomeçar amanhã? Te dou uma hora de bônus - propõe amável.
O homem branco, calvo e franzino concorda com a cabeça e sai em disparada pela porta, sem sombra de dúvidas apavorado, era um pobre coitado com muitos problemas.
- Aconteceu - Layla diz como se a Doutora fosse saber do que se trata, ela senta no divã e a encara, diante do olhar confuso concluí - Conheci alguém, alguém do tipo ruim - ela se joga do conforto do couro ainda com o corpo tremendo.
Vanessa olha seu relógio, 9:15, sem dúvidas Layla estava matando aula para estar ali, então com toda certeza o assunto era sério, ela tomou uma pose mais rígida e depositou toda a sua atenção sobre a menina.
- Seja mais específica querida - pede com gentileza, Layla bufa, visivelmente fora de sí, Vanessa a conhece faz tantos anos, sabe que a garota é um amor de pessoa, menos quando o assunto é de negócios.
- Conheci um puta cara ontem, daquele tipo machão opressivo, o tipo de homem que faz com que eu precise da sua ajuda - fala amargurada, ela não queria mais aquilo, queria um amor leve e pacato, como a maioria das pessoas.
- Conte como o conheceu - Vanessa pergunta ao se levantar e preparar algo para que elas bebam durante a sessão.
Acostumada com a rotina, porém não menos inquieta, Layla se pôs a falar.
- Eu estava observando a festa, uma festa que dei para comemorar o início das aulas, dar boas vindas aos novatos, estava tudo correndo bem, tenho uma ótima visão do mezanino, até que... - ela fecha os olhos tentando acalmar inutilmente o coração - Eu o vi, porra, se vi, tão fodidamente sexy encostado no bar e ele olhava para mim... Meu corpo se arrepiou todo - pausa para pegar o copo de água tônica com lascas de limão.
- E isso significa que ele é opressor e agressivo? - Vanessa ergue uma sobrancelha - Só porquê você tem um certo fetiche com esse tipo de homem, não quer dizer que todos os que você se sentir mexida são assim - finaliza sua observação ao cruzar as pernas.
Layla gargalha, as vezes, pensava que a Dra. Vanessa era inocente e boa demais para entender os desejos obscuros que tinha, na verdade, duvidava que muitas mulheres a entenderiam, era por isso que tentava se tratar, não suportaria ser julgada por se excitar por aquilo que luta contra.
- Você sabe que homens assim são reconhecíveis de longe, ele emana possessividade, sexo, violência - geme, nunca entendeu seus desejos, nunca iria entender.
- Bom, seu amigo ruivo, que te trouxe aqui quando estava a beira de um colapso... Alex ? - Layla confirma com a cabeça - Bem, ele tem uma aparência muito máscula, forte, alto, amedrontador de aparência, mas um doce de coração, talvez esse seu novo rapaz também seja - concluí bebericando seu café.
- Eu tirei a prova, ele não é - Layla resmunga olhando para os pés, com medo do sermão que virá a seguir.
- Layla - Dra. Torraz a chama com uma leve repreensão na voz - O que você fez? - pergunta quando ela a encara.
Dando de ombros e voltando a encarar os pés, Layla pensa sobre suas atitudes autodestrutivas que um dia, acabariam matando-a, ela vivia perigosamente, se metendo em negócios sujos por puro deleite, tudo na tentativa de suprir sua necessidade mais aterrorizante.
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DEAD
RomanceQuando algo é tóxico, você se afasta. Mas... e quando esse algo é o que te faz feliz? É o que te agrada e te prende, você se encontra em um redemoinho onde não importa o quanto lute, ele te suga, te consome. Esse é o meu amor por ele. É horrível...