I'm fucking hurt

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   Eu não conseguia me imaginar em minha própria casa, tudo me lembrava a ele, cada canto onde fizemos sexo, cada roupa deixada por ele ou oferecida por si, cada memória ao seu lado. Tudo me lembrava a ele, porque ele já foi da casa.
   Enquanto conduzia para a minha moradia, de forma nada segura, liguei para a única pessoa que sabia o quanto eu amava Donghun, a única pessoa que me ouviu horas ao falar do meu amor, a única pessoa em quem eu confiava, esse era meu melhor amigo, Kim Byeongkwan. Sabia que ao chegar em casa, ele já lá estaria para me reconfortar, mesmo que eu só quisesse desaparecer naquele exato momento.

– Eu fui tão idiota por confiar nele, tão...ingénuo por não ver que não passei de um brinquedo. – reclamei comigo mesmo, não conseguindo parar de soluçar por momento algum.

   Não me importei de deixar o carro de qualquer forma, apenas entrei em casa, caindo de joelhos no chão, sentindo a dor e a saudade me atingir em cheio, até a casa tinha o cheiro dele. No meio do meu desperto interno, senti um par de braços me rodarem, e por conta do perfume suave porém atraente, sabia que era Byeongkwan. Não dudei em abraçar o seu corpo com força, deixando que o resto da minha mágoa fosse descontada sobre si, manchando completamente a sua regata com um charco de lágrimas incesantes, meu coração estaba realmente quebrado e não havia forma de o reparar, as borboletas do meu estômago morreram e neste momento só as queria vomitar.

— Shhi, calma Junnie, eu estou aqui, não chore, ele não merece que você desperdice a água do seu corpo por ele. — sua voz doce e calma acabava sempre por me acalmar de alguma forma, ele sempre conseguira impedir de fazer várias loucuras só falando desse jeito. Mas este caso estava sendo impossível.

— Eu.. Eu não consigo Kwannie, tudo nesta casa me lembra a ele, tudo! Eu não consigo....eu não consigo olhar para qualquer canto da casa e não me lembrar de algum momento nosso! — reclamei num tom alto e magoado, era realmente impossível estar em minha própria casa e não me lembrar do seu sorriso meigo na minha direção, enquanto me mimava.

— Pois então venha para a minha casa, eu não lhe vou deixar assim, eu não gosto de você assim deprimido, você está dando pena. Eu gosto do Junhee com um sorrisão enorme. — falou o mais baixo, porém isso não foi o suficiente para mim animar, meu coração estava apertado demais.

— Você está com um companheiro de piso, eu realmente não quero ficar lá de graça.. eu posso tentar ficar aqui e–

— Não mesmo! — antes que continuasse, o próprio Byeongkwan me interrompeu, me obrigando a olhar para ele. — Você já me ajudou bastante quando tive que superar a minha ex, eu literalmente vivi um ano na sua casa e você não me cobrou nada. Agora é a minha vez de ajudar você a curar o seu coração partido por aquele idiota.

  Em qualquer outra altura eu teria brigado com ele por ter insultado o Donghun, já que o Byeongkwan nunca confiou nem gostou dele, mas desta vez, eu estava concordando com ele, mentalmente.

— Certo, certo, eu não irei reclamar. Irei só... pegar algumas roupas.

— Deixe que eu faço isso, me espere no meu carro. — quase na mesma hora ele respondeu, o que me fez olhar estranho para ele. — Não me olhe assim, eu sei que você iria começar a chorar ainda mais olhando para as roupas que ele deu para você. Eu sei quais são e vou fazer o cuidado de não as escolher. Rápido, vá para o meu carro.

  Não discordei dele e, com a cabeça baixa, caminhei lentamente para o seu carro, ouvindo seus passos se perderem a medida que caminhava para fora do edifício e ele para meu quarto. Já fora do prédio olhei em volta, e meus olhos voltaram a arder em lágrimas, literalmente tudo me lembrava dele aqui. Corri para o carro do de cabelos loiros, entrando e logo cubrindo minha cara com as pernas, as lágrimas caíram já de forma automática. Eu realmente queria não estar nesta situação, não queria ter me apaixonado por ele, não queria ter me iludido, não queria ter visto o que vi.
  Minutos depois, Byeongkwan entra no carro, deixando uma mala na parte de trás, nessa mesma hora parei de chorar, limpando as lágrimas rapidamente mesmo sabendo que ele já me havia visto.

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