Capítulo 1 Eu e Você

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Um sonho para Helena
Capitulo I
Eu e você
Ele tentava esconder o rosto com o cobertor no intuito de se proteger da luz que insistia entrar pela cortina clara do quarto e ofuscar seus olhos. Felipe queria mostrar que ele era mais forte e que poderia continuar dormindo e ele estava quase conseguindo, mas o barulho de sua mãe entrando no quarto feito um trator jogou seu esforço por água abaixo.
-Felipe! Levanta. Já são 06:40 e não quero comprar outra briga com seu pai.
-Mãe, relaxa e vou entrar na segunda aula. Ele colocou o travesseiro no rosto.
-Luiz Felipe Alcântara, Levanta! Chega de guerra toda manhã.
-Ok, mãe, hoje a senhora está um porre! Ele levantou vestido apenas em um shortinho samba canção.
-Porre, eu estou um porre, você não viu o seu pai ainda.
Ele se espreguiçou já de pé sendo olhado fixamente pela mãe.
Julia olhava para aquele jovem com corpo de homem e mente menino. O par de olhos azuis vibrantes ele herdara do pai. Mas todo o resto era seu reflexo masculino. Os fios loiros, a pele branca e sem marcas, o rosto fino, lábios vermelhos que contornavam uma boca delicada. Ela sabia que seu filho era lindo, o típico galã 21 anos que as garotas da faculdade faziam de tudo para chamar a sua atenção. Mas mesmo com seu corpo másculo continua o menino desobediente e desafiador que ela conhecia tão bem.
-Você tem 10 minutos. Ela disse para filho que já entrara no banheiro. -Dez minutos Lipe!!!
Vinte minutos depois Julia estava tomando café com Carlos quando Felipe sentou-se à mesa.
-Que bacana sua vida não é meu filho. Em plena madrugada de segunda-feira na rua, chegando á cinco da manhã. A melhor parte de tudo isso é não ter com o que se preocupar.
-Eu vou entrar na faculdade na segunda aula, Pai.
-Oh, obrigado. Porque não entrar na segunda aula e perder a primeira já que bobão paga uma fortuna na mensalidade para você ter todas as aulas.
-Carlos, por favor, podemos tomar um café em paz esta manhã.
-Claro, porque o fato do nosso filho se comportar como um moleque não te atinge, mesmo porque você é a primeira aceitar e acobertar tudo que ele faz de insensato e irresponsável. .
-Minha nossa, pai hoje o senhor acordou com corda toda.
-Olha como você fala comigo. Eu não aguento olhar a sua cara irresponsável. Você age meu filho como um moleque.
-Ok, se esse é problema, se me olhar é um sacrifício eu saio.
Ele se levantou e foi em direção a sala pegando a mochila que estava e cima do sofá enquanto Julia gritava:

-Felipe volte aqui, termine seu café da manhã.
Felipe batera a porta e saira. Julia levantou-se.
-Parabéns, era o que você quer aumentar o abismo entre você e seu filho?
-Julia, o Felipe tem 21 anos, ele precisa amadurecer.
-Eu sei! Mas ficar nesse pé de guerra com seu filho não está ajudando. Você sempre com um festival de criticas. È só isso que você sabe fazer.
-Julia, e você quer que faça o que? Ele precisa de pulso firme. Você sempre o mimou demais.
-Eu fiz o melhor que pude com as crianças querido, agora se você não achou que está bom bastante eu não posso mudar. Talvez se você tivesse sido mais presente poderia ver como é fácil educar duas crianças.
-Do jeito que você está falando até parece que eu estava na farra, ou que não amava meus filhos e a você. Eu sempre trabalhei muito para conquistar a vida que temos hoje.
-Você não fez isso só pela gente, queria o seu prestigio profissional. Você dava plantões seguidos enquanto seus filhos cresciam. Amou tanto aquele hospital, parabéns querido você se tornou um ótimo diretor, mas um péssimo pai.
Julia saiu.
Era final de julho e inverno estava a todo vapor. Felipe dirigia em alta velocidade na estrada que ligava Gramado á Caxias do sul. A brisa gelada batia em sua pele a deixando vermelha. Ele era impulsivo e sempre discutia com pai pela manhã. Já se tornara praticamente um ritual matinal. Carlos é um cardiologista muito respeitado e prestigiado não só no Rio Grande do sul, participara de varias pesquisas congressos. Mas o trabalho o fizera abrir mão de alguns momentos com família que refletia na rebeldia do filho.
Felipe era estudante de engenharia civil. Ele decidira fazer o curso primeiro para contrariar o pai que tinha o desejo que filho fizesse medicina. Mesmo gostando das áreas de humanas e tendo um certo interesse por fisiologia e bioquímica ele optara por exatas para contrariar o pai. Dois de seus amigos estavam fazendo engenharia civil, então foi a melhor escolha. Apesar de não ser um aluno muito empenhado, ele conseguia levar o curso empurrando com a barriga por ser bom ser muito inteligente e ter a facilidade com cálculos. Além do mais seus amigos o acabavam ajudando em trabalho em grupo que ele nunca fazia.
Ele entrou pelos corredores com uma granada a ponto de explodir. O pai conseguia despertar o seu mal humor com discussão da manhã. Felipe vinha caminhando e dobrou o corredor da direita, E de repente ele esbarra naquela garota que vinha andando devagar com vários livros nas mãos. A garota foi ao chão junto com ele com impacto do encontrão. Primeiro ele pensou em xingá-la e descarregar a sua raiva naquela jovem. Mas no segundo seguinte ele não conseguiu dizer nada. Ela era simplesmente linda, com seus logos cabelos ondulados marrons como chocolate, o olhar dela era enigmático porque ele não conseguia definir a cor dos olhos. Era castanho claro, tinha tom de mel que puxava para verde claro. Ele precisava de mais tempo, precisava a olhar com mais cuidado. Os lábios vermelhos que pareciam que tinham um imã que estava o chamando. Felipe sempre saia com belas garotas, e não era de se pressionar, mas hoje parecia diferente.
O seus devaneios foram interrompidos com a garota quebrara o gelo.
-Agente pede desculpa quando esbarra em alguém. Ela disse enquanto apanhava os livros que foram a chão.
Ele respondeu rude enquanto se levantava.
-A culpa não é minha se você quer andar com biblioteca de baixo do braço.
-A culpa é minha? Além de estabanado é mal educado.
-Garota na boa hoje não é um bom dia! Ele saiu e deixou a garota lá recolhendo os livros.

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