Capítulo 1: Eu e Você parte 4

9 3 1
                                    




Capítulo :  Eu e Você- parte 4

Natacha entrou na sala de aula tentando disfarçar o rosto vermelho do choro no banheiro feminino deixou.

Ela se sentou ao lado de Amanda?

-O que houve?

-Acho que acabou mesmo. Ela colocou os braços sobre a carteira e depois depositou seu rosto sobre eles.

-Naty, vire a pagina. Você é linda, e Lipe, bem é o Lipe.

Natacha levantou a cabeça.

-Eu não consigo. Eu pensei que seria diferente, que ele sentiria minha falta que pudesse mudar. Mas... Ele nem liga.

Amanda estava se correndo de remorso. Ela sabia que o porque de Felipe está tão diferente.

-As vezes agente insiste muito algo, mas este não é bom para gente. Natacha, eu imagino como isso te magoa, mas ele não é  a pessoa certa para você.

-Por quê? O que tem de errado comigo?

-O problema não é você. As coisas são assim.

Felipe cantarolava no corredor do hospital com o fone no ouvido e esfregão na mão quando avisou um pouco mais a frente Helena sentada no chão abraçando as próprias pernas e chorando. Ele acelerou o passo e foi até ela.

-O que aconteceu? Está se sentindo bem?

-Felipe agora não. Ela respondeu com olhos vidrado na parede da frente.

Ele sentou- se ao lado dela.

-Alguém te deu uma bronca.

Ela balançou a cabeça que não chorando ainda mais.

-Por favor, Helena? Me conta, quem sabe eu possa ajudar.

Ela passou as mãos no olhos enxugando as lágrimas.

-Semana passada eu estive com uma paciente. Ana Carolina, ela tinha sete anos e precisava de um transplante de coração.

Ele disse com olhar triste.

-Não encontrou doador?

-Encontrou, fez a cirurgia, eu sai daqui na sexta-feira ela estava se recuperando bem. Helena respirou profundamente enquanto as lágrimas retornavam. – Só que houve complicações fim de semana no pós-operatório e ela faleceu esta manhã.

Felipe ficou sem reação.

-Ela tinha sete anos, só queria correr, brincar e não sentir mais dor. Eu não entendo, não é justo. Ela deveria ter direito se recuperar de ser uma criança.

-Sabe Helena eu acredito tem coisas que não temos o poder mudar.

-Deus? Você acredita em Deus?

-Ora, é claro que acredito. Eu acho que existe algo maior, não sou nenhum santo, mais acredito que deva ter uma explicação, uma razão.

-Eu acho que eu não acredito. Como pode haver um Deus que permite que uma criança de sete anos morra mesmo tendo conseguido chegar tão perto.
O que uma criança pode ter feito para ser punida assim?

-E se não for punição, Helena deve haver algo além da nossa compreensão, aquele lance de missão. Não sei, só acho que não se trata de punição. Nem tudo que deus nos dá é punição. Tinha quadro na minha casa que dizia" Pedi a Deus prosperidade e ele me deu sabedoria e forças para trabalhar. Acho que é tipo isso.

Helena sorriu.

-Que ironia isso vim de você, alguém que está trabalhando porque o pai o castigou.

Um sonho para HelenaOnde histórias criam vida. Descubra agora