— Eles e seus estilos de vida pecaminosos, vêm adquirindo cada vez mais espaço e força em nossa sociedade... — O patriarca de meia idade se locomovia de um lado para outro sobre o palco, enquanto gesticulava e pregava, o que para si, era a mais pura verdade. — A mídia, hollywood, essas malditas redes sociais, são os frutos podres que estão à todo instante tentando plantar suas sementes malignas na cabeça de nossos filhos. — Os espectadores daquele culto, concordaram piamente com as palavras do Byun mais velho; enquanto a moça de cabelos alaranjados e sedosos resmungava totalmente contrária ao lado do amigo. — A Demi Lovato não fecha a boca e aquela tal de Lady Gaga influência nossos filhos e aos ainda mundanos, a usarem pouca roupa, a exibir seus corpos nus por aí, os encaminha para uma vida leviana, para o caminho sem volta do pecado...
— Eu não acredito que além de passar quase uma hora de relógio falando merda, seu pai ainda vai ter a audácia de falar mal das minhas divas Baekhyun. — Bae Joohyun, completamente indignada, resmungou em sussuros em seu encalço.
— Silêncio, noona! — Pediu, também em sussuros. — Sabe que se formos pegos de conversinha no meio do culto, meu pai vai ficar bravo comigo.
A garota não lhe dera nenhum retorno. Pelo menos não um audível. Baekhyun tinha plena certeza, que a melhor amiga estava o apedrejando em pensamentos por ser tão medroso e submisso aos dizeres de seu pai.
— É por isso que erguemos nossa voz e fazemos piquetes nos casamentos e funerais deles... —Voltaram a espectar o homem de cabelos parcialmente grisalhos e muito bem vestido em um terno preto e caríssimo aos olhos de quem via. —Alguém tem que falar por Deus. Alguém tem que levar a palavra, a verdade, até esses pobres coitados e impedir que eles contaminem nossos filhos com suas doenças...
— Idiota! — A ruiva voltou a murmurar. — Quem disse que ele fala por Deus?
— Joohyun, por favor... — Suplicou.— Faça silêncio!
— Eu não consigo, Baek. — Seus pés moldados por uma sapatilha rosada, começaram a bater contra o assoalho de madeira do salão de reuniões. Joohyun, não conseguia engolir nenhuma daquelas palavras, muito menos implantar tantas doutrinas sem fundamentos em sua vida. Tinha a plena certeza, de que se Deus realmente existisse ele não iria punir seus filhos por estarem vivendo da forma que achavam melhor e muito menos por estarem amando aqueles que seus corações escolheram.
— Será que você pode ficar quieta? — A mão de dedos finos e delicados, foram parar sobre um dos joelhos da garota, num pedido de apaziguamento.— O culto já vai acabar. Depois você pode reclamar o quanto quiser e falar mal do meu pai a vontade... De preferência quando eu estiver bem longe de você.
— Como você consegue? — Os olhos redondinhos da garota, caíram sobre si e seu corpo que antes voltado para o pequeno palco, foi bruscamente virado na direção do melhor amigo. — Como pode ouvir tudo isso e continuar seguindo esse hipócrita? — As orbes da garota eram um misto de indignação e raiva. — Ele não pode falar por Deus, não pode falar por nós, não pode falar por ninguém além dele mesmo. — Seu baixo tom afiado, causava uma leve sensação de temor no corpo tacanho do Byun. O garoto tinha certeza que se eles estivessem à sós ao invés de estarem no salão da igreja, ele já teria levado uns bons tapas da mais velha. — Ele está confundindo os papéis de ditador e líder religioso.
— Não é pra tanto, Joohyun. —Revirou os olhos. — Se meu pai está lá em cima daquele palco, é porque de alguma forma ele tem razão sobre o que diz.
— Você não cansa de defender esse projeto fajuto de Hitler, não é? — Ela negou com a cabeça, retomando sua postura. — Só quero que saiba que ele não tem razão alguma sobre o que prega, Baek. Deus não é assim. Ele é bom e deve ser completamente indiferente a orientação sexual ou a vida que cada um leva fora da igreja. Ninguém passa a ser certo porquê está dentro de um templo religioso, e muito menos passa a ser errado por estar fora dele.
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Be My Mistake | Chanbaek
FanfictionByun Baekhyun sempre fora o típico garoto de uma família tradicional coreana, que obedecia a risca todos os padrões e doutrinas que os pais e a igreja impunha. Baekhyun sequer sabia o que era ser um adolescente normal de 17 anos. Nunca havia experi...