Estava sendo uma luta assustadora de borboletas em seu estômago.
As pequenas criaturas debatiam-se por entre suas paredes internas causando o maior alvoroço e trazendo um leve desconforto para seu íntimo. Desconforto este que não agradava em nada a Chanyeol, pois ele sabia exatamente o que aquilo poderia significar e o quão fodido estaria se aquelas borboletas o levasse a sentir algo a mais.
Borboletas em hipótese alguma seriam um sinal positivo, uma vez que, quem as causa sempre vai embora sem apresentar nenhuma hesitação. Por outro lado, aquele que fora deixado para trás além de ter que suportar a dor de um coração partido ainda tem que lidar com o fato de permanecer sendo incomodado por tais insectos metafóricos todas as vezes em que for arrebatado pelas lembranças de algo que havia se findado.
Chanyeol recordava-se com clareza da primeira vez em que fora pego por dada sensação e do quão machucado ficou após ser passado para trás por sua primeira paixão; mais conhecido como Kim Jongin.
Foram meses e meses tentando superar uma decepção que parecia querer consumí-lo por inteiro. Chanyeol havia entregado seu coração de bandeja àquele por quem tinha grande afeição e apego, pois além de acreditar que teriam um relacionamento duradouro, acreditou que entre ambos havia reciprocidade. Todavia, o Park não poderia ter estado mais errado em relação a qualquer coisa que os envolvia. Chanyeol deixou-se cegar por seus próprios sentimentos e idealizações, forçou-se a crer em coisas que jamais poderiam se concretizar e submeteu-se a ser escravo da paixão que pulsava em seu peito.
Descobrir que Jongin sequer fora apaixonado por si um dia lhe doeu mais do que ouvir de seu próprio pai que ele não o via como um filho. Doeu muito mais porquê o Sr. Park nunca se fez presente em sua vida ou ao menos fazia questão de tê-lo por perto, então isso já era mais do que um sinal explícito que o homem não o tinha como um filho, ao contrário do ex-namorado e ex-amigo que dizia amá-lo todos os dias. Machucou profundamente saber que seu pedido de namoro apenas havia sido aceito porquê o Kim não queria acabar com a amizade de ambos e muito menos desejava ferir o platinado.
Contudo, Chanyeol não depositava a culpa toda no ex. Ele até aceitava dividir o peso, já que ele deveria ter pulado fora no momento em que percebeu ser único entregue naquela relação e o único que segurava firme o seu lado da corda. Na verdade, ele era quem desdobrava-se para segurar ambos os lados da corda. Sendo assim, o platinado também tinha culpa por confiar no tempo e achar que no decorrer deste os sentimentos do amigo iriam desabrochar e florescer pela eternidade. Mas como já é sabido, isso nunca veio a acontecer. Empurraram aquele relacionamento com a barriga por um ano e tudo o que Chanyeol conseguiu ouvir de mais sincero da boca do Kim foi:
“Desculpe Chan, mas eu realmente não posso mais continuar com isso. Eu não vejo um futuro pra nós, porquê mesmo após um ano de namoro eu não consigo amá-lo do jeito que eu sei que deveria amar.”
Posteriormente, veio a acontecer tudo o que Jongin mais tentou evitar ao aceitar o pedido de namoro de Chanyeol. A amizade que nutriam desfaleceu num estalar de dedos, visto que depois do término sequer conseguiam olhar na cara um do outro; e para completar o Park acabou adquirindo mais uma ferida para sua coleção, que mesmo decepcionado continuava a palpitar desregulado mesclando-se as famigeradas borboletas que volta e meia davam o ar da graça quando sua mente nublada o direcionava à questões ligadas ao ex-namorado.
As pequenas criaturinhas foram suas únicas companhias durante toda sua fase de sofrimento, apenas o abandonaram quando Chanyeol entregou-se ao vício da nicotina. Logo os seres que bagunçavam seu interior morreram asfixiados pouco a pouco pela fumaça dos inúmeros cigarros que o Park fumava por dia; junto a eles também se foram os sentimentos outrora nutridos por Kim Jongin.
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Be My Mistake | Chanbaek
FanfictionByun Baekhyun sempre fora o típico garoto de uma família tradicional coreana, que obedecia a risca todos os padrões e doutrinas que os pais e a igreja impunha. Baekhyun sequer sabia o que era ser um adolescente normal de 17 anos. Nunca havia experi...