Letícia narrando:
Nós estávamos sentadas no sofá, e eu levantei pra pegar água na geladeira, aproveitei e peguei pra Isabel e pra D. Maria.
Minha cabeça estava doendo, e sem contar naquela sede insuportável. Não tinha outra hora pra esse povo invadir não? Tinha que ser bem na hora que tá geral de ressaca. Estratégia né.
Eu não tô entendendo direito o que q tá acontecendo, mas tô fingindo.
(...)
O tempo naquele lugar não passava nunca, estávamos lá a duas horas, mas pareciam dois dias.
Isabel tinha uma espécie de rádio, e toda hora ela tentava falar com alguém por ele, mas não dava certo.
Isabel: Será que aconteceu alguma coisa? Ninguém responde.
D.Maria: Minha filha, eu sei que não é fácil, eles são nossa família, mas se acalme, você sabe que essas coisas demora, e logo logo eles vão está aqui.
Isabel: Eu espero. Isso sempre acontece, e eu nunca vou conseguir me acostumar.
Alemão narrando:
A polícia estava invadindo, dessa vez vieram com mais homens e armas melhores. Não estávamos preparados pra esse tipo de invasão, não ainda. O armamento novo vai chegar nessa semana, aconteceu umas confusões na boca e atrasou algumas coisas.
Mas é isso aí. Quem não tem cão caça com gato, e nós vamos ter que defender o morro com o que temos.
Desci entrando nos becos com o Ph, sempre foi nós dois, colados pra defender o que é nosso, e nós conhecemos isso aqui como a palma de nossas mãos.
Ph: Eles estão bem mais armados.
Eu: Tô ligado, fingi que estamos forte pra eles recuar. Manda rádio prós vapor descer tudo, eu quero geral lá em baixo.
Ph: e lá em cima?
Eu: não vai ficar ninguém. É um risco mas é o que tem que ser feito.
Ph: vou mandar geral chegar junto então.
Eu: Se eles cerca, nós tá fudido.
Ph: Vão cerca.
Eu: e nós vamos meter bala.
(...)
Já tinha mais de três horas de confronto, eles vieram aqui com algum objetivo e eu não sei qual é ainda. Já fui quase morto, e quase preso, mas tô aqui.
Perdemos alguns homens, mais do que eles, e precisamos fazer algo com urgência.
Ph: Ei mano, passaram um rádio que os cara preto tá beirando o depósito e a casa. Se eles achar nós vamos perder tudo.
Eu: não vão achar. Eu sei o que fazer
Conversamos enquanto estávamos escondidos esperando os cara passar o rádio. No depósito é onde tá a droga toda, o resto de armamentos
e tudo que temos. Ninguém nunca nem chegou lá perto, é bem escondido. Mas hoje parece que isso vai mudar, ou não.Ph: o que?
Eu: vou deixar os cara me pegar.
Ph: tá louco Alemão, isso aí é pisada.
Eu: eles vão vazar se pegar o chefe.
Ph: e quem vai comandar isso aqui? Como tu vai sair de lá? Não porra, fica de boa ai.
Eu: você vai comandar mano, vai receber o armamento novo, e vai me tirar de lá.
Ph: não tem papo Alemão, fica suave aí
Eu: se acharem o depósito vamos está na merda, vamos perder tudo, não teremos nada.
Ph: puta que pariu. Eu vou então.
Eu: não, eu vou.
Ph: que desgraça que tá acontecendo.
Eu: vai dá certo, eu tenho o melhor pra me tirar de lá.
Ph: e se não da certo?
Eu: vai dá. E eu vou agora.
Ph: ae irmão, esse morro não vai ser o mesmo sem você, mas logo tu tá de volta, eu vou te tirar de lá.
Eu: eu sei que vai. Cuida de tudo viu.
Ph: pode deixar.
Eu: É por nós, pela nossa família, e por esse morro.
Ph: sempre foi irmão.
Fizemos nosso toque e eu saí do esconderijo. Não ia me render, só ia deixar a polícia me pegar. E assim eu fiz.
O plano deu certo, eles me pegaram e vazaram todos do morro, parece que a operação era essa, capturar o dono.
Letícia narrando:
Depois de horas naquele lugar, finalmente a porta foi aberta revelando o Ph.
Isabel: cadê o meu irmão?- perguntou assim que viu o Ph.
Ph: Ele precisou ir.
Eu: precisou ir? Ir pra onde?- falei curiosa.
Isabel: Explica direito Ph.
Ph: os cara preto ia achar o galpão, aí o Alemão se entregou pra eles vazarem tlgd.
Isabel: como assim ele se entregou? Ele ficou louco? Vcs ficaram loucos. Como vc pode deixar isso acontecer?- falou indo pra cima dele.
Ph: cê é louco tio, relaxa, eu sei que é arriscado, mas deixa eu da o papo pra tu, eu vou tirar ele de lá tlgd, nem que seja a última coisa que eu faça- falou e saiu do lugar.
Eu: Isabel, eu não faço a mínima ideia de como isso funciona, é a primeira vez que venho aqui, mas eu acredito que vai dá tudo certo tá.
Isabel: meu irmão foi preso. Tem noção disso?- falou chorando
Fernanda: nós temos noção disso Isa, mas fica calma.
Letícia: eu tenho contato de uns advogados ótimos
Isabel: não tem advogado no mundo que tire ele de la, Let- nem respondi mais nada, pq pra mim eu tô num pesadelo.
Jr: Vocês, vamos subir- brotou do nada na porta e nós subimos pra sala- aí Isa, fica de boa véi, eu sei que é pisada, mas tu pode ter a consciência de que nos vamos tirar ele entendeu.
Isabel: eu quero ir Jr.
Ph: tá fumada Isabel?- que mania esse povo tem de aparecer do nada.
Isabel: eu tô falando sério Ph.
Ph: e eu tbm Isabel. Nem fudendo eu vou deixar tu ir lá. O Alemão mata nós tudo junto se pelo menos sonhar que tu tá envolvido nisso.
Isabel: ele não vai fazer nada, eu vou explicar pra ele.
Ph: até parece que tu não conhece teu irmão. Não vai e pronto acabou.
Jr: e depois invez de tu ajudar, tu pega e atrapalha, aí fode.
Ph: é, melhor tu ficar aqui mesmo, esperando ele.
Isabel: eu vou ajudar de um jeito ou de outro.
Jr: então tá, vou te dá uma missão, a missão mais importante de todas vai ficar nas suas mãos. Presta atenção pq não pode ter erro em Isabel. É um voto de confiança que vamos dá pra você. Tu vai ficar responsável por fazer a comida pra quando a gente voltar com o Alemão.
Isabel: vai se fuder Jr.
Ph: boa muleque- falou rindo.
Jr: tô falando sério, essa é tua parte.
Isabel: tá, vai sonhando.
Acende as estrelinhas e
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Continua...
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Tudo acontece no alemão
Fiksi RemajaDuas realidades totalmente diferentes, dois mundos opostos. Mas ao mesmo tempo, duas pessoas destinadas a se encontrar... Ela não vê a hora de terminar o ensino médio. Ele não terminou nem o ensino fundamental. Ela sempre teve tudo o que quis. Ele s...