Capitulo 6 - O Primeiro Aliado

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— Senhor, o que você fará?
Olho para trás e vejo Dimitri me encarando, como se o que eu disseste fosse mudar sua vida de cabeça para baixo.

Olho para frente de novo sem ter uma resposta. Estou no alto da casa, em uma varanda, olhando os muitos de meus parentes partindo rumo seus territórios.

Mas o que me preocupava não era apenas o fato que terei que brigar com unhas e dentes contra meu irmão, mas também com o que meu tio disse mais cedo.

Como um grande flashback, lembrei da cena que provavelmente remoerei por muitas noites a fio.

Tenho uma duvida — disse meu tio levantando a mão em forma de questionamento.
Eu e meu irmão acentimos, para que continuasse.
— Antes do meu irmão morrer envenenado, ele assinou um contrato de União das Famílias, algo que poucos de nos estamos cientes desse ato, e gostaria de saber como vocês resolveram isso, já que vocês são nossos "chefões" no momento. Apenas um de vocês poderá se casar com a filha da Família Vitorino.
Naquele momento eu fiquei sem palavras, como se ele tivesse tocado em uma parte muito delicada de min.
— Simples, ela se casará com quem herdar o lugar de chefe. Vocês mesmo ouviram, que no testamento disse exatamente que havera uma votação apos um ano, decidindo quem herdará o posto de líder dos Martinelli.
Bernardo tomou a frente falando, já que eu fiquei sem resposta, mas não poderia deixar de ficar sem falar nada.
— Exatamente, até lá teremos uma relação distante com a Família Vitorino, portanto vamos seguir os termos do contrato, e manteremos a paz entre as duas famílias.
Tento parecer o mais autoritário possível.
—Estão todos de acordo?
Todos fazem sinal com a cabeça e com seus chapéus dizendo que aceitam os termos.

Igor aparece na varanda me trazendo de volta a realidade, ele tem algo não mão e isso me intriga.
— Ligação para o senhor.

Penso em quem poderia ser e o que iria querer comigo.
— Alô — digo com a voz meio falha.
— Olá meu sobrinho.

A voz de meu tio veio novamente me atormentar e em um turbilhão de pensamentos.

— Pietro, eu não tomei partido pessoalmente para não começar uma discussão, mas eu e meus filhos estaremos ao seu lado, caso queira ser o Chefe. Conhecemos você desde pequeno e sempre achávamos que fosse " bonzinho demais ", mas depois de hoje você se mostrou ser mais qualificado do que o impaciente de seu irmão.

Fico surpreso com essa revelação, era o meu tio o mesmo que nos questionou após a leitura do testamento, e a pessoa com a maior voz dentro da família, vinha demostrar lealdade a min e isso seria de suma importância para eu vencer.

— Agradeço muito, pois o senhor foi o braço direito de meu pai por muito tempo, e sei que ainda será muito importante para a nossa família.
Apos o fim dessa conversa, fico mais confiante de min de que posso ser o Chefe, e sentar na cadeira que um dia foi de meu pai.

Devolvo o telefone para Igor que sai logo em seguida com Dimitri logo atrás.
Ando pelos corredores da casa sentindo um vazio no peito, como se a casa tivesse ficado maior e mais triste do que era antes.

Depois de entrar no meu quarto noto que havia esquecido meu celular no criado mudo, quando abro para ver suas notificações, vejo que havia mais de seis ligações perdidas e o numero que havia efetuado as chamadas me deixou eufórico de repente.

Aperto no número novamente e retorno a ligação, e por três segundos espero na linha ate uma voz suave responder do outro lado.

— Pietro, finalmente você retornou, achei que tivesse morrido.
— Por que você achou isso? — fico intrigado.
— Todos já sabem sobre o que aconteceu, é o assunto da cidade inteira, dizem ate que acontecerá uma guerra interna entre os Martinelli.
— Fique tranquila, não acontecerá nada existe uma regra em que não podemos ferir um dos nossos em nossa disputa pelo cargo.

Percebo que ela fica em silêncio por alguns segundos.
— Mas se o tal do Bernardo vencer? Eu não quero me casar com aquele idiota.

Fico surpreso com essa revelação, ela preferir a min do que ao meu irmão, era um alivio para min. Pelo menos não sou tão ruim assim.
Dou um meio sorriso sem perceber — Isso não acontecerá, eu vou ganhar essa disputa.

— Você ao menos ganhou em algo de seu irmão na vida Pietro? Pois se me lembro bem, você sempre perdia.
Faço careta para ela, mas sei que ela não pode ver, então penso em uma outra alternativa.

— Vamos nos ver pessoalmente, por telefone não é muito confiável você não acha?
— Devo concordar com você.
Finalmente consegui a manipular do jeito que eu queria, e fico feliz pelo meu avanço.
— De baixo da Ponte Central, daqui a uma hora — logo em seguida pude ouvir o fim da chamada e percebo que ela desligou na minha cara sem que eu tivesse tempo de responder.

— Ahhhhh que ódio que eu tenho dessa mulher — digo olhando para meu celular desejando que a conversa tivesse pelo menos durado um pouco mais.

Me pergunto naquele instante se eu estava gostando daquela manipuladora, e percebo que não era bem isso, eu preferia ela do que meu irmão mandando em min pelo resto de minha vida.
Vou ate a mesa para almoçar e encontro quem eu não queria encontrar.

— Olá Pietro, esta confiante de sua vitoria? Por que eu estou.
Olho pro seu queixo empinado e simplesmente ignoro como se não me importasse.

Chegando no carro, Dimitri abre a porta para min, enquanto Igor liga a limusine, mas antes que pudéssemos sair alguém bate no vidro do lado do meu assento.

Enquanto o vidro descia eu podia ver o rosto de meu irmão se revelando.
— Queria deixar algo bem claro, vou tornar sua vida um inferno.
Sei que ele já estava planejando fazer isso, mas eu não ligava mais para o que ele iria fazer, mas tina que me comportar como tal.

— Saiba que tudo o que fizer contra min, farei com você pior. E Igor podemos ir.

Antes que Bernardo pudesse cuspir uma enxurrada de palavrões em minha direção, Igor pisou fundo no acelerador e então deixamos meu irmão chutando o nada em sinal de raiva repreendida.

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