PUBLICIDADE MACHISTA

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Falamos acerca dos comercias de cerveja que sexualizam o corpo feminino, mas eles não são os únicos dentro da publicidade que tratam as mulheres dessa forma errônea. É notório que hoje, no Brasil principalmente, a publicidade ainda trata as mulheres como objetos.

"Trem lotado é bom pra xavecar as mulheres", segundo o jingle do metrô de São Paulo.

"Seu corpo de praia está pronto?", perguntou uma marca de remédios para emagrecimento.

"Vou pôr só a cabecinha" ... apologia ao estupro, de uma marca de camisinhas, no seu comercial de dia do homem.

Nós, mulheres, somos bombardeadas o tempo inteiro simplesmente porque somos mulheres. E somos obrigadas a entender que vivemos em uma sociedade machista e por isso "tá tudo bem" sofrer todos esses ataques – seja em QUALQUER área da nossa vida, inclusive quando estamos apenas assistindo à televisão ou vendo alguma propaganda na internet.

Porém acreditamos que, pelo menos as marcas relacionadas às mulheres, não menosprezariam tudo o que passamos e vivemos.

Acreditamos errado.

Você já viu algum comercial brasileiro de absorventes mostrando sangue de verdade? Ou está acostumada com aquele líquido azul que ninguém sabe o que é?

Uma empresa britânica, chamada BodyForm, fez uma pesquisa que mostrava que 74% das pessoas gostariam que a representação sobre o período menstrual nesses comerciais fosse mais realista.

Você já menstruou um líquido azul? Porque eu menstruo sangue. Qual é a dificuldade das marcas de entenderem isso e representarem da forma correta? O sangue NÃO PRECISA ser censurado! É só sangue!

Posso citar uma lista gigantesca de filmes que tem rios de sangue escorrendo. Sangue de violência. De dor.

O nosso, um sangue absolutamente natural, é escondido. É sussurrado. É minguado. É enfraquecido. É reprimido. É escondido.

Escondido porque há nojo. Nojo de sangue? Não. Nojo de sangue de mulher. Nojo de sangue que passa por uma vagina. Nojo de sangue menstrual.

Talvez até mulheres concordem com o tal "líquido azul". Por que não um líquido vermelho? Por que reforçar a ideia de que mulheres são seres que não sangram, não xingam, não tem pelos e estão sempre nas nuvens?

Essa mesma pesquisa da Bodyform também disse que 52% dos pais entrevistados preferiam falar sobre sexo com as filhas, do que sobre o período menstrual; 90% das mulheres escondem (de qualquer forma) quando estão menstruadas; 49% das pessoas acreditam que existe um estigma sobre a menstruação.

Segundo o site Estadão, a marca Sempre Livre fez também uma pesquisa, onde descobriu que 54% das mulheres entrevistadas (algumas do Brasil) não sabiam nada ou tinham pouquíssimas informações sobre menstruação no momento da menarca; que 39% das mulheres pedem um absorvente emprestado para outras como se fosse um segredo; que 57% das mulheres brasileiras sentem-se sujas no período menstrual; 10% das meninas brasileiras são impedidas de irem à escola no período menstrual por todo o desconforto que sentem.

A UKAID nos diz que 10% das meninas indianas acreditam que menstruação é uma doença.

As pesquisas da J&J nos dizem que apenas 24% das MULHERES brasileiras não acham a menstruação nojenta.

Já a Trata Brasil nos mostra, em suas pesquisas, que mais de 1 milhão de pessoas no mundo não possuem acesso a um banheiro; e somente 51% da população brasileira tem acesso a saneamento.

A Revista Capricho, em parceria com a Abril Inteligência, fez também uma pesquisa e trouxe resultados divulgados pelo site M de Mulher, onde descobrimos que 60% das meninas entre 12 e 14 anos declararam ter vergonha de serem vistas com absorventes; 48% das mulheres mais velhas passam pela mesma vergonha; 90% das mulheres já passaram por um vazamento da menstruação.

Diante de todos esses dados, pesquisas e números, você consegue acreditar o quanto ainda precisamos falar sobre menstruação e sobre a falta de informação acerca disso?

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