"Você aceita morar em meu apartamento?"

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Algumas pessoas normais de 20 anos, minha idade, estão fazendo coisas que "adolescentes" fariam. Transar, festas na piscina, bla bla blá, você sabe disso. Porém eu não, estou muito feliz por estar finalmente pagar minhas próprias contas. Faz 3 meses que moro sozinho, e bem, é um apartamento, até pequeno pra falar a verdade, mais é simples, e eu gosto disso.

Trabalho como caixa de supermercado, e você não sabe o quanto isso é cansativo. Uma moça uma vez já jogou refrigerante na minha cara por não ter desconto. Mas, felizmente ou infelizmente, eu já estou acostumado.

Estava andando de volta de um belo e lindo dia de trabalho. Um cheiro forte de fumaça é perceptível no caminho, mas ignoro, afinal, tinha uma barraquinha de cachorro quentes bem piratinha na verdade.

E cada passo que dava esse cheiro ficava mais forte, o meu único pensamento no momento era "cachorros quentes explodem?", bem que poderia ter sido, mais não foi dessa vez. E finalmente me deparei, com vários bombeiros com longas mangueiras apagando o fogo que havia tomado meu apartamento.

E a única coisa que fiz foi simplesmente ficar paralisado, ali mesmo, eu tinha perdido literalmente tudo: minha identidade, cartões de crédito, pulseirinhas caseiras, tudo. Até que por um momento percebi o que acontecia, e logo rapidamente me aproximei de um dos bombeiros.

- Que pachorra... O que aconteceu? - Mesmo que do nada um menino baixo chegasse falando "pachorra" pra um bombeiro tivesse assutado ele, eu tenho essa linguagem informal mesmo, e eu tenho certeza que se a casa de alguém pegasse fogo, não chegaria em um bombeiro perguntando "o que aconteceu minha "frô" .

- Meu nome é...

- Que sejas, o que aconteceu?

- Bem, segundo nossas análises alguém do quarto andar deixou o fogo ligado e bem, resultou nisso.

- Oh! Ótimo ótimo... Perdi o meu apartamento por um zé ninguém do quarto andar?

- Bem, nada sobrou no apartamento, todos os itens foram queimados.

E nesse momento eu apenas sai em passos rápidos de perto do bombeiro. Tá, eu admito, meu mundo tinha desabado. Eu não iria dormir no caixa de um supermercado e muito menos no banco da pracinha coberto por um jornal.

E o tempo foi passando, o tempo passou tão rápido que já estava só eu no resto de apartamento que tinha ali, provavelmente com alguma doença de tanta fumaça que eu respirei. E "puf" já estava de noite. Em minha cabeça eu tinha duas escolhas, ou arrombar o supermercado com a desvantagem de poder ser preso, ou dormir no banco da prcinha. E lá fui eu pro banco da pracinha.

...

- Jimin?

- O que diabos?... - E eu disse me levantando lentamente, sim, eu tava dormindo mesmo no banco da pracinha. Logo fui acordado por um moço, estatura alta, detalhe, nunca vi em toda minha vida.

- Se lembra de mim?

- Oh! Sim... Você... Aquele... Cara!

- Sim! Jungkook, da sua turma.

- Eu sei disso!

- O que você tá fazendo aí... Embrulhado em um jornal.

- Bem, meu apartamento pegou fogo, acontece todo dia sabe? - Disse com uma risada irônica de quem tava de saco cheio e queria apenas adormecer logo

- Oh! Sinto muito!

- Bem, nada.

- Você gostaria de morar em meu apartamento?

- Oi? - Tá tá, eu sei que é errado fingir que conheço. Nunca vi na vida. Mas é estranho você chamar alguém pra morar em sua casa assim. Eu não sei se é mais estranho pra mim ou pra ele, que tá vendo um amigo de escola dele embrulhado num jornal.

- Não?... Seria muito incômodo.

- Que nada Jimin! Zero problemas.

- Hm, claro... - Tá! Porque diabos eu aceitei isso? Não me julguem, ou eu ia pra um apartamento com ar-condicionado ou ficava na praça embrulhado por um jornal, e não venha de militância.

- Então vamos! Claro, se quiser me acompanhar, não é tão longe daqui, dá pra ir a pé!

- Oh, claro!... Ei, posso te perguntar uma coisa?

- Claro Jimin.

- O que você tava fazendo na praça no meio da noite?

- E isso importa?...

- Oh! - Ok, isso foi estranho.

- my puppie! | (jk e jm)Onde histórias criam vida. Descubra agora