— Por que você tem que dificultar tanto as coisas? — ela me perguntou enquanto andávamos pelo longo estacionamento. Tínhamos acabado de sair de uma festa. Eu estava irritado demais com o que tinha visto.
— Dificultar as coisas? — eu disse indignado — Você tá brincando? — ri da pergunta — Quem parece não ter dificultado nada para aquele cara, foi você. — disse no impulso, sem pensar. Nem eu acreditei quando a frase saiu da minha boca.
— Você é quem só pode estar brincando comigo! — reclamou — Vai realmente agir como um machista ridículo? No momento em que eu te vi de conversinha com a aquela oferecida com quem você já teve um caso, você fez o quê? Continuou conversando, e me deixou plantada esperando. — isso era realmente verdade. Mas ela entendeu de forma errada.
— Gabriella, pare com isso. Você sabe que eu não fiz nada. Foi apenas uma conversa.
— Exatamente! — exclamou com obviedade — o cara que deu em cima de mim também puxou inicialmente apenas uma conversa. Mas eu o cortei. — continuou — Dava pra ver os olhos daquela garota queimando de vontade de voar em cima de você, mesmo sabendo que você tem namorada. E você lá, agindo como se não tivesse percebendo. — falando mais baixo — Cara de pau.
— Você quer dizer então que, se ela está a fim de mim, eu tenho culpa? — perguntou — Em nenhum momento dei a entender que estava interessado nela. Ela sabia muito bem que não rolaria nada.
— Ora, Joe, não seja estúpido. Você não é mais uma criança. Sabe bem o que eu quis dizer. — com os olhos frisados.
— Não, Gabriella. Eu não sei. — comentei, apertando o bipe e destravando as portas do carro — Eu apenas falei com ela numa boa. Não aconteceu nenhum flerte.
— Então continue sem entender. Eu não aguento mais discutir. — abriu a porta e se acomodou, enquanto eu fazia o mesmo — A fulana quase o engoliu com os olhos.
— Eu só quero entender porque temos brigado tanto. — eu disse já sentado, olhando decepcionada para minhas mãos sobre minhas pernas. Respirei fundo, apertando meus lábios um contra o outro, olhando Gabie em seguida. — Eu não sei onde tudo isso começou e...
— Também não entendo. Mas você realmente não sabe onde começou? — me encarou sério, falando mais baixo e bastante séria — Você quem ultimamente sempre começa, Joe. — Gabie estava indignada. — Uma mulher se jogar em cima de você, tá tudo bem, nunca é nada demais. Agora, se eu recebo uma cantada, sou eu quem dei liberdade? Eu quem tô errada?
— Tem vezes que eu realmente não consigo me conter, eu sei, mas te...
— Você está sendo machista, Joe. Um machista hipócrita. — falou baixo, tentando segurar as lágrimas. e tentando não deixar a voz fraquejar. — Fechou a porta e deixou a bolsa no banco de trás.
— Precisa disso tudo? — me referindo a acusação — Não sou machista. Você me conhece há anos. Eu apenas agi no impulso. Não gostei de ver o cara quase te agarrando. Ninguém gostaria de passar por isso. v Fechei a porta e liguei o ar condicionado com após iniciar a ignição do carro para conseguir tal feito.
— Eu quem não aguento mais passar por isso. Você devia cuidar de mim com mais respeito e carinho, não com desconfianças ridículas sobre coisas ocorridas bem na sua frente, e que você viu que eu não fiz; e ser menos solícito com as moças que se jogam em você. — enfatizou.
— Eu não estava nem aí pra ela, você sabe disso. Eu já estava me levantando para ir até você, mas você virou as costas. Mas não sou machista nem penso como um.
— E depois? Ela te puxou de volta e te beijou? Sim, você pensa. — continuou — Mostra isso o tempo todo. — notavelmente irritada.
— Gabriella, você tá falando sem pensar.
— Você fica revoltado se um homem me fala uma gracinha. Mas ao invés de achar ruim só com ele, eu também recebo grosseria sua. É mentira?
— Não percebi isso na hora. Eu estava irritado, Gabriella.
— Exatamente. Você ficou cego. E eu não aguento mais isso. — me olhou sério — Não aguento. — disse secando as lágrimas — Droga! — se queixando consigo mesma por deixá-las cair.
— Eu não disse que você queria algo com ele, apenas não gostei de você te ver sorrido para ele.
Eu não aguento vê-la chorar. Qualquer pessoa no mundo poderia chorar, mas eu não suporto vê-la magoada. Eu via como ela se esforçava pra impedir que as lágrimas caíssem. Mas ela não me deixaria tocá-la naquele momento, para secá-las. Estava magoada e certamente furiosa comigo.
— Sorri apenas por gentileza, agradecendo a ele e a outa mulher por terem aberto espaço para que eu pudesse passar. Foi apenas isso. Não precisava discutir comigo. Não precisava ter agido como agiu. — explicou, ainda secando o rosto — Olha, quer saber? Só vamos embora daqui.
— A gente tem que terminar essa conversa direito, ainda hoje. — a olhei por mais uns segundos, esperando uma resposta. Liguei o carro ainda a olhando, mas ela não me olhou de volta.
— Mas, por hora, vamos para casa, por favor. — comentou seca. voltei meus olhos para o lado de fora a nossa frente. Dei partida, começando a dirigir.
— Você não vai mesmo falar mais nada? — perguntei, vendo Gabie permanecer alternando entre olhar a janela e a estrada a sua frente, fechando os olhos por algumas vezes. Respeitei sua decisão de não me responder.
Continua...
YOU ARE READING
O Amor Em Nós Dois
Lãng mạnGabie e Joe vivem juntos em Los Angeles. Um acidente deixa a jovem em coma por 3 meses. Enquanto ela luta contra o tempo e pela vida, Joe segue carregando o peso de sentimentos confusos, entre eles, a angústia, esperança, tristeza e a culpa. Sente s...