Noite fria
A noite cai
E as ruas da metrópoles
São tomadas
Por seres humanos invisíveis
E por noites imprevisíveis
Em suas mentes
Planejam sonhos
Quase impossíveis
A noite cai
E as ruas da metrópoles
Gritam por socorro
Tem prostitutas
Tem moradores de rua
É a verdade diante dos olhos
É a realidade nua e crua
Quem são eles?
Ouço suas vozes, e ruídos
Andam sempre pela sombra
São cidadões excluídos
Que desejam toda noite
Nunca ter nascido
E seu choro, não é escutado
Nem seu dia-dia é mudado
A indiferença mata
A rua maltrata
E se 1 morrer
Quase ninguém sente a falta
É tudo estatística
É tudo um jogo
Os mais fracos perdem
E o mais poderoso
É o maior monstro
Eles são simples moradores sem lar
Sufocados por fome e dor
A noite cai
E as ruas da metrópoles
Gritam e imploram por amor
Hipocrisia, hipocrisia
E igual eu sempre tô falando
O problema do mundo
É o próprio ser humano
A criança que bafora loló
No viaduto
Pode ser aquela que poderia crescer na vida
E ter um bom futuro
Eles não são ajudados
Estão desamparados
E o que mais ignora
É o cara de terno
Que no final
Encherga todo mundo
Como um marginal
Mas vocês não tiveram a mesma oportunidade
Não existe igualdade
Aquele ali, é o décimo filho
De uma mãe pobre e sem condições
Que é abusada e estuprada
Enquanto o cara nasceu em berço de ouro
De uma família estruturada
Diz que a mãe quis o filho por opção
Namoral, puta pensamento
De gente sem noção
Privilegiados são poucos
Já pobre nasce igual mato
Tem uns que poderiam ter tanta chance na vida
Mas acabam morrendo no anonimato
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Dores internas criam poetas
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