Alice Kim

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Hospital de Custódia Askang Sanatorium's

Hospital de Custódia Askang Sanatorium's

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A cozinha é branca.

A cadeira é branca.

Minha blusa é branca.

Minha calça é branca.

Minhas algemas parecem brancas.

É tudo branco.

Eu odeio esse lugar.

— Sem apetite outra vez, Alice? Será que vou ter que te mandar para a cozinha especial? — Bratt aparece ao meu lado, seus olhos verdes maldosos pousam em mim e no meu prato intocado. Sinto um arrepio percorrer meu corpo. Não quero voltar para a cozinha especial, lá somos amarrados nas cadeiras e forçados a comer.

— Ainda são 08h:00, — murmuro. — tenho tempo. — ele puxa uma cadeira para sentar ao meu lado. Mordo o lábio com força. A tentação de enfiar a colher na garganta dele é tão grande que minhas mãos começam a tremer.

Ele interpreta esse gesto como medo. Idiota.

— Não vou machucar você, Al. — fecho os olhos por um segundo. Esse apelido, eu odeio esse apelido, ele me chamava assim. — Já pensou no que conversamos naquele dia? — sua mão asquerosa toca a pele sensível do meu pulso, mesmo sabendo da descarga elétrica que vou levar, não consigo evitar puxar meu braço rapidamente. Meu corpo treme com o choque, consigo ouvir meu sangue passando em alta velocidade pelo meu corpo.

— É melhor voltar ao trabalho, — estreito meus olhos pra ele. — antes que não sobre tempo pra suas punhetas diárias. — seu rosto forma uma carranca. Ele levanta a mão para me bater, permaneço o encarando fixamente. Mas antes que o tapa seja desferido, Robin entra na cozinha. A mão de Bratt retira meu cabelo do rosto, em um gesto fingido.

— Não acabou aqui. — ele sussurra, levantando e se afastando da minha mesa.

— Bratt estava fazendo de novo, não estava? — Robin pergunta olhando em volta. A cozinha está cheia de pacientes. Alguns comem, outros fingem comer, e outros fazem coisas esquisitas com a comida. Yonhu enfia o mingau pelo nariz.

— Não sei do que está falando. — misturo a comida nojenta do prato.

— Se confirmasse, uma só vez, eu poderia tirá-lo de perto de você. — ela diz em tom profissional.

— Você é a heroína perdida dos quadrinhos. — disfarçadamente, jogo a primeira colher de mingau embaixo da mesa.

— Teve algum pesadelo nesses dois dias? — ela muda de assunto.

— Sim, sonhei que você voltava, e olha só, você voltou. — jogo a segunda colher de mingau.

— Muito engraçado. Estamos há um ano com isso. Alguma hora você vai colaborar? Sabe que pode confiar em mim. — tenho que rir. Confiar? Será que alguma vez já confiei em alguém?

— Sei que é duro pra você...

— Não sabe! — a interrompo. — Você não sabe de merda nenhuma! Por que não sai daqui? Está me atrapalhando. — ela suspira, derrotada.

— Pois bem. — Robin apoia a bolsa na mesa e, de dentro dela, tira uma sacola de plástico. Olhando em volta, ela se aproxima, pega meu prato e despeja o mingau nojento dentro da sacola, depois a guarda de volta na bolsa. — Aqui, não deixe que vejam. — ela me entrega um pequeno sanduíche embalado cuidadosamente.

— Vai se meter em problemas por causa disso. — murmuro.

— Não se você não contar. — ela fecha a bolsa e sai da cozinha.

Abro o sanduíche rapidamente, minhas mordidas são rápidas e precisas, logo já terminei por completo. Amasso o papel e o jogo debaixo da mesa. Passo meu dedo na borda do prato de mingau e sujo meu queixo.

O primeiro e mais frequente pensamento intrusivo paira na minha cabeça. E se eu não tivesse nos entregado para Park Jimin? O que teria acontecido?

Ficar aqui é quase tão ruim quanto ficar ao lado de Taehyung. Afasto ele rapidamente da minha cabeça, a lembrança fria de sua pele bronzeada e seu sorriso maldoso me causa arrepios.

O barulho de prato se quebrando me arranca dos meus pensamentos. Um dos pacientes que não conheço está em pé, ele pula na mesa como um macaco, e talvez ele ache que seja um, porque continua pulando e soltando gritos assustadores enquanto bate no peito.

Enfermeiros vestidos de branco entram na cozinha, não demora muito até que consigam pegá-lo e levá-lo aos berros do ambiente.

Cenas como essa se tornaram comuns para mim, é óbvio que eu não devia estar aqui. Eles são loucos, eu não sou.

Empurro meu prato acabado e espero alguém aparecer para me levar de volta à minha cela.

Para meu azar, Bratt aparece, em seu rosto um sorriso perverso.

Me pergunto se vou conseguir escapar dele dessa vez.

A cozinha é branca.

A cadeira é branca.

Minha blusa é branca.

Minha calça é branca.

Minhas algemas parecem brancas.

É tudo branco.

Eu odeio esse lugar.

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ᴀғᴛᴇʀ | ᴄᴏɴᴛᴏs | + ᴋᴛʜOnde histórias criam vida. Descubra agora