Neuf: Paixão, o mais burro dos sentimentos.

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Estamos a três ruas da entrada da escola

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Estamos a três ruas da entrada da escola. E ela não disse uma se quer palavra após a blitz.

Seus cabelos estão esvoaçando igualmente ao dia no qual eu tive a certeza na qual estava apaixonado por uma Burguesinha.

Linda. Mais que linda. Perfeita.

Diria que essa palavra era a quase definição para Savannah Collins Gaweks. Quase. Não havia palavra no mundo a qual pudesse descrevê-la. Não mesmo.

Seus olhos azuis eram como todo o oceano com o reflexo do céu azul e límpido de verão.

Ela cheirava a laranja, um aroma no qual eu nunca soube que gostava, hoje eu não gosto, aprecio, com muito afinco. Ácida. Seu humor era ácido como a fruta na qual o cheiro exala. Seu sarcasmo era admirável. Feito na medida certa, com os compostos corretos.

Feita perfeitamente para mim.

Sob medida eu diria, as vezes quando me pego a observando pergunto-me se não sou um maníaco que fica admirando tal beleza.

Ela não é angelical, nem demoníaca. Apenas única. Única.

E é assim que vejo, que sou um cara de sorte, por estar dirigindo esse carro, cheio de bebidas dentro, mas com a garota mais incrível que conheço.

Que esses acasos que a vida me proporciona nunca acabem por favor.

Sou um tolo apaixonado? Sim. O mais idiotas deles? Também. Mas o tolo e idiota mais feliz do mundo só por vê-la sorrir, mesmo que eu não seja o motivo do sorriso.

Seus dedos tamborilam no painel do carro, em busca de distração para que o tempo passe. Talvez para me ignorar. Mas sua expressão facial demonstra que ela está presa em pensamentos profundos. Sempre que está pensando em algo importante, a loira torce o nariz e arqueia uma das sobrancelhas.

Uma mania fofa, eu diria.

—Por que está me olhando desse jeito?—franziu a testa.

—Nada—menti piedosamente.

Ela virou ainda mais o tronco, de forma que ficasse com o corpo para a janela.

Ela esconde tanta coisa, que o fato de conhecê-la se torna ainda mais interessante. Sei que possui problemas familiares, sei tanto quanto ela o quanto isso machuca. Mas os meus não são impostos diante de mim diariamente como os dela.

Doe saber que não tenho abertura para podê-la ajudar. Muito fechada. E também taxada de calculista pelos demais, mas mal sabem eles metade do que ela passou. Não há como corresponder algo no qual não foi oferecido pela outra parte. Seu olhar clínico e nada lúdico sobre a vida a fez crescer e adquirir maturidade muito cedo. E a sede de liberdade está ainda mais presente.

Mas não há nada que eu possa fazer.

Eu não sei o que é viver em meio a tanto dinheiro, e sei que a falta ou o excesso dele destroem lares e pessoas. Meu pai nunca deixou faltar nada em casa, mas nunca fomos ricos. Seu salário carpinteiro nos manteve todos esses anos, ele pagando as contas e o que sobrava iria para a poupança da minha faculdade.

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