Merda, minha cabeça latejava, a boca estava seca e meus sentidos inertes.
Levantei meu tronco e tudo era estranho, aquele não era o meu lençol, claramente aquilo não era algodão egípcio, mas era quente, aconchegante. A luz que adentrava pela janela pequena denunciava que já era dia. As últimas lembranças da minha cabeça eram a fuga de casa, que claramente foi um ato idiota, pois as dores musculares cobravam a ação imprudente.
Remexi-me mais um pouco na cama de casal, e puta merda onde eu estava, mas só ao dar uma passada de olhar no quarto em que estava, me situei. Estava no quarto de Eadmund. A decoração masculina, e principalmente com vários artigos de baseball denunciava. Era um quarto masculino qualquer, comum.
Um pouco desorganizado mas não deixando de ser acolhedor, tinha personalidade. Enquanto eu olhava tudo a minha volta a porta ao lado abriu de supetão, revelando um Eadmund nu do tronco para cima, a única coisa que tampava sua nudez total era a boxer azul marinho. Ele estava com os fios negros molhados, aparentemente tinha tomado banho. Coisa pela qual meu corpo gritava por necessidade, meu cabelo estava uma bagunça, era impossível eu me sentir bonita daquela forma, muito menos atraente. E ao associar a imagem de Ead de cueca me fez imaginar coisas a qual não posso crer que fiz, estava fora de cogitação.
—Bom dia.—Ele disse enquanto passava a toalha pelos cabelos.
—Bom dia, que horas são?—Perguntei, porque tinha um voo marcado para às nove horas.
—Por volta das sete.—Seguiu para o closet.
Ele vestiu uma bermuda e quando estava voltando para o quarto me levantei da cama, querendo estalar as costas, pois as aventuras de ontem deixaram lembranças. E me deparo com meu corpo apenas coberto com uma camiseta masculina, exatamente a que Eadmund usava ontem. Puta merda. Puta merda três vezes. Eu não posso ter transado com ele, não mesmo, se eu tivesse me deitado com ele teria me lembrado né? Teria, com toda certeza. Nem quando eu fico chapada nas festas do Nero eu esqueço nossas transas. Eu não vou perguntar, meu orgulho vai além disso. E se nós tivéssemos transado ele teria me falado. Teria? Puta merda, não me lembro o que aconteceu. Mas que merda de bebida barata foi essa que me deixou sem parte da memória? Eadmund claramente teria me falado, ou me acordado de forma mais calorosa. Sim, teria.
—Vou fazer nosso café.—Ele saiu logo em seguida, fechando a porta.
Continuei parada no meio do quarto, sem saber o que pensar, e com todas as afirmações na minha cabeça sei que não transamos, sou muito perspicaz para afirmar isso, tudo leva a isso.
Sigo em direção ao banheiro, o vapor de água está com o cheiro de Ead, provavelmente é a mistura com seu sabonete, um aroma muito bom, apreciável. Decido tomar um banho, já que estou uma bagunça, e minhas costas estão implorando por um jato de água quente. Ergo meus braços para tirar a blusa, e a única peça que uso por baixo é a minha calcinha de renda. Puxo a cortina e estendo a perna para entrar na banheira, ligo o chuveiro, e instantemente a água bate nas minhas costas, fazendo meus músculos retesarem. Continuo em pé na banheira e pego o sabonete, o passando pelo corpo, fecho meus olhos absorvendo aquele aroma, aconchegante.
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Never Mind
Romance+18| Joshualast, pequena cidade do interior da Carolina doSul, movida a vida monótona de seus moradores e a especulações alheias. Seu maior alvo de especulações, os Gaweks. Família de Savannah Collins Gaweks. Mais conhecida como a princesa de Joshua...