Seul, 8 de Setembro
Querido amigo Sol,Ontem foi o primeiro dia em que eu escrevi pra você. Consequentemente, hoje já é domingo e fazem dois dias desde que a mãe de Jeon Jungwoo pediu que eu ajudasse ele em Biologia. Começo a ajudá-lo amanhã.
Há dois dias, meu cu está trancado à sete chaves.
Nem sei por que eu estou fazendo tanto escândalo por algo que deveria ser considerado tão normal. Na verdade, entendo a forma como o meu subconsciente abomina qualquer possível visão que eu tenha envolvendo eu e Jeon Jungkook, que deve andar por aquela casa carregando o peso de ser o cara mais propenso a me dar um murro sem motivo algum no mundo.
Mentira, Taehyung estupidamente vem na frente.
Mas o meu consciente tenta me dizer que vai dar tudo certo, mesmo que não consiga impedir as mãos tremendo e a forte e determinada trancada de brioco.
Acordei tarde, obviamente. Meus domingos servem pra isso mesmo, e ai de quem ousar tentar me provar o contrário. Minha mãe já estava sentada na mesa posta da cozinha, seu prato já vazio e o celular em mãos.
Ela sabe que eu abomino a forma como gruda no celular com uma frequência incomodamente alta, mas sempre fala que precisa focar em assuntos do trabalho diariamente e que essa é a sua forma de fazê-lo.
Desde que decidiu abandonar a carreira de enfermeira e abrir uma loja de roupas no shopping, mamãe só arrumou mais problemas para a vida. Ficou mais ocupada e, consequentemente, mais estressada. Também passou a ter menos tempo pra cuidar de mim.
Mas eu já tenho 18. Sou crescido, ou pelo menos tento aparentar ser. Por mais que a altura não ajude tanto, eu ajo como se já fosse um senhor de 46 anos, às vezes. Preciso aprender a me tornar mais responsável, e acho que estou no caminho certo.
E também tem a questão de que eu ganho roupas de graça. Tá aí algo do qual eu nem devo reclamar.
— Acordou tarde, Jimin. — Falou, ainda sem olhar pra mim.
— Acordei, eu sei.
Não era preciso falar mais nada. Ela já sabia que eu nunca acordava cedo nos fins de semana e que eu passava esses dois dias gloriosos apenas postergando coisas que, na maioria das vezes, eu nem deveria postergar. Muitos deles eram trabalhos escolares de matérias que não fossem Biologia.
Mas quando a deusa maior era mencionada, eu fazia questão de me sentar e focar naquilo que deveria. E foi por isso que, depois de tomar o café da manhã e, pouco tempo depois, comer o almoço, eu passei a tarde inteira planejando a aulinha que daria para Jungwoo no dia seguinte.
O assunto seria embriologia. E eu entendo muito bem o motivo de ele estar com dúvidas quanto a isso, até porque estudar o desenvolvimento de um grãozinho de vida miúdo até o momento em que o mesmo se torna um grão um pouco maior não era algo que atraísse interesse meu, e também não devia atrair o dele. Ainda mais quando se colocam diversos nomes e detalhes complicados nesse tópico.
E às vezes eu me pergunto, Sol, por que o ser humano é tão complexo. Mas, foda-se! Se não fosse, também não teria muita graça. Pelo menos é isso o que eu penso.
Muito bem sentado em frente à minha escrivaninha, folhas e mais folhas de papel em minha frente enquanto eu anotava em meu caderno com um lápis, recebi uma ligação.
Alguma dúvida de quem era?
Taehyung. Dúvida sanada.
Meu maior amor que eu adotei como um irmão para proteger e adorar pelo resto da minha vida. Afinal, nós nos completamos tão bem que parece até coisa sombria de irmãos separados na maternidade.
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Querido Amigo Sol ➳ jikook
FanfictionPark Jimin? Ele é apenas um menino normal. Não se encaixa em nenhum daqueles grupos específicos que "Meninas Malvadas" nos diz existir. Ele pode ser considerado uma mistura perfeita - e às vezes, indecisa - de todos eles. Jeon Jungkook? Esse, sim, f...