chapter three

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|LIZZIE MORGAN|

Você. — é o que eu digo, assim que reconheço suas íris azuladas, em uma incógnita que eu estava tentada à desvendar.

Um sorriso de lado surge em seus lábios.

— É, sou eu. — diz, debochado, enquanto lhe direciono um olhar de reprovação.

— Eu recuso o cavalherismo. Mas, de qualquer forma, obrigada. — digo, séria, e, apesar de um pouco surpresa, completamente seca.

Diferente da última vez que eu o vi, agora ele estava mais bonito do que nunca. E, droga, pensar nele desse jeito me traz um peso na consciência, devido ao fato de que sou comprometida há quase nove anos com um cara.

— Você me deve, menina.— ele profere, completamente sarcástico e cético.

— Eu não te devo porcaria nenhuma — Protesto, enquanto ele solta uma risada nasal.

Seu sorriso debochado torna-se amargo. Eu não sei o porquê, não desvio meu olhar dele. E, é claro, Seth faz o mesmo que eu.

— Mas é claro que deve, menina. — reafirma, agora mais sério do que antes. — Naquela noite, não sei se você se lembra, você quase me matou. Então, é justo que você aceite que eu lhe pague um uísque com soda.

Estreito meus olhos para ele. E então, o mesmo continua:

— Como eu disse: — suspira. — você me deve.

Neste momento Benjamin aparece com os dois uísques com soda. Assim que deixa sobre o balcão, seu olhar direciona-se à mim, como se estivesse desconfiado. Segundos depois, Danvers já não estava mais ali, deixando apenas eu e Seth no balcão.

Em um ato completamente sarcástico, Seth faz um brinde com seu copo de uísque com soda para mim, reafirmando indiretamente que ele pagaria a minha bebida porque, no final das contas, eu o devia alguma coisa.

— Não. Eu não te devo nada. Foi você que atravessou o meu caminho. E foi por pouco que eu não perco o meu emprego por sua causa! — brado —  Então, por favor, não me venha dizer que eu devo alguma coisa, quando o único culpado aqui é você. E, pelo amor de Deus, pare de me chamar de menina!

Balançando a cabeça para os dois lados, em sinal de negativo, o cara das íris azuladas devolve:

— E se não fosse por você, eu teria me despedido dela, menina. — ele diz, enquanto em minha boca forma-se um círculo perfeito.

— O quê? Eu não tenho culpa! — assim que eu digo, sinto como se fosse uma pancada.

— Assim como não tenho culpa de você ter quase perdido o seu emprego patético. — rebate.

Ele me olha, vitorioso.

Você sempre teve esse ar de mistério assim? — pergunto, logo me direciona seu sorriso repleto de sarcasmo e deboche.

— Mágicos contam seus truques, menina? — indaga, mas eu não respondo.

O meu silêncio lhe dá uma resposta.

Depois das Sete (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora