Maikon se encontrava no meio da água, ele não sabia como foi parar ali, afinal suas memórias estavam embaçadas mal lembrando o próprio nome.
Mas ele ainda assim se sentia bem ali dentro, mesmo dentro d'água ele não se afogava e não sentia nem fome ou sede como se fosse alimentado e hidratado constantemente.
O único problema era que ele mal conseguia se mover levando um longo tempo para conseguir se mover de maneira travada.
Neste tempo em que ele ficou ali suas memórias eram a única coisa em que ele podia se distrair, afinal ele não conseguia nem mesmo enxergar nada, o que seria obviamente pior na situação atual onde estava obviamente cercado por água.
A partir de suas memórias ele conseguiu se lembrar de alguns fatos de sua vida, estes eram partes marcantes das mesmas.
Primeiramente sua infância nada além de normal e irritante em alguns momentos, sendo marcada principalmente pelo seu incrível desejo de ficar em casa.
Depois sua adolescência que também não era nada fora do comum, exceto pela depressão que ele desenvolveu sem motivo algum.
Ele sabia que não tinha motivo para tal, mas mesmo assim ela não ia embora, sua vida não tinha nada que tivesse causado isso, mas ele ainda assim a desenvolveu.
Mas mesmo ele tendo vontade de se matar as vezes, ele não fazia lutando contra tal sem qualquer ajuda e em segredo de seus familiares, sua mãe também tinha depressão na época e ele queria ser um dos apoios da mesma assim não querendo revelar ter a mesma doença.
Maikon passou vários anos lutando com a depressão e após sua mãe ser curada ele finalmente relaxou um pouco, mas mesmo assim não contou a ninguém sua doença.
Por fim ele acabou morrendo aos 18 anos, mas essa parte de sua vida ainda estava muito confusa em sua mente.
Após MUITO tempo mesmo um barulho de como se uma bolha estourando soou, toda a água em volta de Maikon começou a vazar e ele conseguiu ouvir alguns gritos femininos muito altos e um homem de voz forte e com um leve tom de preocupação falando.
"Força amor, ele logo vai sair, força!"
Neste momento como se uma lâmpada acendendo no topo de sua cabeça Maikon finalmente entendeu a sua situação em que estava.
Ele estava nascendo e o extremamente longo tempo em que estava no meio de "água" na verdade era ele com placenta em sua volta durante os 9 meses de gestação, afinal ele sentia seu corpo sendo empurrado para um lugar mais frio, mas nem tanto.
De repente ele finalmente saiu do corpo de sua nova mãe e escutou o som de pessoas comemorando, provavelmente o médico e o pai da criança, mas também ouvia a respiração pesada de sua nova mãe após o parto, por último ele escutou o médico falando enquanto o erguia no colo.
"É um menino saudável aparentemente"
Maikon sempre acreditou em reencarnação, mas ele nunca nem se quer cogitou a sua situação atual a qual ele não era capaz de ver já que não podia enxergar como um recém nascido.
Para as outras pessoas na sala era apenas uma situação normal que acontecia várias vezes ao longo do ano.
Este era um parto normal de um menino ruivo com um rabo e orelhas de lobo... não pera! Isso não era nada normal considerando o senso comum de Maikon, porém ele não sabia que todas as pessoas que estavam ali tinham características semelhantes!
A mulher que o pariu tinha orelhas e um rabo de um lobo azulado e o homem de voz forte que deveria ser seu pai tinha orelhas e um rabo de lobo vermelho igual ao dele.
Já o parteiro tinha orelhas e um rabo de um lobo branco, para eles isso era uma situação completamente normal, mas se Maikon conseguisse ver seu primeiro choro seria de pura surpresa pela situação tão diferente.
Após algum tempo de seu nascimento o homem de voz forte começou a falar novamente enquanto pegava Maikon no colo.
"Então ele ficará com o nome de seu falecido avô como combinamos anteriormente, Askerd"
Neste momento uma forte luz surge na sala a ponto de mesmo sem ver Maikon, agora nomeado de Askerd, sentiu ela a partir do incômodo em seus olhos.
Essa forte luz tomou uma coloração branca e se dividiu e 5 feixes que percorreram o ar da sala e desenharam um pequeno símbolo no peito de Askerd, este símbolo branco e levemente brilhante.
Este símbolo era nada mais que a primeira letra do alfabeto romano, Alfha e com algumas runas em forma de círculo a cerca de 1 centímetro de raio até a letra alfha que ficava no centro.
Askerd sentiu uma energia de puro poder percorrer seu corpo e se juntar no centro de sua alma criando uma pequena raiz espiritual, mas ao contrário do que Askerd que achava isso algo bom, todos os outros no local ficaram extremamente chocados e pálidos como se alguém acabasse de ser sentenciado a morte, bom... praticamente foi isso.
"A... a... a marca do alfha... isso significa que ele tem o direito de desafiar o alfha atual do clã, mas
... sinto muito Frigit, sinto muito Nira, mas eu tenho que avisar o alfha sobre isso, ele me ordenou a fazer isso e não posso desobedece-lo"O parteiro fala tristemente para o homem, Frigit, e sua mulher, Nira, afinal todos do clã sabiam como o atual alfha é.
Desde que o atual alfha, Mifrin o irmão mais velho de Frigit, matou o alfha anterior, Askerd o pai de ambos, ele definiu uma nova regra para se manter no topo o máximo de tempo possível.
Está regra era que todos aqueles nascessem com a marca do alfha deve-se informar imediatamente a ele tal fato, porém após ser informado ele obriga o recém nascido a "lutar" contra ele o desafiando pelo título de alfha, que de acordo com as tradições é o único desafio que não pode ser recusado.
Mifrin então matava as crianças impedindo as mesmas de crescerem e ficarem mais fortes a ponto de dar algum problema para ele futuramente.
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Fera Primordial
FantasyMaikon, um jovem nerd de 18 anos que morre e de acordo com o jornal com uma tentativa de suicídio, porém a morte não foi o seu fim. Maikon reencarna como um pequeno bebê chamado de Askerd, mas mesmo tendo acabado de nascer já encontra muitas dificu...