III - A virgem e os sete demônios

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Olá amigo leitor, terceiro capítulo dessas magníficas - e verdadeiras - histórias. Das que presenciei, admito, essa é uma das que mais me senti mal, o terror, a humilhação, o sofrimento e a tortura.

Novamente, me sinto obrigado a lhe avisar, se for cardiopata, psicologicamente fraco ou uma criança inocente, pare de ler agora. Espere o próximo capitulo, pode ser que seja mais leve.

Essa eu tenho que começar com o clássico era uma vez, afinal trata-se daquele conto de fadas lindo - mentira! - daquela bela jovem com lábios vermelhos como sangue, cabelo negro como ébano e pele branca como a neve.

Então vamos lá. Era uma vez...

Em algum reino do norte da Alemanha, em pleno século oito. Uma bela mulher deu a luz a uma criança, aquela pequena criança era linda, a mais linda já vista, sua pele era alva como a neve que caia sobre as janelas daquele quarto, seus lábios eram tão vermelhos quanto o mais doce dos morangos e seus cabelos, ainda molhados pelo líquido amniótico, era escuro como uma noite sem lua e estrelas.

Parecia um momento mágico, uma mãe alegre, um pai orgulhoso cujo o sorriso brilhava mais que a coroa em sua cabeça e uma criança perfeita.

Ao ver aquela cena de longe, confesso que me emocionei. Porém, nem eu podia imaginar a dor e o sofrimento pelo qual aquela pobre criança iria passar.

No entanto, a magica durou pouco. Um forte gemido seguido de um fraco grito foi ouvido. E os olhos brilhantes daquela mãe jazia em escuridão.

- O que houve? - Pergunta o pai ao ver sua amada imóvel.

- Não sei meu rei! - responde a parteira. - Ela estava perfeitamente bem!

- Porque tem algo verde saindo da boca dela? - questiona - o que esta acontecendo aqui?

- Majestade...

- Você a invenenou sua bruxa!

- Não meu rei, juro não fiz nada!

- O que tem nessa água? Diga agora ou sua cabeça vai rolar!

- Não sei, é apenas água morna, isso não era para acontecer. - responde a senhora com o coração palpitante e lágrimas nos olhos.

- Assassina! Guarda leve ela, faça com que ela sinta muita dor e depois prepare a guilhotina. - o rei bufa em clara fúria.

Lagrimas saem dos olhos do rei, sua amada havia sido assassinada na sua frente.

- Meu amor...o que farei sem você? - Sussurra aquele abalado homem enquanto com sua mão esquerda segura a mão se sua filha e, com a mão direita, alisa o cabelo da falecida rainha.

- Meu senhor, sinto muito por sua perda, mas temos que cuidar da bebê e da limpeza do corpo da rainha. - Uma linda mulher, que até então ninguém havia notado, fala enquanto se curva.

Nem mesmo eu havia visto aquela beleza entre as ajudantes da parteira, pois até pouco tempo um pano cobria aquele belo rosto. Olhos grandes e negros, nariz e lábios finos, porém perfeitos em seus desenhos. Cabelos castanhos claro. Pele em tons dourados. Magra e alta, com curvas nos pontos certos.

O rei ao vê-la chocou-se por alguns instantes. Entretanto, acenou com a cabeça aceitando a opinião daquela mulher.

No dia seguinte o maior e mais belo cortejo fúnebre já visto naquele reino ocorreu. Todo o povo foi se despedir daquela, considerada por muitos, a maior e mais justa rainha já vista.

Após o sepultamento da rainha, o rei ordenou que fosse encontrada uma ama de leite forte e saudável para sua filha. Então, trancou-se em seus aposentos e não permitia que ninguém lá entrasse.

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