capítulo 5

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Alli pede para me sentar na cadeira da escrivaninha e diz que vai contar tudo o que aconteceu entre ela e sua colega de quarto no ano passado.
- O nome dela era Lauren. Era um ano mais nova que eu, uma caloura muito bonita e simpática. Fiquei feliz quando soube que ela seria minha colega de quarto, a minha antiga era uma garota louca chamada Steph. Enfim, eu comecei a ficar cada vez mais próxima da Lauren e ela se abria cada vez mais comigo, tanto que fui a primeira pessoa a saber que ela duvidava da sexualidade dela, depois de muitos acontecimentos ela percebeu que era bi. Então ao descobrir isso ela pensou que seria legal se eu e ela namorássemos, mas eu estava quase comprometida com Victoria. Só que a Lauren nunca aceita um não como resposta. – enquanto ela falava ficava balançando a cabeça em afirmativo e criando teorias do que acontecera. – Naquela tarde quando voltei da aula e abri a porta do quarto vi ela se masturbando, fechei logo a porta para ninguém ver, falei para ela se vestir, mas em vez disso ela veio pra cima de mim e me beijou, pegou minha mão e pediu para fazer amor comigo. Reuni todas minhas forças e empurrei ela e saí do quarto correndo.
Imagino se essa garota achava que o que ela estava fazendo era realmente um ato de amor, para mim estava mais para loucura do que qualquer outra coisa. Pergunto o que ela fez depois que saiu correndo do quarto.
- Fui para casa dos meus pais e passei o fim de semana lá. Quando voltei descobri que a Lauren tinha espalhado que eu tinha tendo abusar ela, pois eu pensava que ela era lésbica. Tentei desmentir, mas ela era uma pessoa com bem mais influência.
Fico com muita raiva e faço várias perguntas sobre a garota. Alli diz que não quer falar sobre isso, além do mais não recebe notícias dela. Sei que não deveria confiar tão fácil nos outros, no entanto minha colega de quarto parece inofensiva, não consigo imaginar ela fazendo mal a ninguém.
Ao terminarmos a conversa ela vai ao banheiro tomar banho e eu pego meu celular. Sete chamadas perdidas do FERNANDO. O que aquele embuste quer comigo. Retorno porque se tem uma coisa que eu tenho se chama educação.
Ele atende no primeiro toque e explica que queria falar comigo, pois estava surgindo certos boatos sobre ele na faculdade, e ele preferia me contar isso.
- Eu não voltei a sair com a Ângela.
Pouco me importa com quem ele sai ou deixa de sair, então digo isso para ele e lhe dou boa noite. Não acredito que era isso que a Thais queria me falar. Cansei da pessoas achando que a vida dele é da minha conta, quero mais que ele fique bem longe de mim.
Na manhã seguinte enquanto vou para minha primeira aula esbarro com um cara quer tem uns folhetos de uma banda. Pego um e checo a data do show, que é exatamente no dia do aniversário da minha mãe. Todos os anos eu comemoro ele, pois sei que eu sou parte dela, fruto do seu amor com meu pai. Tenho certeza que ela ia amar ir junto comigo se ela tivesse a oportunidade.
Na hora do almoço sigo para uma mesa com a galera do meu curso. Hoje acabei conhecendo uma menina que ama falar e acabou me arrastando para aquela mesa. Ela também é intercambista, veio do México, tem todos os traços latinos.
Me apresento para os demais. Alguns eu lembro de ver o rosto em algumas aulas, mas outros nem tanto. Enquanto conversamos aparece um veterano do sétimo semestre, pelo menos é isso que me falaram. Ele senta ao meu lado e começa a puxar papo com a garota mexicana, pelo que eu entendi eles dois namoravam, mas ele traiu ela com uma menina, a cena que esses dois fizeram naquela mesa não chega nem aos pés de um briga de novela, foi a discussão mais tranquila que já vi em toda minha vida. No fim das contas ela disse que eles deveriam conversar outra hora.
Ao terminar de comer vou para meu quarto pegar minha bolsa e ir para a gravadora. Mas uma voz grita por mim:
- Sabina – com voz ofegante diz a garota mexicana.
- O que?
- Meu nome é Sabina. Esqueci de dizer.
Eu rio.
- Eu tenho que ir trabalhar. Até amanhã.
A viagem à gravadora foi bem rápida e ao chegar lá vou direto falar com Gordon, o compositor com o qual eu vou trabalhar. Já me avisaram que ele pega pesado com os estagiários, mas sei que eu posso aguentar qualquer coisa desse cara.
Tento me apresentar, mas logo de cara sou cortada e ele me manda fazer algumas tarefas no andar superior. Tenho que entregar algumas partituras para o pessoal que grava os instrumentais da música, no meio do caminho acabo me deparando com outros estagiários cochichando algo, tenho a impressão que é sobre mim, mas não me importo e sigo fazendo minhas atividades.
No fim do dia estou morta. Estou deitada na sala de descanso e começo a passos vindo do lado de fora da porta. Deve ser outro estagiário indo embora. Crio coragem e vou para o metrô.
Quando chego no dormitório, Alli está sozinha estudando, vou logo para minha cama. Ela pergunta como foi o meu primeiro dia, conto todos os mínimos detalhes dos acontecimentos. Tenho que admitir, sinto falta de ter essas conversas cara a cara com a Babi e a Thais. Minha colega de quarto recebe uma ligação e se retira e eu como a boa irmã coruja que sou vou no insta dos meus irmãos.
Alison entra as pressas no quarto e arruma suas malas. Fico sem reação, mas logo recupero os sentidos e pergunto pra onde ela vai:
- Minha mãe tá precisando da minha ajuda. Vou ter que ficar uns dias fora da cidade, mas qualquer coisa pede pra Vic te acompanhar para o refeitório.
- O que vai ser de mim sem você – faço um biquinho e minha colega ri.
- Você sobrevive. Só não transa com nenhum cara aqui nesse quarto.
Como se eu conhecesse pelo menos uma amiga pra levar para o quarto. Vou com ela até o estacionamento para me despedir, logo volto para o quarto para finalmente descansar depois de um dia cansativo.
Na manhã seguinte o campus inteiro está decorado com as cores do time da universidade, quando passo por uma menina ela me entrega um panfleto falando do começo da temporada dos jogos de futebol americano. Acho que seria uma boa ideia convidar a Vic e o Jordan.
Me encontro com ela e falo da ideia que tive e ela achou ótimo, pois com a namorada fora da cidade ela não tem muitos amigos com quem sair. Além disso ela avisa que vai chamar um colega de uma outra cadeira que de acordo com suas palavras é uma gracinha e que vou amar conhecer ele. Logo após o final da aula mando mensagem para o Jordan.
Jordan: não vou poder ir 
Eu: poxa. Ia ser muito divertido. Então fica pra próxima.
Eu realmente queria que ele fosse, fico meio pra baixo, mas logo me animo quando minha mais nova amiga decide que eu estou preparada para conhecer a banda da faculdade.
- Hoje pela noite. Eu passo no dormitório e vamos assistir os garotos ensaiando.
Combinamos todos os detalhes, mau posso esperar para conhecer essa galera, quem sabe eu não consiga participar dessa banda.

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⏰ Última atualização: Jan 30, 2020 ⏰

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