Capítulo 4

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Vídeo na mídia: Você Roubou a Minha Vida - Alexandre Pires

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Olha o que a tia Angie trouxe para vocês! 

Um capítulo surpresa! 

Ansiosas para saber como será a conversa desses dois, depois de um ano sem se verem?

Boa leitura e não deixem de me dizer o que vocês estão achando. 

 

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O caminho é feito em completo silêncio, a sorte é que o prédio para onde Alef se mudou não fica tão longe, e, mesmo com o trânsito lento, em menos de meia hora estamos adentrando o interior de um apartamento muito amplo, mas com poucos móveis. 

O ambiente é clean, a luz é baixa e indireta, e a decoração é funcional, mesclando tons de preto, cinza e branco. Frio. Asséptico. Sem cor. Sem vida. O oposto do pequeno sobrado que chamávamos de lar.

Dispo o meu casaco, e quando Alef tira-o das minhas mãos, ele o pendura no suporte atrás da porta, fazendo o mesmo com o seu paletó.

— Sente-se — fala e indica o confortável sofá de couro branco com a mão livre. Com um abanar de cabeça, eu recuso o convite.

Alef cruza rapidamente o ambiente pouco iluminado e se encaminha para a fileira de garrafas de cristal no bar, e enquanto eu o observo, ele se serve de uma boa dose de bebida. O gesto me surpreende, pois não é algo que ele costumava fazer, ainda mais a esta hora do dia. Apenas bebia em ocasiões específicas, como recepções e datas comemorativas.

— Você quer um? — ainda sem se virar, ele me oferece um drinque.

— Não. Estou bem, obrigada.

Alef move os ombros. Indiferente e com o copo na mão, ele se aproxima, apoia o corpo poderoso na quina de uma mesinha de tampo de vidro e detalhes em preto, e cruza um pé sobre o outro.

Seus olhos escuros, quase negros, adquirem um brilho de fogo enquanto viajam pelo meu corpo e me fazem sentir vulnerável, como se fossem capazes de enxergar através das minhas roupas. Como eu não esperava por isso, coloco a bolsa na minha frente, usando-a como um frágil e ineficaz escudo, tentando ignorar as sensações que a presença desse homem me transmite. Sob sua lasciva inspeção, sinto minha boca seca. O ar parece carregado com uma coisa sensual, familiar.

Uma repentina tensão se apresenta e eu sei que é desejo o que pulsa entre nós, como uma corrente tórrida, quase palpável. Imagens de roupas sendo tiradas e beijos famintos me invadem. Meses se passaram, mas eu ainda me recordo do gosto de sua boca; dos nossos membros entrelaçados e dos corpos nus; de mim mesma, de pernas abertas na cama, diante da paixão irresistível desse homem.

Alef  ( DEGUSTAÇÃO - Livro retirado em 06.05.2020)Onde histórias criam vida. Descubra agora